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Neymar, o lesionado: é assim que um dos maiores craques da seleção brasileira será lembrado com a amarelinha?

O céu parecia ser o limite para Neymar com a camisa da seleção brasileira. O atacante revelado pelo Santos até protagonizou feitos importantes com a equipe principal, como o lugar conquistado na artilharia histórica do selecionado comprova. Em suas melhores condições, quase sempre se apresentou em alto nível em termos de atuações. Jamais foi aquele cara que se escondeu de um jogo difícil. A vontade e a habilidade sempre estiveram lá. Disso, não há dúvidas.

Mas o grande problema quando se mira o céu, é pensar que há uma aterrisagem a ser feita. A balança entre a expectativa e a realidade. Vestido com a camisa canarinho, Neymar voou. Mas também foi outras muitas vezes ao chão. Uma experiência cujo saldo, ao menos até este momento, não foi dos mais felizes. Especialmente para o atleta. A sua mais nova imagem com as mãos no rosto, em agonia e choro, antes de a derrota por 2 a 0 contra o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026, ser sacramentada, é apenas mais um destes tristes episódios.

Aos 31 anos, jogando na Arábia Saudita e já com um longo histórico de lesões acumulado, é impossível não se questionar sobre como Neymar será lembrado na seleção. Ainda que seja possível ver muita coisa sendo escrita até 2026 -- já que sua vontade segue sendo a de tentar dar um novo título mundial ao Brasil --, podemos dizer, metaforicamente, que o grande craque brasileiro de sua geração se encontra nos 40 e poucos minutos do segundo tempo de sua narrativa particular em verde e amarelo.

  • Neymar, 2014Getty Images

    Um grande “E se?” em 2014

    Neymar ainda era jovem, muito jovem, quando recebeu a missão de ser o grande protagonista da seleção brasileira em meio ao vácuo de liderança e experiência que a geração de Kaká e Adriano, por razões diferentes, acabou não preenchendo. Tinha apenas 22 anos em 2014, quando o Brasil voltou a receber uma Copa do Mundo com uma pressão gigante para conquistar o Hexa.

    Carregou praticamente nas costas, com a categoria e ímpeto que só os grandes possuem, uma desorganizada seleção até as quartas de final, quando o colombiano Zuñiga lhe arrebentou a coluna e o tirou daquele torneio. Lágrimas e dor. Saída de maca, com as mãos consolando o próprio rosto em desespero. A sua primeira lesão jogando pelo Brasil foi a mais séria de todas, e também levantou um grande “e se?”. Sem Neymar, o Brasil levou de 7 a 1 da Alemanha na semifinal. Com ele poderia ter sido diferente? Jamais saberemos.

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  • Neymar Brazil 2018Getty Images

    Corrida contra o tempo em 2018

    O período entre as Copas de 2014 e 2018 foi intenso para o craque, entre glórias no Barcelona e a montanha russa de emoções que lhe esperava no Paris Saint-Germain. Foi também quando os problemas físicos começaram a ficar mais comuns na vida de Neymar, especialmente a partir do momento em que passou a vestir as cores do PSG.

    A poucos meses do pontapé inicial no Mundial da Rússia, Neymar ainda se recuperava da lesão no pé direito – no famoso quinto metatarso do osso. “Ninguém está mais ansioso do que eu. Ninguém está com mais medo do que eu”, disse o próprio jogador, ao Jornal Nacional, da TV Globo, pouco antes da Copa de 2018.

    É provável que este medo tenha contribuído, de alguma forma, para as reações desproporcionais após as faltas que sofreu naquela competição. Fato é que, embora o Mundial de 2018 tenha ficado marcado, para Neymar, como o das reações caricatas, foi uma lesão que permeou todo aquele caminho.

  • Neymar Brazil 2019Getty Images

    Brasil, campeão mesmo sem Neymar

    Um ano depois, durante amistoso contra o Qatar, uma entorse no tornozelo acabou tirando Neymar da Copa América de 2019. O Brasil conseguiu chegar até a final e foi campeão dentro do Maracanã, mostrando que não dependia absolutamente de sua grande estrela. Em 2020 o camisa 10 flertou com o seu primeiro título oficial pelo selecionado, em uma nova Copa América, mas a Argentina do amigo Messi levou a melhor.

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  • Neymar Ankle 2022Getty

    Lesão e novo susto em 2022

    A pauta das lesões já era, em 2022, uma realidade sólida na trajetória de Neymar com a seleção. Mas daquela vez o brasileiro conseguiu chegar na Copa do Mundo sem grandes problemas... até a estreia contra a Sérvia. O Brasil venceu por 2 a 0, mas o grande tema foi a preocupação com o tornozelo inchado do meia-atacante. O diagnóstico de entorse ligamentar o tirou da fase de grupos, mas o camisa 10 voltou bem para o mata-mata. Nas quartas de final, contra a Croácia, um lindo gol seu parecia sacramentar a vaga nas semifinais... mas a equipe canarinho levou o empate e perdeu nos pênaltis.

  • Neymar, Uruguai x Brasil 2023Getty Images

    Lágrimas em Montevidéu

    A eliminação para os croatas abalou Neymar, que chegou a cogitar abandonar a seleção. Com a cabeça mais fria, fez as contas e viu que, aos 34 anos, ainda poderia sonhar com um título na Copa do Mundo de 2026. O início da Era interina de Fernando Diniz teve, como de praxe, protagonismo para Neymar: o camisa 10 marcou gols e seguiu sobrando em assistências. Mas não escapou de sua nêmesis: as lesões.

    No final do primeiro tempo da partida contra o Uruguai, em Montevidéu, um passo abrupto no gramado do estádio Centenário levou Neymar novamente ao chão. As mãos no rosto, as lágrimas, o desespero, a maca e a necessidade de uma nova cirurgia. Ruptura do ligamento cruzado anterior e do menisco do joelho esquerdo. Mais um grande período sem poder entrar em campo.

  • Neymar Brazil 2023Getty

    O legado de Neymar na seleção brasileira

    Por mais triste que seja, o protagonismo da história de Neymar na seleção brasileira hoje está mais nas lesões do que nos títulos – que, exceção ao Ouro Olímpico em 2016, não vieram. Os problemas físicos estiveram mais presentes em sua trajetória do que, por exemplo, na de Zico (com quem o próprio Ney já traçou um paralelo).

    Em meio a tantos gols, dribles e assistências, a sombra das lesões esteve presente em 2014, 2018 e 2022. Lesionado, Neymar não conseguiu participar do título da Copa América de 2019. Aos 31 anos, e jogando na Arábia Saudita, a sua história com a seleção brasileira começa a chegar nos capítulos finais. Como Neymar, então, será lembrado?

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