Sai, zica? Arsenal tem que vencer o Liverpool em Anfield para mostrar que pode lutar de verdade pelo título do Campeonato Inglês em 2025/26

O Arsenal já não é mais aquele time que sofria constantemente contra os grandes da Premier League. O retrospecto recente contra o chamado “big six” é invejável, mesmo que ainda não tenha se traduzido em títulos.

A vitória por 1 a 0 sobre o Manchester United, na abertura da temporada, ampliou a invencibilidade contra esses rivais para mais de 840 dias. Nesse período, foram 21 jogos, com 12 vitórias e 9 empates. A última derrota foi em 2023, para o Manchester City.

Apesar disso, Arteta ainda não conseguiu vencer fora de casa um adversário direto na disputa pelo título. Empates no Etihad e em Anfield marcaram os últimos anos, mas sempre com o gosto de frustração. Uma vitória agora, contra o atual campeão, teria peso enorme. O Arsenal já mostrou na Champions que pode surpreender, como quando derrotou o Real Madrid no Bernabéu, e busca repetir isso em Anfield.

Mesmo com bons resultados recentes, o Arsenal mostrou fragilidades, como no triunfo sofrido sobre o United neste mês. Arteta prefere ver isso como sinal de amadurecimento: antes o time era “saco de pancadas”, agora consegue vencer mesmo jogando mal.

O Liverpool também começou com duas vitórias, mas deixou escapar vantagens e mostrou problemas defensivos. Contra o Bournemouth e o Newcastle, precisou de muito esforço — e até de um garoto de 16 anos, Rio Ngumoha, para evitar tropeços.

Por isso, o duelo de domingo é visto como chance de afirmação para os dois lados. São elencos caros, talentosos, mas ainda em busca de solidez.

Na última temporada, o Liverpool disparou na frente já em novembro e não perdeu mais a liderança, conquistando a Premier com semanas de sobra. Isso tirou a emoção da disputa e deixou Arsenal e City para trás.

Agora, com problemas no elenco de Klopp e oscilações do Chelsea e do City, abre-se uma oportunidade para o Arsenal. Mesmo com a preocupação em torno da lesão de Saka, o time tem hoje um elenco mais encorpado e capaz de segurar ausências importantes.

As cicatrizes da campanha de 2022/23, quando o título escapou na reta final, ainda servem de lição. Se conseguirem parar o Liverpool já neste início de temporada, os Gunners podem se colocar em posição privilegiada para, enfim, transformar potencial em conquista.

Sempre surgem comparações nesses duelos, como Saka contra Salah ou Saliba contra Van Dijk. Mas, desta vez, o foco estará nos dois novos centroavantes. O Arsenal encontrou seu camisa 9 em Viktor Gyokeres, enquanto o Liverpool apostou em Hugo Ekitike — e ainda sonha com Alexander Isak.

Gyokeres começou de forma tímida na Premier League, mas respondeu às críticas com dois gols na vitória por 5 a 0 sobre o Leeds. Forte e físico, ele foge do estilo clássico do Arsenal. Seu desempenho lembra o de Diego Costa: um atacante de imposição e oportunismo. Seus números no Sporting (97 gols em 102 jogos) impressionam, mas o desafio agora é provar isso na elite inglesa.

Ekitike, ao contrário, tem mais a cara do futebol que o Arsenal costuma buscar: móvel, elegante e com boa finalização. Já soma dois gols pelo Liverpool nesta Premier League, decisivos contra Bournemouth e Newcastle. Pouco ligado ao Arsenal no mercado, o francês pode virar protagonista se superar Gyokeres justamente neste confronto direto.

A Premier League ganha quando os grandes clubes cultivam rivalidades fortes. O Arsenal já tem o City como rival declarado, mas um clima parecido começa a se formar com o Liverpool.

Na última temporada, torcedores dos Reds provocaram os Gunners com faixas e piadas sobre os “eternos vice-campeões”. Mais recentemente, torcedores do Arsenal foram acusados de copiar cantos tradicionais da torcida de Anfield, o que aumentou as provocações.

Por enquanto, essa tensão ficou fora do campo. Mas o jogo de domingo pode ser o estopim: uma provocação de Gabriel Magalhães, uma reação de Salah, uma discussão na beira do gramado com Arteta... basta um detalhe para essa rivalidade ganhar força de vez.

Anfield nunca foi um lugar fácil para ninguém, mas para o Arsenal a história é ainda mais dura. O time não vence o Liverpool lá há 15 jogos — a última vez foi em setembro de 2012, quando Podolski e Cazorla, recém-chegados, marcaram na vitória por 2 a 0. Naquele dia, Mikel Arteta ainda era jogador, o que já mostra quanto tempo passou.

Nos últimos anos, os Gunners até chegaram perto de quebrar esse tabu: saíram na frente no empate por 1 a 1 em 2023 e chegaram a abrir dois gols oito meses antes, mas cederam a igualdade. Enquanto vitórias em Old Trafford, Stamford Bridge e até no Santiago Bernabéu já ficaram “comuns”, Anfield e o Etihad ainda são fantasmas que o time precisa superar.

Dentro do clube, não há pressão imediata sobre Arteta em caso de nova temporada sem títulos. Mas a paciência da torcida pode não ser a mesma em maio se o time voltar a bater na trave.

O Arsenal se transformou em uma potência sob comando do treinador. Como destacou Jamie Carragher, manter-se entre os dois primeiros da Premier League por três anos seguidos já é algo enorme. Só que isso também aumenta a cobrança: chegou a hora de transformar desempenho em troféus.

A verdade é que ninguém sabe quanto tempo dura a “janela” para ser campeão. Poucos imaginavam que o City cairia de rendimento no último ano, e se até Guardiola pode ser surpreendido, qualquer time pode.

Por isso, para muita gente, Arsenal e Arteta jogam contra o relógio. Não conquistar títulos não é mais aceitável. E ganhar em Anfield neste domingo pode ser o passo que faltava para finalmente alcançar essa glória.

Veja jogos do Campeonato Inglês ao vivo com o Disney+

Confira os detalhes