Bayern já desprezou Mundial de Clubes, mas agora vê torneio com olhos especiais

Finalizada a Libertadores da América, último torneio que faltava para conhecermos todos os participantes do Mundial de Clubes da temporada 2020, todo o foco está na realização do torneio, neste fevereiro de 2021, no Qatar. A obsessão do Palmeiras, novo campeão sul-americano, em relação a esta taça é bastante conhecida – com o clube lutando constantemente para fazer a Fifa reconhecer a Copa Rio de 1951 com este máximo patamar e sem esquecer da derrota por 1 a 0 sofrida para o Manchester United em 1999. Outro dos favoritos (de fato, o maior deles), o Bayern de Munique tem uma história diferente na competição.

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Se ao longo das últimas décadas a importância dada pelos europeus ao título mundial de clubes sempre movimentou debates, o Bayern de Munique é justamente um dos times que reforçavam a impressão de que os emblemas do Velho Continente tratavam a competição sem o mesmo peso de seus adversários sul-americanos. Afinal de contas, os gigantes da Bavária não quiseram disputar a edição de 1974, logo após levantarem o primeiro de seus seis títulos da Copa dos Campeões da Europa/Champions League, e não demonstraram ter uma obsessão pelo mundial também do ano seguinte – que não foi realizado contra os argentinos do Independiente por falta de acerto nas datas.

Cabe destacar que o Bayern não foi o primeiro europeu a ignorar a então chamada Copa Intercontinental. E nem o último. Antes dele, o Ajax fez o mesmo em 1971 e 1973. Os ingleses Nottingham Forest, em 1979, e Liverpool, em 1978 e 1982, também não disputaram a competição quando podiam. A motivação histórica não chega a ser, necessariamente, um olhar de menosprezo em relação aos clubes sul-americanos, e sim a queda de prestígio do certame após uma sucessão de cenas violentas, estas sim protagonizadas pelos representantes de nosso continente, nas edições realizadas entre as décadas de 1960 e 1970. Fato é que, ao não se esforçar para disputar a taça em duas ocasiões, o Bayern não demonstrou apreço pelo rótulo de campeão mundial nos tempos de Beckenbauer – embora, em 1976, tenha vencido o Cruzeiro na decisão.

Dizer que os clubes europeus preferem o Mundial à Champions League chega a ser um equívoco, mas é bem verdade que a forma com a qual eles passaram a olhar o torneio mudou nos últimos anos – especialmente quando a Fifa tomou para si a chancela da disputa, a partir de 2000. O título pode não ser dos mais comemorados por eles, mas ter oficialmente o status de melhor time do mundo (inclusive usando um patch especial em sua camisa) mexe com o orgulho de qualquer instituição ou torcedor. No caso particular do Bayern neste Mundial 2020 (21), o objetivo é igualar uma marca histórica que pertence apenas ao Barcelona de 2009: levantar todas as taças possíveis em uma única temporada.

“No Bayern de Munique, você sempre busca ter a temporada mais vitoriosa possível”, disse o técnico dos alemães, Hansi Flick, em entrevista ao site da Fifa. “E depois da Tríplice Coroa, é óbvio que você passa a mirar o Mundial de Clubes da Fifa. Estamos apenas motivados a ganhar algo a mais, então estamos realmente ansiosos”, completou.

Campeão europeu, o Bayern já entra na semifinal do torneio e enfrenta o vencedor de Al Duhail vs Al Ahly. Apesar da fome de ir em busca de mais um título, a entrevista de Flick ao site da Fifa mostra uma leveza diferente em relação à obsessão palmeirense – que terá pela frente Ulsan Hyundai ou os mexicanos do Tigre nas semifinais.

“Provavelmente [o título] seria a cereja do bolo, mas é óbvio que será um desafio (...) É um evento simplesmente espetacular e, pura e simplesmente, divertido de se participar”.

Em sua história, o Bayern de Munique foi campeão mundial em 1976, 2001 e 2013.

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