Após belas campanhas na Premier League e na La Liga, respectivamente, era de se esperar que a mortal dupla uruguaia, Edinson Cavani e Luis Suárez, retornasse para a disputa da Copa América.
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Em vez disso, os experientes atacantes do Manchester United e do Atlético de Madrid agora lutam por suas vidas para manter a Celeste viva na competição, enquanto uma equipe aparentemente cansada e envelhecida luta para causar algum impacto na Copa América.
Já se passou uma década desde que o Uruguai conquistou o troféu internacional mais antigo do futebol mundial, destruindo o Paraguai por 3 a 0 na final do Estádio Monumental de Buenos Aires.
Muita coisa mudou, experientes jogadores como Diego Lugano, Diego Perez, Maxi, Alvaro Pereira e o brilhante Diego Forlan penduraram as chuteiras, mas ainda há muitos vínculos com aquela equipe.
Fernando Muslera continua sendo um ótimo goleiro, enquanto a defesa inclui Diego Godín, antigo parceiro de Lugano, e agora habilmente acompanhado pelo ex-companheiro de Atlético de Madrid, Jose Gimenez. Enquanto Oscar Tabarez, de 74 anos, permanece no banco mesmo enquanto continua lutando contra uma grave doença, que deixou sua mobilidade gravemente afetada.
Já no ataque, Cavani e Suárez, ambos de 34 anos, somam 240 partidas pela seleção e 115 gols, além de uma coleção invejável de títulos.
Mas nenhum desses gols aconteceu em 2021 e a dupla descobriu que sua classe e entusiasmo absoluto com a camisa azul-celeste não foram suficientes para tirar o país de sua crise futebolística.
O Uruguai ficou sem marcar gols em ambos os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo em junho contra o Paraguai e a Venezuela e não conseguiu acertar um único chute ao perder por 1 a 0 para a Argentina, começando em baixa a competição.
A marca foi finalmente quebrada contra o Chile na última segunda-feira (21), mas apenas com ajuda do chileno Arturo Vidal, que colocou seu próprio goleiro sob pressão de Suárez para marcar o primeiro gol da Celeste em cinco jogos.
Getty ImagesCom apenas um ponto até o momento, o país precisa de um resultado positivo nesta quinta-feira contra a Bolívia, última colocada do Grupo A, para voltar aos trilhos. Uma reviravolta os deixaria em risco de não conseguirem se classificar para as quartas de final.
Na opinião de Lugano, capitão do Uruguai durante o triunfo de 2011, a substituição de guerreiros como Perez, pelos talentos mais cerebrais como Rodrigo Bentancur e Lucas Torreira é válida, mas falha em fornecer um meio-campo mais criativo.
“Se o Uruguai não marcar, será uma seca de gols histórica”, disse Lugano.
“Não estamos criando e acho que isso se deve-se a tentativa de mudar o estilo uruguaio. Agora, temos um meio-campo mais delicado, mais voltado para a posse de bola. O jogo do Uruguai sempre foi mais rápido e direto para à área.”
Como muitos de seus adversários sul-americanos nos últimos anos, o Uruguai teve que enfrentar o fato de que suas estrelas estão se despedindo.
Essa renovação foi gradual e direta para o Brasil de Tite e um tanto mais brusca para a Argentina, onde a chegada de Lionel Scaloni em 2018 marcou um fim repentino para a maior parte da geração anterior.
Outros países, como Chile e Colômbia, fizeram pouco progresso nesse aspecto, com sete integrantes da equipe titular do Chile, que empataram em 1 a 1 com o Uruguai com mais de 30 anos e apenas três dos 27 convocados de Reinaldo Rueda com 23 anos ou menos.
Enquanto isso, o Uruguai obteve sucesso apenas parcial em seus esforços de renovação.
Gimenez, Torreira, Bentancur e a joia do Real Madrid, Federico Valverde, já se estabeleceram como titulares regulares, enquanto o lateral esquerdo Matias Viña impressionou na lateral. Facundo Torres, de Penarol, de 21 anos, teve um papel importante vindo do banco de reservas, ajudando sua equipe a empatar contra o Chile.
Getty ImagesEmbora alguns dos nomes em campo tenham mudado, o grande problema parece ser que a famosa mentalidade conservadora de Tabarez que continua inflexível.
Esperar que a nova geração jogue o tipo de futebol mais direto de que Lugano se lembra é o mesmo que enfiar pinos quadrados em buracos redondos, pois não vai produzir resultados.
Sem a pressa e a agitação das seleções anteriores do Uruguai, esta equipe não está conseguindo criar as chances de que Cavani e Suarez precisam na área. Portanto, a rara presença do vencedor da Copa Libertadores 2019, com o Flamengo, Giorgian de Arrascaeta - a coisa mais próxima que eles têm de um camisa 10 - é no mínimo intrigante.
“Temos que criar situações perigosas”, admitiu Tabarez aos jornalistas. “Não estamos criando mais para Luis Suárez e Edinson Cavani.”
Falando antes da estreia da Copa América, Suárez também reconheceu o problema: “Não estamos felizes com as eliminatórias, não é o que queríamos, porque além dos resultados ruins, também faltou o nosso jogo”.
A frágil Bolívia se destaca como o adversário perfeito para recuperar a confiança perdida. O Uruguai deve derrotar a Bolívia e o Paraguai para conquistar uma das duas primeiras colocações do Grupo A e evitar um duelo antecipado com o Brasil.
A médio e longo prazo, entretanto, é claro que algo deve mudar. A Copa do Mundo ano vem provavelmente serão as últimas de Suárez e Cavani, e seria realmente triste ver suas histórias terminarem com uma queda precoce no Catar .
Eles têm a capacidade de continuar a empurrar a Celeste para a frente. A menos que grandes mudanças sejam feitas, suas carreiras brilhantes correm o risco de terminar em decepção.