Existem situações em que até mesmo os olhos mais céticos abrem um espaço para a esperança. Dentro de um jogo de futebol, pode ser aquele momento em que o torcedor de arquibancada se levanta, cheio de expectativa, quando seu time chega com perigo no ataque -- ou em que o fã mais distante descola as costas do encosto da cadeira ou sofá na espera do tão esperado gol. Ao longo dos últimos 15 anos, mais ou menos, todas as vezes em que Neymar ou Philippe Coutinho tinham uma bola nos pés algo deste estilo acontecia.
Foram eles, os artífices destas expectativas. Amigos desde as categorias de base, onde se enfrentavam quando tinha Vasco x Santos ou se juntavam nas seleções inferiores, eles foram tratados, com justiça, como as duas maiores joias de uma geração. Os herdeiros do jogo bonito, de fantasia. Os feitos no futebol europeu, por Barcelona, PSG, Liverpool ou Bayern de Munique depositaram nos cérebros dos fãs de futebol a crença de que Neymar e Coutinho seriam capazes de mudar qualquer time da água para o vinho.
Mas não é sempre que o futebol é mágico. Pelo contrário. Os últimos anos da dupla foram de baixa: Neymar perdeu protagonismo no PSG, foi para a Arábia Saudita para não completar nem dez jogos em meio a uma nova sequência de lesões; Coutinho teve uma queda até mais acentuada em campo, tendo passagens extremamente irregulares por Barcelona e Bayern de Munique, antes de tentar sobrevida no Aston Villa até enfim ter que ficar mais “escondido” no futebol do Qatar.
Buscando um refúgio no futebol brasileiro, onde poderiam renascer nos clubes em que nasceram, a narrativa parecia resetada: de volta para onde tudo começou, jogadores como eles “sobrariam” em campo e mudariam completamente a sorte de times que, embora gigantes, nos últimos anos vivem realidade mais sofrida – em meio a rebaixamentos e lutas contra quedas. Só que a realidade ficou bem distante do sonho e os príncipes, como são chamados por suas respectivas torcidas, não vivem nenhum conto de fadas.
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