+18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se termos e condições | Jogue com responsabilidade | Princípios editoriais
Vinícius Júnior Rodrygo GFXGOAL

Só Vini Júnior e Rodrygo no Real Madrid é pouco: atacantes brasileiros não podem mais ser coadjuvantes na Champions League

Começou a fase de grupos da Champions League 2023/24 e ainda é cedo para fazer previsões. Os favoritos seguem praticamente os mesmos: Manchester City (atual campeão), Real Madrid e Bayern de Munique talvez estejam no pelotão de frente, mas a temporada passada mostrou que nunca é bom descartar algumas surpresas. Certeza, só uma: a expectativa de ver brasileiros jogando a grande final da competição.

Tem sido uma regra desde a virada do milênio. A última final sem atletas brasileiros aconteceu em 1999, na emocionante decisão entre Bayern e Manchester United que terminou com título para os ingleses. No século XXI, o Brasil é o único país com representantes em todas as finais de Champions League – feito que nem franceses, alemães, ingleses, italianos, espanhóis ou portugueses conseguiram em seu próprio continente.

Ederson foi o último e único brasileiro em campo na decisão de 2022, entre o seu Manchester City contra uma surpreendente Inter de Milão. As defesas do goleiro brasileiro foram fundamentais para o título dos Citizens, inclusive no jogo mais importante, o que confere a Ederson certo grau de protagonismo. Nos últimos anos, brasileiros foram destaque em títulos europeus... mas nenhum deles era um atacante daqueles que concentrava grande protagonismo.

  • Karim Benzema Vinicius Clásico Real Madrid BarcelonaReal Madrid

    Mas... e Vinícius Júnior?

    Sim, você leu corretamente. Representantes brasileiros de todas as posições (goleiros, defensores, meio-campistas e atacantes) tiveram grande destaque nos últimos títulos de Liga dos Campeões da Europa, mas há décadas não vemos um atacante – inclua aí pontas e meias também – sendo “o cara” de um time que terminou levantando a icônica taça Orelhuda. O último deles foi Kaká, em 2007, pelo Milan.

    Vinícius Júnior fez o gol que deu ao Real Madrid o título em 2021, mas naquela altura não havia dúvidas de que o protagonista da equipe merengue era Karim Benzema. Tanto, que o francês acabou ganhando a Bola de Ouro pelos feitos referentes àquela campanha. Vini era um coadjuvante de luxo, em uma caminhada também marcada pelo poder decisivo de Rodrygo quando saía do banco de reservas. A situação mudou desde a campanha mais recente: não há dúvidas que Vini Júnior seja o grande candidato tupiniquim a ser um protagonista campeão europeu.

  • Publicidade
  • Thomas Müller Neymar Bayern PSGGetty Images

    Neymar, a sombra de Messi e o quase de Lisboa

    Agora jogador do Al Hilal, da Arábia Saudita, e portanto fora da disputa da Champions League, Neymar foi a grande referência brasileira na competição desde sua chegada ao Velho Continente, em 2013. O ex-santista foi campeão pelo Barcelona em 2015, fazendo gol na final contra a Juventus, mas já é sabido por todos que o ator principal daquele filme era Lionel Messi.

    Quando deixou o Camp Nou em busca de protagonismo em Paris, apenas uma vez Neymar flertou com o título europeu. O camisa 10 jogou muita bola na temporada 2019/20 e conduziu o PSG até a final, disputada no Estádio da Luz, em Lisboa, dentro do contexto de estádios vazios por conta da pandemia de Covid-19. A taça, entretanto, ficou com o Bayern de Munique.

  • KAKA MILAN 2007Goal

    Faltam protagonistas brasileiros no mais alto nível?

    Além de Ederson em 2022, Alisson também havia sido vital, sob as traves, para título europeu do Liverpool em 2019. Fabinho era engrenagem importante naquela equipe que venceu o Tottenham, e Roberto Firmino foi um dos principais nomes dos Reds naquela época. Mas se fosse possível selecionar protagonistas naquela equipe, seria Mohamed Salah ou Sadio Mané.

    Casemiro fez golaço na final de 2017, vencida pelo Real Madrid sobre a Juventus, e Marcelo também estufou as redes pelos Blancos na épica decisão de 2014 contra o Atlético de Madrid. Mas um tal de Cristiano Ronaldo recebia, com méritos, todos os holofotes.

    Ou seja, o futebol brasileiro não deixou de fabricar grandes craques. Mas diminuiu a produção de atacantes protagonistas. Entre 2002 e mais ou menos até 2008, nomes como Adriano Imperador e Kaká, Ronaldinho e Ronaldo Fenômeno movimentavam grandes expectativas no espetáculo europeu. Curiosamente, peças que formariam o famigerado Quarteto Mágico que fracassou na Copa do Mundo de 2006. Aquela seleção brasileira foi um poço de decepção por inúmeros motivos, mas o problema jamais foi a qualidade dos jogadores que Parreira tinha à sua disposição.

  • ENJOYED THIS STORY?

    Add GOAL.com as a preferred source on Google to see more of our reporting

  • Rodrygo Vinicius Junior hug Copa del Rey 2022-23

    Responsabilidade para Vini Júnior e Rodrygo

    Se olharmos para Casemiro, Marcelo, Alisson ou Ederson, fica claro que o Brasil teve protagonistas nos últimos anos. Mas faltam atores principais na posição mais estrelada do espetáculo. Vinícius Júnior passou a ser o melhor brasileiro do futebol europeu, puxando para si desde 2022 a enorme responsabilidade de ser “o cara” em um clube como o Real Madrid. É um enorme protagonista, mas falta ganhar uma Champions League representando este papel.

    No final das contas, o resultadismo acaba sendo o fio condutor da maior parte das histórias a serem lembradas no esporte. Rodrygo é outro bom valor do Real Madrid, capaz até de brigar por algum protagonismo. Mas ter apenas dois grandes candidatos – e em um mesmo time! – é muito pouco para o Brasil. Que venham mais, que sejam campeões no mais alto grau exigido no estrelato. A hora é agora.

0