Real Madrid Man City six reasons gfxGetty/GOAL

Seis motivos para acreditar que o Manchester City pode derrubar o Real Madrid na Champions League

Para o Manchester City, os confrontos da Champions League em fevereiro costumam ser apenas um aperitivo para desafios mais intensos que surgem nas fases decisivas. Na mesma época no ano passado, o time de Pep Guardiola se preparava para visitar o Copenhagen pelo jogo de ida das oitavas de final – um duelo que venceria por 6 a 2 no agregado. No ano anterior, foi o RB Leipzig, derrotado por 7 a 0 no segundo jogo. Já em fevereiro de 2022, o City viajou para enfrentar o Sporting e venceu por 5 a 0 na ida, permitindo a Guardiola escalar um time alternativo na volta.

Este ano, porém, o cenário é bem diferente. O City terá pela frente ninguém menos que o Real Madrid, após avançar com dificuldades para os playoffs da competição reformulada, depois de uma fase de grupos desastrosa em que venceu apenas três de oito partidas, terminando em 22º entre 36 equipes.

Será o quarto ano consecutivo em que City e Real se enfrentam no mata-mata da Champions – e o quinto nos últimos seis anos. O time de Guardiola levou a melhor em 2019/20 e 2022/23, mas caiu nas quartas de final da última temporada após uma disputa de pênaltis, além da derrota na semifinal de 2021/22. Antes mesmo da chegada do técnico catalão, sob o comando de Manuel Pellegrini, o City já havia sido eliminado pelos espanhóis nas semifinais.

Os torcedores ingleses devem estar cansados de encarar o clube merengue e, provavelmente, era o último adversário que queriam nesta fase – especialmente considerando que a equipe de Guardiola ainda busca estabilidade em uma temporada turbulenta. Há menos de duas semanas, sofreu uma goleada por 5 a 1 para o Arsenal e, no sábado, passou por um grande susto na FA Cup contra o Leyton Orient, da terceira divisão.

No entanto, o Madrid também tem seus próprios problemas, com uma seleta lista de desfalques por lesão, e o histórico recente do City dá bons motivos para os torcedores acreditarem na classificação contra o time 15 vezes campeão europeu. Foi esse o tom da declaração de Rúben Dias na coletiva pré-jogo: "Desde que estou aqui, esta tem sido a temporada mais difícil até agora. Mas sou um firme defensor de que, mesmo no cenário mais complicado e com um início difícil, ainda podemos conquistar algo especial no final."

A GOAL apresenta seis razões pelas quais o City não deve temer o Real Madrid...

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  • Antonio Rudiger Real MadridGetty

    Defesa prejudicada no Bernabéu

    O City enfrentou problemas de lesões defensivas nesta temporada, mas suas dificuldades são pequenas comparadas às do Madrid, que teve sua linha de defesa constantemente enfraquecida por longas ausências. Antonio Rudiger, um dos jogadores mais importantes do Madrid no confronto das quartas de final contra o City na temporada passada, ficará de fora da primeira partida e provavelmente também da segunda, devido a uma lesão muscular. Já Éder Militão teve sua temporada encerrada em novembro, após sofrer a segunda ruptura de ligamento cruzado do joelho nos últimos dois anos. David Alaba, por sua vez, retornou apenas em janeiro, depois de mais de um ano afastado por conta, também, de uma cirurgia no joelho, mas se lesionou novamente no início deste mês, desta vez no adutor.

    Isso significa que o Real Madrid vai a Manchester com apenas um zagueiro natural: Raul Asencio, que fez sua estreia na equipe principal apenas em novembro. Embora seja muito querido pelos torcedores por sua postura ousada em campo, o jogador de 21 anos ainda é inexperiente e foi lançado de forma precipitada devido aos sérios problemas físicos da equipe. Ele deve formar dupla com o volante Aurélien Tchouaméni na zaga.

    O clube merengue também sofre com desfalques nas laterais, perdendo Dani Carvajal logo no início da temporada devido a uma grave lesão no joelho, e Lucas Vázquez, que saiu mancando do empate no dérbi contra o Atlético de Madrid com um problema na coxa.

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  • Vinicius Jr.Getty Images

    Vinícius Júnior perdeu o ritmo

    Houve um momento no empate por 1 a 1 entre Real Madrid e Atlético em que Vinícius Júnior pegou a bola no meio de campo e empolgou a torcida do Bernabéu ao partir em direção ao gol, apenas para ver sua finalização para fora do poste. Esse lance resumiu o período frustrante vivido pelo brasileiro, que tem enfrentado uma fase apagada enquanto Kylian Mbappé se destaca no time de Carlo Ancelotti.

    Vini não marcou em oito de suas últimas 10 partidas em todas as competições e não balança as redes em LaLiga desde novembro. O brasileiro teve sua melhor fase logo após perder a Bola de Ouro para Rodri, em outubro, marcando hat-tricks contra Osasuna e Borussia Dortmund em uma sequência impressionante de 10 gols em oito partidas. No entanto, essa boa fase foi interrompida por uma lesão muscular no final de novembro e, novamente, quando foi expulso contra o Valencia em janeiro, ficando fora por dois jogos devido à suspensão.

    A incerteza sobre o futuro do camisa 7 no Real Madrid, em meio a uma oferta extremamente tentadora da Arábia Saudita, só aumentou a curiosidade em torno do brasileiro, que passou de ser o talismã do clube na última temporada a se tornar sombra de Mbappé, que marcou nove vezes nas últimas oito partidas.

  • AncelottiGetty Images

    Baixo desempenho em grandes jogos

    O City realmente enfrentou dificuldades contra as principais equipes nesta temporada, sendo superado por Arsenal e Liverpool na Premier League, além de ter perdido até mesmo para o problemático Manchester United. Também foi derrotado por Juventus e Paris Saint-Germain.

    No entanto, podem se consolar com o fato de que o Real Madrid não se saiu muito melhor em seus jogos decisivos. O time de Ancelotti foi derrotado por 4 a 0 pelo Barcelona no Santiago Bernabéu e novamente humilhado pelos catalães na final da Supercopa da Espanha na Arábia Saudita. Empatou ambos os confrontos com o Atlético de Madrid em LaLiga e perdeu para o organizado Athletic Bilbao.

    A equipe que Pep Guardiola corretamente se refere como "os reis da competição" também teve dificuldades em corresponder ao seu status na Liga dos Campeões. Perdeu por 3 a 1 em casa para o Milan e foi bem derrotada pelo Liverpool em Anfield. Apenas vitórias esmagadoras sobre equipes menores como Brest e Red Bull Salzburg permitiram ao time recuperar seu desempenho e se classificar para os play-offs.

  • Manchester City FC v Chelsea FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    Novos reforços têm algo a provar

    O City usou a janela de transferências de janeiro para uma clássica "terapia de compras", tentando resolver seus problemas gastando mais dinheiro do que todos os outros clubes da Premier League juntos. E não há dúvidas de que Guardiola agora tem um time muito mais forte e variado, graças às contratações de Omar Marmoush, Abdukodir Khusanov, Vitor Reis e Nico González, por um total combinado de £180 milhões (R$ 1,07 bilhão).

    Os novos contratados estavam inelegíveis para os dois últimos jogos da fase de liga da Champions, mas agora estão livres para fazer suas estreias na competição. Marmoush estará ansioso para deixar sua marca pela primeira vez na principal competição europeia, após contribuir para 30 gols na primeira metade da temporada com o Eintracht Frankfurt. Apenas o compatriota Mohamed Salah superou-o em gols ou assistências nas cinco principais ligas da Europa. Embora tenha tido um começo frustrante no City, é questão de tempo até que ele comece a marcar gols para a equipe de Guardiola.

    Nico, a mais recente contratação, também estará ansioso para enfrentar o Real Madrid e retornar à Liga dos Campeões, depois de descer para a Liga Europa com o Porto nesta temporada. O espanhol teve uma introdução difícil no futebol inglês, sendo forçado a sair lesionado contra o Leyton Orient, no jogo da FA Cup de sábado (8). No entanto, há esperança de que isso não o deixe de fora deste confronto, já que seu físico e habilidade de passe serão fundamentais para evitar que o City seja dominado no meio-campo.

    A confiança de Khusanov, por sua vez, estará muito aflorada após seu pesadelo no primeiro jogo contra o Chelsea, especialmente após sua atuação impactante vindo do banco na virada da FA Cup, quando marcou e fez um desarme crucial.

  • haaland(C)Getty Images

    Haaland revigorado e cheio de energia

    Haaland foi humilhado no Emirates Stadium na semana passada, quando o jovem do Arsenal, Myles Lewis-Skelly, zombou de sua comemoração. No entanto, ele teve mais de uma semana para refletir e se inspirar para o palco que mais ama: os mata-matas da Liga dos Campeões. Enquanto seus companheiros de equipe enfrentavam uma equipe da terceira divisão inglesa no leste de Londres, Haaland teve o fim de semana livre para descansar as pernas e aguçar a mente para o jogo mais importante da temporada.

    O norueguês tem muito a provar neste confronto. Ele não marcou em nenhum dos seus quatro encontros anteriores contra o Real Madrid - o clube que ele recusou para se transferir para o City em 2022 - e sabe melhor do que ninguém que precisa melhorar seu histórico de gols em jogos como este. Mas não há fúria maior do que a de um Haaland desprezado, e após mais de uma semana para refletir sobre o que aconteceu no norte de Londres, ele estará ansioso para provar que seus críticos estão errados, especialmente contra a defesa improvisada de Madrid.

    Dias comentou: "Assim como todos nós, Erling quer estar nesta competição e vencê-la, então tenho certeza de que ele estará com fome o suficiente para estar lá e se apresentar bem."

  • FBL-EUR-C1-MAN CITY-REAL MADRIDAFP

    Guardiola sabe como vencer o Real

    O Real Madrid pode tê-lo feito ter pesadelos em várias ocasiões, mas o recorde de Guardiola contra Los Blancos continua impressionante. Ele os enfrentou 25 vezes como técnico, vencendo mais da metade, com 13 vitórias, seis empates e seis derrotas. O catalão foi responsável por algumas das noites mais angustiantes do clube da capital espanhola, orquestrando vitórias do Barcelona por 6 a 2 e 5 a 0 em LaLiga, além de superar a infame semifinal da Champions League em 2011.

    Como técnico do City, ele venceu quatro, empatou três e perdeu apenas uma vez contra o Real (a derrota no Bernabéu nas semifinais de 2022). "Quando perdemos nos últimos minutos no Bernabéu, eles eram os favoritos e depois vencemos por 4 a 0", disse Guardiola antes do primeiro jogo na terça-feira (11). "No final do dia, eles são um enorme concorrente. Sabemos disso. Já nos enfrentamos muitas vezes e sabemos como, nos momentos difíceis, eles trazem o melhor de si mesmos."

    Há duas motivações adicionais para Guardiola. Ele chegou às oitavas de final da Champions em cada uma das suas 15 temporadas como técnico, então estará determinado a evitar sua eliminação mais precoce da competição. Além disso, há o fato de que ele já conquistou o maior título da Europa três vezes, duas a menos que o recordista Ancelotti.