Mês NXGN: Lamine Yamal já quer a Bola de Ouro, Franco Mastantuono faz história no Real Madrid e as principais promessas do futebol

Que mês foi esse para você, Lamine Yamal? Desde que estreou no time principal do Barcelona, ainda aos 16 anos, a carreira do jovem raramente teve momentos tranquilos. Mas setembro pode ter sido o período mais marcante até aqui.

Ele começou defendendo a seleção da Espanha, distribuindo três assistências em duas partidas nas vitórias sobre Bulgária (3 a 0) e Turquia (6 a 0). Mas o bom início rapidamente virou polêmica: Yamal agravou um problema na virilha durante a Data Fifa, e o técnico Luis de la Fuente optou por mantê-lo em campo mesmo com os resultados garantidos. A imprensa espanhola chegou a noticiar que o departamento médico aplicou uma injeção na coluna para aliviar as dores, contra a vontade do próprio jogador. O episódio abriu uma disputa ainda em andamento entre a federação espanhola e o Barcelona.

Após perder quatro jogos do Barça, Yamal voltou no último domingo, entrando no segundo tempo da vitória por 2 a 1 sobre a Real Sociedad. Bastaram menos de 60 segundos em campo para ele dar a assistência decisiva. Sergio Francisco, técnico rival, não poupou elogios: “A simples presença de Lamine já é uma ameaça. É muito difícil pará-lo, mesmo colocando jogadores descansados para marcá-lo. É maravilhoso vê-lo jogar. Ele mostrou mais uma vez que provavelmente é o melhor do mundo. Sua entrada decidiu o jogo.”

Ainda assim, o momento mais marcante do mês aconteceu fora dos gramados: Yamal foi destaque na premiação de Bola de Ouro. Ele conquistou o Troféu Kopa pelo segundo ano consecutivo, feito inédito, mas terminou como vice para Ousmane Dembélé na disputa pelo prêmio principal.

Apesar da frustração, o atacante mostrou maturidade ao escrever no Instagram: “O plano de Deus é perfeito, é preciso subir para chegar ao topo. Feliz pelo Troféu Kopa e parabéns ao @o.dembele7 pela conquista e pela grande temporada.”

De volta ao Barça, o técnico Hansi Flick projetou evolução ainda maior para sua joia: “Ele está bem, motivado para os próximos anos. E também sabe reconhecer o mérito de Dembélé. Aceitou com maturidade e está motivado para provar seu valor e, quem sabe, ter uma chance na próxima temporada. Está muito próximo de voltar ao nível máximo e, pelo que vi, parece estar em ótima forma.”

Há alguns meses, Franco Mastantuono tomou uma decisão que mudou sua carreira. O atacante argentino parecia a caminho do Paris Saint-Germain, mas aceitou o chamado do Real Madrid. Aos 18 anos, já é um nome popular no Santiago Bernabéu.

A expectativa era de que tivesse uma temporada de adaptação após deixar o River Plate. Mas o jovem mostrou personalidade: estreou na Champions League como o mais novo da história do clube e já é o terceiro estrangeiro mais jovem a vestir a camisa merengue no time principal. Nada de oportunidades forçadas, Xabi Alonso deixou claro que Mastantuono conquistou espaço por mérito.

“Franco tem muito a oferecer. A adaptação foi ótima. Gosto da competitividade dele, tem energia de sobra. Agora precisamos organizá-lo. Esse gene competitivo é fundamental para o nosso time. Vamos desfrutar disso”, disse o treinador.

O uruguaio Federico Valverde, referência do elenco, também destacou a evolução do compatriota sul-americano: “É bom ter um amigo da Argentina aqui. Ele é como um irmão mais novo para mim. Quero ajudá-lo e lembrar que, com esse escudo, ele terá milhares de chances de marcar e conquistar títulos. Que continue aproveitando cada minuto no Bernabéu, porque não é qualquer um que joga ali.”

Mastantuono já deixou sua marca: anotou o primeiro gol pelo Real no 4 a 1 sobre o Levante, enganando a defesa ao fingir que cortaria para a esquerda antes de finalizar com a direita no ângulo. Dentro de campo, começa a se entrosar com Mbappé e espera ansiosamente pela volta de Jude Bellingham.

“Bellingham é incrível. Nunca vi um jogador assim: tanta hierarquia, tanta calma, tanta determinação. Ele vai nos ajudar muito. É diferente de todos os outros.”

No cenário de seleções, Mastantuono também já fez história. Tornou-se o jogador mais jovem da Argentina a vestir a camisa 10 da seleção principal, quebrando o recorde de Diego Maradona e assumindo simbolicamente o manto que foi de Lionel Messi, em amistoso contra o Equador.

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Veja os detalhes

A incapacidade do Liverpool de fechar a contratação de Marc Guehi, do Crystal Palace, no último dia da janela, pode acabar marcando a temporada. Ao mesmo tempo, abriu-se espaço para que Giovanni Leoni tivesse uma oportunidade imediata no time principal. Mas a chance foi brutalmente interrompida por uma lesão grave.

Com 1,96m de altura e presença imponente, Leoni vinha de uma temporada de destaque pelo Parma, na Série A italiana, que lhe rendeu até convocação para a seleção principal da Itália em setembro. Aos 18 anos, estreou pelos Reds na vitória por 2 a 1 sobre o Southampton, pela Carabao Cup, e se destacou como um dos melhores em campo, em uma noite em que vários jogadores experientes decepcionaram. A dúvida que pairava era: estaria pronto para, em breve, atuar ao lado de seu ídolo, Virgil van Dijk?

A resposta não veio. Nos minutos finais da partida, Leoni rompeu o ligamento cruzado anterior (LCA) e deixou o gramado do Anfield inconsolável. Dias depois, o técnico Arne Slot confirmou o pior: “Ele não está em uma boa situação, rompeu o ligamento e ficará fora por cerca de um ano. É muito duro para alguém tão jovem, em um novo país, depois de jogar tão bem na estreia. É difícil ver o lado positivo, mas temos que lembrar que ele ainda é muito jovem e terá muitos anos de carreira depois de se recuperar dessa terrível lesão.”

Mesmo diante do drama, Slot ressaltou que o zagueiro está no ambiente ideal para dar a volta por cima, cercado de companheiros que passaram por situações semelhantes: “Temos exemplos aqui, como Virgil e Joe [Gomez], além de muitos outros no futebol mundial. É mais doloroso quando se está perto da aposentadoria, mas não é o caso dele. Ter cirurgiões e profissionais de reabilitação é fundamental, mas também é importante ter jogadores que já viveram isso ao seu lado, passando energia positiva nos momentos certos. Nossos atletas mostraram muita compaixão por ele e continuarão mostrando.”

Leoni também se pronunciou nas redes sociais: “Quero agradecer de coração a cada pessoa que me enviou apoio nesse momento difícil. Não foi a estreia com que sempre sonhei, mas darei tudo de mim para voltar a jogar nesse estádio mágico o mais rápido possível. Muito obrigado!”

Pode ser que leve um tempo até Leoni voltar a aparecer no Mês NXGN, mas a expectativa é de que seu retorno, quando acontecer, marque o início de uma grande trajetória em Liverpool.

Há um ano, Luka Vuskovic foi incluído na lista NXGN após uma sequência de gols pelo Westerlo, da Bélgica. Um ano depois, o zagueiro croata de 18 anos começa a chamar atenção na Alemanha, defendendo o Hamburgo por empréstimo.

Contratado pelo Tottenham em 2023 junto ao Hajduk Split, Vuskovic só pôde se juntar aos Spurs neste ano, quando completou 18 anos. Após boa pré-temporada com Thomas Frank, foi emprestado para ganhar experiência. O Hamburgo foi o destino escolhido, o mesmo clube onde seu irmão Mario jogava antes de ser suspenso por doping, episódio que gerou até uma onda de adesivos de “#FreeVuskovic” pela cidade.

O jovem estreou em uma dura derrota por 5 a 0 para o Bayern de Harry Kane, mas sem responsabilidade direta pelo resultado. Logo no jogo seguinte, deu a volta por cima: marcou o gol da vitória por 2 a 1 sobre o Heidenheim, na estreia em casa. Depois, brilhou em um empate sem gols contra o Union Berlin, dominando pelo alto.

“Ele é um monstro, com certeza”, disse o companheiro Miro Muheim. “Não perdeu uma única disputa aérea. Está fazendo um grande trabalho, é um jogador fantástico e tem nos ajudado muito.”

Os números confirmam: contra o Union, Vuskovic venceu nove disputas aéreas e 19 duelos, mais do que qualquer outro em campo. O jornal Hamburger Abendblatt não hesitou em apelidá-lo de “Air Vuskovic”.

Um placar de 6 a 4 já fala por si só. A vitória do Eintracht Frankfurt sobre o Borussia Monchengladbach foi descrita pela imprensa internacional como um dos jogos mais malucos da temporada, com o Frankfurt abrindo 6 a 0 antes de quase sofrer a virada nos minutos finais.

No meio do caos, o turco Can Uzun, de 19 anos, foi maestro. Embora tenha terminado com um gol e uma assistência, participou de praticamente todas as jogadas ofensivas da equipe, coroando um mês em que já vinha de três jogos seguidos marcando.

A atuação rendeu elogios de peso. Lenda alemã, Lothar Matthaus declarou: “A bola o ama porque ele sempre toma a decisão certa. Ele demorou um pouco, chegou a contratar um treinador particular, mas agora tem o controle total do jogo. O que jogou no primeiro tempo foi absolutamente nível mundial.”

Com confiança, Uzun também mandou um recado ao Bayern: “Foi um grande gol depois de ótima assistência do Fares [Chaibi]. O primeiro tempo foi muito divertido. Fizemos seis gols, o que é incrível… espero marcar contra o Bayern também.”

A torcida do Arsenal recebeu uma má notícia no início da temporada do Campeonato Inglês feminino: a capitã Leah Williamson ficaria fora das primeiras rodadas por lesão. Mas, na ausência dela, surgiu uma nova protagonista: Katie Reid, de 18 anos.

Williamson havia profetizado, em 2023, que Reid “tomaria sua camisa” um dia, chamando-a de “excepcional”. E a jovem defensora tem mostrado por quê. Titular nos quatro primeiros jogos, é a jogadora do elenco que mais venceu duelos individuais, atrás apenas de Katie McCabe em desarmes. Com a bola nos pés, também impressiona: tem o quarto melhor índice de passes certos da equipe, atrás apenas de Steph Catley, Mariona Caldentey e da própria Williamson.

“Ela é muito calma sob pressão, rápida, física. Reúne todas as qualidades que gostamos em uma zagueira”, afirmou a técnica Renee Slegers.

Com Millie Bright em dúvida para a Eurocopa 2025 e Lotte Wubben-Moy pouco utilizada, Reid pode até ganhar espaço na seleção de Sarina Wiegman em breve. Aos 18 anos, já merece ser considerada uma opção real para a Inglaterra.