No Legia, porém, não havia mais espaço para ele. “Minha mãe perguntou: ‘E agora?’”, lembra Lewandowski. “Tivemos que pensar no próximo passo. Eu deveria desistir do futebol? Isso nunca foi uma opção. Talvez o Legia tivesse cometido um erro. Minha mãe sugeriu que procurássemos um novo clube, que eu me recuperasse e voltasse a jogar para retomar minha forma.”
Nos meses que antecederam sua dispensa, Lewandowski estava lesionado e ficou fora por um longo período. “O médico cometeu um erro”, afirma hoje. “Eu só precisava de tempo — talvez dois meses — para estar saudável e em forma novamente. Mas o médico simplesmente disse: ‘Ele não vai se recuperar.’”
Duas semanas depois, Lewandowski encontrou um novo destino: o Znicz Pruszków, da terceira divisão polonesa. Motivado como nunca, ele abraçou o desafio com um único objetivo — provar ao Legia que estava errado. “Ninguém pode te dizer que você não é capaz. Já passei por isso várias vezes na vida. É tudo besteira”, disse o atacante.
Quando jovem, ele nunca teve um treinador que previsse o sucesso que viria. “Nenhum técnico me disse que eu seria um jogador de elite. Eu fazia muitos gols, mas nunca ouvi: ‘Se você fizer isso ou aquilo, vai chegar ao topo.’”
A aposta em Pruszków, no entanto, mudou o rumo da sua carreira. Já no primeiro ano, Lewandowski foi artilheiro da liga e ajudou o clube a subir de divisão. Na temporada seguinte, repetiu o feito, marcando 21 gols na segunda liga.
Se o Legia Varsóvia tentou recontratá-lo depois disso, ninguém sabe. Mas o resto é história: no verão europeu de 2008, pouco antes de completar 20 anos, Lewandowski assinou com o Lech Poznań, conquistou a admiração nacional e, logo em seguida, chegou à seleção polonesa — o início da trajetória que o transformaria em um dos maiores atacantes de sua geração.