Mundial de Clubes espetacular pelo Fluminense sacramenta Fábio como melhor goleiro mais velho da história

O mundo está descobrindo o que o Brasil e as Américas já sabiam há tempos. Fábio é um dos melhores goleiros de sua geração. E da que veio depois. E da atualidade. Se dizem que uma geração dura, em média, cerca de 20 anos, o arqueiro de 44 primaveras completadas abarca este período e, mesmo com idade tão avançada para um esportista de elite, mostra que vive o auge de sua carreira. Beira o inacreditável.

Se Jhon Arias desponta como candidato a craque do Mundial de Clubes de 2025, Fábio não fica muito atrás. O Fluminense escreve uma história daquelas para ser lembrada para sempre, chegando às semifinais do torneio realizado nos Estados Unidos. E se chegou tão longe, é muito, também, por causa de Fábio.

O time treinado por Renato Gaúcho encontrou sua melhor forma tendo um desenho que, em teoria, é defensivo: um 3-5-2 daqueles com defesa sólida. Isso não tem impedido o time de também jogar bola e dominar adversários, como aconteceu nas oitavas e quartas de final contra, respectivamente, Inter de Milão e Al Hilal.

Mas dentro do jogo de margens finas que é o futebol de alto nível, se o Fluminense vem tendo 100% de aproveitamento ao agarrar as chances que o destino lhe oferece, Fábio tem sido a grande barreira quando os adversários aproveitam as poucas brechas concedidas pela defesa tricolor capitaneada, na zaga, por Thiago Silva.

Espalmando ou encaixando, as surradas luvas de Fábio dizem, tal qual um Gandalf a um Balrog, um sonoro “VOCÊ NÃO VAI PASSAR”. Um grito que impõe respeito e admiração, afinal de contas não é todo dia que uma história conta com um herói veterano tão poderoso, não é verdade?

Não que Fábio não tivesse já escrito esta história. Ele já fez isso na campanha do título da Libertadores de 2023, conquista que carimbou a passagem tricolor para este Mundial de Clubes. É que agora o goleiro repete a dose para o planeta inteiro ver. E não se engane: o mundo já se impressionou com Fábio, tanto pelas defesas quanto por defender tão bem aos 44 anos.

Qual outro goleiro, na história do futebol, brilhou tanto em alto nível com tamanha longevidade? Gianluigi Buffon, um dos melhores de todos os tempos, se aposentou, em 2023, aos 45 anos. Mas pendurou suas luvas jogando a Série B do Campeonato Italiano em duas temporadas pelo Parma.

Manga, que de tão histórico inspirou a criação do “Dia do Goleiro” no Brasil, foi outro que só foi se aposentar aos 45 anos. O ídolo de diferentes gerações do Botafogo, de Garrincha a Jairzinho, campeão das Américas e do Mundo pelo Nacional de Montevidéu e paredão do Inter “invencível” de Falcão e companhia no final dos anos 1970, conquistou o último título em 1981, aos 44 anos: um título equatoriano pelo Barcelona de Guayaquil, clube onde enfim penduraria as luvas em 1982.

Mas, com o devido perdão a Manguinha, Fábio se mostra um veterano melhor. É aquele clichê que diz que a posição do goleiro foi a que mais evoluiu nas últimas décadas de futebol, mas não apenas isso.

A Libertadores conquistada pelo Fluminense, na qual Fábio foi decisivo, veio aos 43 anos – com recorde de atleta mais velho a ser campeão do torneio.

Aos 44 anos, o camisa 1 esbanja confiança, experiência e agilidade. No Fluminense semifinalista do Mundial de Clubes, o sonho do título passa também pelas mãos do melhor goleiro mais velho de todos os tempos.