Os dez momentos chave para o tricampeonato consecutivo do Manchester City na Premier League

Pode-se dizer que o City conquistou o título no dia 13 de junho de 2022, dia em que oficializou a contratação de Erling Haaland.

Depois de superar o Liverpool na última temporada sem ter um atacante tradicional, e com Kevin De Bruyne como artilheiro do time, o City contratou um goleador. Haaland havia marcado 49 gols em suas duas últimas temporadas, e ainda conseguiu melhorar seus números na Inglaterra, onde tem quebrado diversos recordes.

Com um monstro como Haaland completando uma equipe que já era espetacular, ninguém mais tinha chance.

Todo candidato ao título precisa estabelecer uma marca inicial, e o City fez isso no primeiro clássico de Manchester da temporada, quando goleou o Manchester United por 6 a 3, com três gols e duas assistências de Haaland, e mais três gols de Phil Foden.

Os torcedores do United não conseguiam aceitar o que estavam presenciando e muitos, inclusive, deixaram o Etihad Stadium antes do final do jogo. Para o City, essa foi a primeira de muitas grandes vitórias da temporada contra uma equipe de ponta e um aviso para o resto da liga.

O ínicio de 2023 foi complicado para o City, que empatou em 1 a 1 com o Everton no último dia de 2022, e depois acabou sendo eliminado da Copa da Liga Inglesa para o Southampton, e perdendo para o United por 2 a 1 no Old Trafford.

Em seguida, porém, veio uma volta por cima contra o Tottenham. Nos últimos minutos do primeiro tempo, os Citizens sofreram dois gols do nada, e até foram vaiados quando iam para o vestiário. No entanto, um furioso Guardiola conseguiu inspirar o time para uma enorme virada no segundo tempo da partida, que acabou 4 a 2 para os futuros campeões.

Mas o que aconteceu depois da partida foi, sem dúvida, mais importante. Guardiola criticou seus jogadores, a comissão técnica e os torcedores. Isso parecia indicar que o treinador estava perdendo a paciência, mas na verdade era o contrário, era o seu jeito de provocar uma reação do time. E funcionou: desde este dia, o City perdeu apenas cinco pontos.

Muita gente se espantou quando o City, no meio da temporada, emprestou João Cancelo ao Bayer de Munique. O lateral-esquerdo havia sido um dos melhores jogadores da equipe nas duas temporadas anteriores, e teve um bom início na atual campanha. No entanto, ele não estava se adaptando muito bem ao novo esquema do time, que agora tinha Haaland na frente, e acabou perdendo espaço para Nathan Aké.

Guardiola então, percebendo que a nova situação no time não estava agradando o português, resolveu liberá-lo antes que ele pudesse causar algum problema à equipe.

A postura de Guardiola, apesar de surpreendente, acabou sendo uma das principais demonstrações de sua liderança na equipe, mostrando que não toleraria ninguém que questionasse suas decisões. Desde então, o City tem parecido muito mais unido - e com dois laterais que vêm jogando bem e no esquema que agrada ao treinador.

O mundo do futebol ficou atônito com a notícia, em 6 de fevereiro, de que a Premier League havia acusado o City de várias violações de suas regras financeiras entre 2009 e 2018. O clube foi ameaçado de perder seus títulos e até mesmo de ser rebaixado da Liga Inglesa de Futebol.

Muitos times poderiam ter se abalado por um anúncio desse tipo, mas, ao invés de atrapalhar a briga City pelo título, a investigação acabou incentivando a equipe. Os torcedores também adotaram uma postura de segurança, mostrando que ainda estava fechada com o clube.

Desde que a notícia foi divulgada, a equipe de Guardiola não perdeu uma única partida em todas as competições, chegando a marca de 23 jogos invictos. Na liga, o time conquistou 40 pontos de 42 possíveis, vencendo todas as partidas, exceto o empate em 1 a 1 com o Nottingham Forest.

Os times treinador por Guardiola não costumam deixar os adversários com a bola, não importa qual o time que está do outro lado. No entanto, no jogo contra o Arsenal, principal rival na briga pelo título, a equipe preferiu deixar a posse com os Gunners, e se valeu disso para arrancar pontos importantes do time dos donos da casa.

Kevin De Bruyne foi rápido ao aproveitar um passe ruim de Takehiro Tomiyasu e, com um toque, despistou a marcação de Aaron Ramsdale para abrir o placar. Depois que Bukayo Saka empatou, o City novamente roubou a bola do Arsenal em seu próprio campo e armou um rápido contra-ataque, com Jack Grealish recebendo um passe de Erling Haaland para voltar à frente no placar.

Haaland fechou o placar da vitória. Mas, tão importante quanto os três pontos, foi o fato de o time ter dado um grande golpe no moral nos rivais, aproveitando o momento para si.

O Liverpool foi o o principal rival do City em três das últimas quatro temporadas e, no início de abril, foi ao Etihad enfrentar os comandados de Gaurdiola sem Haaland, que se recuperava de uma lesão. Este foi um grande teste para os Citizens, que precisaram explorar a profundidade de seu elenco em um momento importante da briga pelo título.

A equipe de Jurgen Klopp saiu na frente com Mohamed Salah, mas o City não se desestabilizou, e Álvarez empatou antes de De Bruyne, Ilkay Gundogan e Grealish marcarem no segundo tempo para fazer 4 a 1.

Grealish fez uma de suas melhores partidas com a camisa do City, mostrando que, apesar de fazer falta, jogar sem Haaland não precisa significar o fim do mundo. Além de atormentar o Liverpool no ataque, ele deu uma arrancada de tirar o fôlego até sua própria área para perseguir Salah e bloquear um passe para Diogo Jota, que quase certamente teria resultado em uma vantagem de 2 a 0 para o Liverpool.

No início de abril, o Arsenal ainda estava no controle de seu próprio destino. Já City, além de se manter regular mesmo em meio a três competições, incluindo o mata-mata da Champions, precisava de um tropeço do rival para comandar a briga pelo título.

E, enquanto os Citizens se superavam mais e mais, e seguiam vencendo com facilidade, o Arsenal começou a sentir a pressão e desmoronar. Um dia após a vitória do City por 4 a 1 sobre o Southampton, o time de Arteta desperdiçou uma vantagem de dois gols e acabou empatando com o Liverpool em Anfield.

Na semana seguinte, o City venceu o Leicester de maneira tranquila, permitindo até mesmo que Guardiola começasse a tirar jogadores importantes de campo para poupá-los. No dia seguinte, o Arsenal repetiu um empate após ter uma vantagem de dois, e apenas alguns dias depois, empatou novamente, desta vez com o lanterna do campeonato.

Em uma questão de três jogos, o Arsenal se complicou na briga pelo título e quase que entregou a taça para o City de bandeja.

O Arsenal foi ao Etihad precisando somar três pontos para seguir com boas chances de vencer o campeonato. Mas o jogo, que vinha sendo anunciado com um confronto direto pelo título, logo se transformou no pesadelo dos Gunners e em uma moleza para o City, que venceu por 4 a 1.

O primeiro gol dos Citizens veio com apenas sete minutos, e o Arsenal se desestabilizou com a intensidade proposta pelo adversário. Com isso, o City não teve dificuldades para se impor no jogo.

Ao final, o Arsenal ainda estava com dois pontos de vantagem, mas com dois jogos a mais, o que desanimava ainda mais o time de Arteta.

Mesmo parecendo um pouco instável no começo do jogo, o City conseguiu uma gigante vitória por 3 a 0 contra o Everton no Goodison Park. A cabeçada de Haaland e os golaços de Gundogan deixaram o time em uma posição ainda mais confortável na briga pelo título.

A 11ª vitória consecutiva deixou o City precisando de mais dois triunfos para conquistar o título, mas o Arsenal facilitou ainda mais as coisas ao ser derrotado pelo Brighton, em casa, por 3 a 0, apenas duas horas depois.

Em um piscar de olhos, a corrida pelo título, que antes era emocionante e convincente, chegou ao fim.