+18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se termos e condições | Jogue com responsabilidade | Princípios editoriais
Philippe Coutinho 16x9GOAL

Philippe Coutinho e Vasco, o casamento perfeito para quem precisa de carinho e confiança

Philippe Coutinho está de volta ao Vasco da Gama, 14 anos após ter se despedido do clube que o desenvolveu como cidadão e atleta. De lá para cá, muita coisa mudou. Mas também é possível dizer que parte do contexto visto naquele meio de 2010 ainda vale nestes meados de 2024.

Quando Coutinho deixou São Januário ainda menino, em junho de 2010, rumo à Inter de Milão, havia muita expectativa sobre o que ele poderia fazer. O Vasco vivia um processo de reestruturação, tendo disputado (então pela primeira vez) a Série B do Campeonato Brasileiro em 2009, e o projeto era o de voltar a ser uma potência nacional.

Agora em 2024 Coutinho chega como homem formado, ainda carrega consigo altas expectativas sobre o que pode entregar em campo, mas também alguns pontos de interrogação. Já o Vasco continua vagando em busca de voltar a ser o que um dia já foi. A impressão é de que não haveria momento melhor para Philippe Coutinho e Vasco da Gama se reunirem. Os dois precisam um do outro.

  • Quer saber, pelo WhatsApp, quem seu time está contratando? Siga aqui o canal da GOAL sobre mercado da bola!
  • Coutinho Al DuhailGetty Images

    Philippe Coutinho, marcado por altos e baixos

    Considerado o segundo grande talento do futebol brasileiro de sua geração, abaixo apenas de seu amigo Neymar, Philippe Coutinho é um desafio a ser resolvido. Evidente que deu certo como jogador de futebol, uma vez que passou por alguns dos principais clubes da Europa e foi jogador de seleção brasileira em Copa do Mundo, além de ter participado na campanha vitoriosa da Copa América em 2019.

    Mas se compararmos à expectativa que ele próprio gerou sobre si, através de uma enorme habilidade, Coutinho é um dos tantos de sua geração que não conseguiu estar à altura do que era esperado. Depois que se estabeleceu como um dos melhores jogadores da Europa, o meia-atacante falhou em entregar de acordo com a expectativa.

  • Publicidade
  • GERMANY ONLY: PHILIPPE COUTINHO INTERimago images / Insidefoto

    Início na Itália

    A Inter de Milão é um capítulo à parte nesta história. Quando comprou Coutinho junto ao Vasco, em 2008, o clube italiano estava prestes a viver suas temporadas mais vitoriosas em décadas. Mas o brasileiro chegou no final da festa, logo após a Tríplice Coroa conquistada pelos Nerazzurri.

    José Mourinho já não era mais o técnico e a Internazionale entrou, a partir daquele momento, em uma espiral de crises que terminou apenas em 2021. Definitivamente acabou não sendo o melhor lugar para se apresentar no Velho Continente, pior ainda depois que o jovem sofreu uma grave lesão.

  • Steven Gerrard Philippe Coutinho Liverpool GFXGetty/GOAL

    Encaixe perfeito no Liverpool

    Foi por isso que o período emprestado ao Espanyol, em 2012, não veio carregado de grandes expectativas. O que aconteceu? O brasileiro rapidamente se transformou em uma das referências da equipe e atraiu a atenção de um Liverpool que, embora na época não estivesse brigando regularmente por grandes coisas, nunca deixou de carregar consigo a mística de gigante do futebol inglês. A chegada de Coutinho aos Reds também carregava consigo a aura de junção perfeita. E deu “match”.

    O sucesso de Coutinho em Anfield dispensa comentários. Philippe proporcionou vários dos melhores momentos que os Reds tiveram desde 2005 até a chegada de Jürgen Klopp, em 2015. Mas ficou ali, ensanduichado entre dois períodos extremamente vitoriosos do Liverpool. Ficou faltando um grande troféu, para sacramentar o melhor período de sua carreira, e sobraram “quases” – desde aquela Premier League do escorregão de Steven Gerrard, em 2014, até a derrota para o Sevilla na final da Europa League de 2016.

  • ENJOYED THIS STORY?

    Add GOAL.com as a preferred source on Google to see more of our reporting

  • Philippe Coutinho Barcelona Alaves LaLiga 28012018Getty

    Frustrando (altas) expectativas

    Foi justamente quando o time começou a crescer após o primeiro ano sob o comando de Klopp, aumentando também a expectativa do que Coutinho poderia fazer, que o brasileiro acabou caindo de rendimento. Após sua transferência para o Barcelona, com valores recordes, em 2017, o Liverpool reescreveu um capítulo de auge em sua história. Já o brasileiro, que chegou com expectativa enorme para ser uma espécie de substituto de Iniesta e Neymar (!!!) no Barça, não teve sucesso na Catalunha.

    Em baixa no Barcelona, Philippe Coutinho acabou sendo emprestado ao Bayern de Munique em 2019. Sem expectativas sobre suas costas, o brasileiro fez temporada boa na Alemanha e, apesar de não ter conseguido virar titular absoluto, acabou sendo uma das figuras importantes no título de Champions League conquistado em 2020, no auge da pandemia de Covid-19 – inclusive fazendo dois gols e dando uma assistência na histórica goleada por 8 a 2 aplicada pelos bávaros sobre o... Barcelona com o qual Philipe ainda tinha contrato.

    A sua história no Barcelona acabou em 2021, quando no meio da temporada foi emprestado ao Aston Villa depois de ter sido, de certa forma, esnobado pelo Liverpool. O roteiro de sucesso em meio a baixas expectativas se repetiu: Philippe chamou o protagonismo pra si e fez cinco gols, além de três assistências, até o final da temporada. O clube inglês pagou 20 milhões de euros para tê-lo em definitivo. A expectativa, naturalmente, subiu pelo rendimento apresentado. Mas desde então Coutinho fez apenas um gol pelo Villa, perdeu espaço no clube e foi emprestado para o futebol do Qatar, no Al Duhail.

  • Philippe Coutinho BrazilGetty Images

    Na seleção não foi muito diferente

    Todo este roteiro que envolve a criação de grande expectativa pelo futebol jogado, seguido de decepção pelo que foi entregue posteriormente, foi também a tônica com a seleção brasileira. Depois de ter sido o melhor jogador do Brasil na fase de grupos da Copa do Mundo de 2018, fazendo dois gols e dando uma assistência, Philippe Coutinho sumiu no mata-mata. No título de Copa América do ano seguinte, não chegou a impressionar. No final das contas, sequer foi convocado para o Mundial mais recente, em 2022.

  • Vasco torcida MaracanãDivulgação/Vasco

    Os poucos altos e muitos baixos do Vasco

    Voltando a fita até o momento em que Philippe Coutinho deixou o Vasco, em 2010, o clube não demorou a ter um grande motivo de alegria. Em 2011, o Cruz-maltino conquistou a Copa do Brasil e foi um sério candidato na Libertadores do ano seguinte.

    Mas além de títulos estaduais que vieram em 2015 e 2016, o Gigante da Colina deu muito mais dissabor à sua torcida do que motivos para comemorar – um total de quatro campanhas de Série B a serem disputadas desde então, além de uma série de dramas em lutas por permanência na elite ou eliminações em mata-matas.

  • Philippe Coutinho, VascoDivulgação/Vasco

    Casamento perfeito

    Depois de uma sucessão de anos traumáticos, tensos e difíceis, o torcedor do Vasco precisava de um carinho e uma esperança de ano minimamente tranquilo. Philippe Coutinho, daqueles jogadores que você vê que mais precisam de confiança para desempenhar o que sabe, também estava precisando deste carinho, deste abraço. E só um poderia oferecer ao outro o que este outro precisava. Um casamento perfeito.

    Qual é a expectativa? De que Philippe Coutinho seja um dos jogadores mais decisivos do Brasil enquanto estiver aqui – primeiramente emprestado por um ano, pelo Aston Villa. A ver como o novo camisa 11 do Cruz-maltino conseguirá responder às demandas geradas pelo seu tamanho. Se fizer os vascaínos sonharem com alguma coisa boa no Brasileirão de 2024, já será um feito a ser reconhecido. Um time que hoje está no meio de tabela pode se dar, ao menos, o direito de sonhar quando tem um jogador capaz de ser o melhor do campeonato.

0