+18 | Conteúdo Comercial | Aplicam-se termos e condições | Jogue com responsabilidade | Princípios editoriais
Lucas Moura James Rodríguez Tottenham EvertonGetty Images

James Rodríguez e Lucas Moura, os nomes certos para o São Paulo voltar a ser quem era

O São Paulo foi o clube que mais chamou atenção nos movimentos realizados nesta segunda – e última – janela de transferências do futebol brasileiro em 2023. Outras equipes trouxeram nomes interessantes, é verdade, mas só o Tricolor Paulista contratou James Rodríguez e Lucas Moura de uma vez só. O objetivo é claro: voltar a levantar grandes títulos.

A última grande taça levantada pelo São Paulo foi a Copa Sul-Americana de 2012, quando Lucas Moura ainda era um menino e se despedia do clube para atuar no PSG. Rogério Ceni ainda era goleiro e, poucos anos antes, o Tricolor havia emplacado títulos de Libertadores, Mundial de Clubes e três Brasileirões. Era tão “bicho papão” de títulos que recebeu (ou se autointitulou) o apelido de Jason, em referência ao personagem de uma franquia de filmes de terror.

  • Anos de terror

    Naqueles idos de 2012, contudo, poucos apostariam que seria o São Paulo quem assistiria um filme de terror particular. O clube não passou pelos perrengues de outros adversários, como cair de divisão, mas se encontrou em um marasmo de anos sem nenhum título até 2021. Saiu da fila com um Campeonato Paulista, feito que rendeu comemorações. Mas o estadual, não é novidade, não tem mais aquele peso de décadas atrás. O Tricolor, portanto, ainda sonha em voltar a levantar uma taça daquelas de grande importância.

  • Publicidade
  • O quase e uma nova chance

    Este título quase veio em 2022, mas os são-paulinos foram derrotados pelo Independiente Del Valle na final da Copa Sul-Americana. O time, ainda treinado por Rogério Ceni, ainda havia caído nas semifinais da Copa do Brasil diante do Flamengo – e também ficou com o vice naquele estadual.

    Mas depois do ano de “quases”, o segundo semestre de 2023 começou a apresentar possibilidades. Ceni caiu e Dorival Júnior chegou fazendo uma revolução positiva nos resultados. O Tricolor está no mata-mata da Sul-Americana, mas é o inédito título da Copa do Brasil que, hoje, surge como o mais acessível. Por um simples fato: a equipe está na semifinal.

    Em que pese a dificuldade de eventualmente passar pelo Corinthians nas semis, e de enfrentar Grêmio ou (mais provável) Flamengo na decisão, é um troféu possível e que teria um sabor especial. Além de ser uma taça que o clube não tem, daria aquela sensação de que o São Paulo poderia voltar a ser o que um dia já foi: um time que conquista grandes títulos.

  • James RodriguezErik Maciel / São Paulo FC

    A responsabilidade de James Rodríguez

    Neste caminho, as chegadas de James e Lucas dão grande esperança. O colombiano, por exemplo, foi um dos melhores meias da última década. Estamos falando de um jogador que teve protagonismo na Copa do Mundo de 2014, passou a ser referência da seleção colombiana e construiu uma história de sucesso em clubes como Porto, Real Madrid e Bayern de Munique.

    Os seus últimos anos foram de oscilação. No Everton, da Inglaterra, o início de sua única temporada (2020/21) foi espetacular mas o meia não conseguiu sustentar, com regularidade, o alto nível e caiu de rendimento. Seu próximo passo foi no Al-Rayyan, do Qatar, clube que talvez seja o sonho apenas de Roger Guedes. É uma queda no status de um craque global.

    Entre 2022 e 2023, James foi destaque do Olympiacos, mas optou por deixar o clube grego após a saída de Marcelo (atual Fluminense, seu ex-companheiro de time também no Real Madrid) e rescindiu o contrato que havia acordado. Estava sem clube desde então.

    De forma isolada, os últimos três anos de James foram bons se olharmos para as estatísticas: 20 gols e 20 assistências em 79 jogos, segundo levantamento da plataforma Sofascore. Mas o colombiano de Cúcuta tem apenas 32 anos e esperava-se um período maior de estadia nas principais ligas europeias. James, portanto, tem um ponto a provar. E precisa dar a resposta em um grande clube que, assim como ele, também quer dar uma resposta dentro do cenário brasileiro e sul-americano.

  • ENJOYED THIS STORY?

    Add GOAL.com as a preferred source on Google to see more of our reporting

  • Lucas Moura Tottenham reserves 2022-23Getty Images

    O porto-seguro de Lucas Moura

    Lucas Moura também oscilou. Deixou o São Paulo como esperança de ser um dos melhores jogadores de sua geração, teve alguns grandes momentos mas, ainda que por uma margem pequena, não conseguiu ser o que as mais altas expectativas esperavam. Oscilou no PSG antes de ir para o Tottenham, onde também alternou ótimas atuações com presenças no banco de reservas.

    Está na história do clube londrino por exibições como contra o Ajax, em 2019, quando ajudou a levar os Spurs à final daquela Champions League, e por gols marcantes em duelos contra o Manchester United. Mesmo assim, jamais foi titularíssimo da equipe. Inclusive, começou a final europeia contra o Liverpool no banco de reservas pouco após os feitos épicos na semifinal. Também não conseguiu se estabelecer como um jogador de seleção brasileira.

    Mas é aquela coisa: muito se espera de quem mostrou que muito pode fazer. Lucas Moura tem muita habilidade, capacidade de finalização e joga em todas as posições de ataque. Pode contribuir muito para o São Paulo neste seu retorno até o fim do ano. Se foi com protagonismo dele, em 2012, que o Tricolor conquistou seu último grande título, por que o roteiro não poderia se repetir uma década depois?

  • Dorival Júnior em sua estreia como técnico do São Paulo no Brasileirão de 2023Rubens Chiri / saopaulofc.net

    Quebra-cabeças para Dorival

    A chegada dos dois meias-atacantes causou euforia no torcedor são-paulino, mas também dúvida: como o time pode ser escalado? Dorival Júnior terá que fazer um ajuste ou outro. A tendência natural é ver Lucas Moura atuando pela ponta-direita, o que tiraria a titularidade de Wellington Rato.

    James poderia ficar mais pela esquerda, embora transitando pelo meio. Luciano e Jonathan Calleri podem seguir como dupla de ataque, mas até o primeiro correria o risco de perder o status como titular inquestionável. Nomes como Alexandre Pato e Marcos Paulo perdem espaço. Fato é que Dorival terá inúmeras opções, de peças e possibilidades, para montar o seu ataque. A dor de cabeça que qualquer treinador pede para os céus.

    Se James e Lucas mostrarem um pouco do que faziam em seus melhores momentos, o São Paulo terá grandes chances de voltar a mostrar o que fazia em seus melhores momentos. A expectativa agora passa a ser de títulos e de voltar a ser o que era.

0