O Lyon foi rebaixado provisoriamente à segunda divisão pela DNCG (Direção Nacional de Controle de Gestão), órgão que regula as finanças do futebol francês, e se prepara para uma audiência decisiva nesta quinta-feira. Desde a saída de John Textor da presidência, os novos dirigentes Michele Kang e Michael Gerlinger vêm descobrindo uma série de irregularidades na gestão anterior.
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AFP
O CONTEXTO
Auditorias internas revelaram graves inconsistências nos números financeiros do clube. Segundo o L'Équipe, o Lyon teria pago salários a cerca de 54 jogadores nesta temporada, embora os técnicos Pierre Sage e Paulo Fonseca nunca tenham trabalhado com elencos maiores que 30 atletas. A suspeita é de que esse número inflado esteja ligado ao Botafogo, também controlado pelo Eagle Football Group, empresa de Textor, e que pode ter se beneficiado de recursos do clube francês.
MAIS DETALHES
O L'Équipe afirma que “manobras contábeis” podem ter sido utilizadas para permitir que o Botafogo financiasse reforços — e que o clube brasileiro ainda não apresentou suas contas referentes ao último ano, o que gera ainda mais desconfiança. Há preocupação especialmente em torno de 92 milhões de euros investidos nos direitos econômicos de três jogadores: Igor Jesus, Jair e Luiz Henrique, que teriam sido pagos com dinheiro do Lyon. Também há suspeitas de uso de factoring, prática em que empresas vendem seus recebíveis para obter liquidez imediata, o que agravaria ainda mais a crise financeira do clube francês.
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O QUE VEM POR AÍ?
Com poucos dias até a audiência definitiva na DNCG, o foco da nova gestão é convencer as autoridades financeiras a reverter o rebaixamento e garantir a permanência na Ligue 1. Por ora, Kang e Gerlinger evitam um embate direto com Textor, mas a cobrança de responsabilidades virá no momento apropriado. A prioridade absoluta do Lyon neste momento é a sua sobrevivência na elite do futebol francês.