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Como o Nova Iguaçu desbancou gigantes do Rio de Janeiro para sonhar com título carioca: até onde dá para chegar?

O Nova Iguaçu é o grande vencedor do Campeonato Carioca de 2024, independentemente se o Flamengo confirmar ou não o seu abissal e incontestável favoritismo para a final da competição. Afinal de contas, não é todo dia que um time fora do grupo dos quatro gigantes alcança uma decisão estadual.

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A Laranja Mecânica tupiniquim é primeira equipe de menor expressão desde o Madureira, em 2006, a conseguir disputar uma decisão de Campeonato Carioca. Ou seja, mais do que nunca o Nova Iguaçu faz valer a alcunha de Orgulho da Baixada.

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  • Carlinhos, Nova Iguaçu 2024Divulgação/Nova Iguaçu

    Como o Nova Iguaçu chegou até aqui?

    Fundado em 1990, o Nova Iguaçu teve rápida ascensão nos quadros do futebol carioca. Cortesia de uma excelente estrutura, claro, mas jogar bola no cenário brasileiro é uma tarefa quase hostil. Dificuldades foram aparecendo e três rebaixamentos aconteceram desde sua estreia na elite estadual, em 2006.

    Na atual temporada, contudo, as coisas estão dando certo como nunca antes na elite. Quando um time pequeno consegue chegar na decisão de um estadual, evidente que parte do holofote aborda o fracasso dos grandes que não conseguiram a vaga (no caso, aqui, Vasco e Botafogo).

    É normal e também conta parte de toda a história, mas o Nova Iguaçu não chegou à toa na finalíssima de 2024. A equipe comandada por Carlos Vitor, o Cal, esteve no G4 da Taça Guanabara durante toda a competição.

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  • Nova Iguaçu, 2024Divulgação/Nova Iguaçu

    Vencendo o Vasco na bola

    Mas é impossível não citar as semifinais contra o Vasco, dentro de um Maracanã lotado de cruz-maltinos, como ponto alto da temporada iguaçuana. Quiçá como grande momento da história do clube. Além de ter arrecadado mais de R$ 1 milhão em bilheteria, o Nova Iguaçu pôs o Gigante da Colina contra as cordas nos duelos do mata-mata.

    Na ida, o empate por 1 a 1 saiu barato para os vascaínos, que viram o goleiro Léo Jardim sair de campo como herói. Dias depois, o arqueiro seria chamado por Dorival Júnior para integrar a seleção brasileira. Apesar de não ter tido mais posse de bola, a “Laranja Mecânica” da Baixada criou as principais chances. O cenário do jogo de volta foi o mesmo, com a diferença da vitória por 1 a 0 com gol de Bill na metade do segundo tempo.

  • Carlos Vitor, técnico Nova Iguaçu 2024Divulgação/Nova Iguaçu

    O domínio que foge à bola

    Importante destacar que não é apenas dentro de campo, nas boas transições, na construção, criação e finalização, que o Nova Iguaçu deu aula neste Campeonato Carioca. O lado humano é outro aspecto a ser muito elogiado.

    Bill e Carlinhos, os dois grandes destaques do time, representam muito bem tudo isso. O primeiro, revelado pelo próprio Nova Iguaçu antes de sair para jogar ao lado de Vinícius Júnior na base do Flamengo, tentou a carreira na Europa e jogava na Ucrânia, pelo Dnipro, quando a guerra com a Rússia estourou.

    Bill precisou voltar ao Brasil às pressas e não conseguiu mostrar, em campo, estar à altura de toda a expectativa que lhe cercava. Rodou o país, na maioria das vezes em times de menor destaque, até retornar para a sua primeira casa: “Eu cheguei no Nova Iguaçu disposto a trabalhar, ser feliz, e ninguém acreditou em mim (...) Entrei aqui, assumi a responsabilidade”, disse, com os olhos ainda lacrimados de emoção pelo gol sobre o Vasco que levou o time para a grande decisão.

    A história de Carlinhos também foi de altos e baixos. Campeão da Copa São Paulo em 2017, e artilheiro daquela edição com 11 gols marcados, o atacante era uma das sensações da base do Corinthians. Mas não conseguiu levar todo o hype para o profissional.

    Além de disputar posição com Jô, o jovem teve problemas com o técnico Fábio Carille, que o rotulou como indisciplinado – rótulo que Carlinhos refuta veementemente. Pelo Nova Iguaçu, Carlinhos encontrou no acolhimento e confiança duas bases para lhe ajudar a brigar pela artilharia do Campeonato Carioca.

    “O professor Cal (Carlos Vitor), Andrezinho (ex-jogador)... me trataram como ser humano. Todo dia tinha uma conversa, me chamavam de canto para perguntar como estava a minha mãe. Você trabalha mais feliz, contente. Está sendo importante ter esse acolhimento”, disse o jogador em relato publicado pelo jornal O Globo.

    O professor Cal, Carlos Vitor, é outro grande personagem. Trabalhando no clube há 32 anos, ele foi de ex-jogador a técnico do Nova Iguaçu. A inspiração no Flamengo de 1981 pode ser notada no 4-2-3-1 de sua equipe, de dinâmica rápida e que busca privilegiar o melhor da individualidade de cada um para compor um grupo coeso. Mas o aspecto humano também é fundamental.

    “Sempre fui uma pessoa de ler muito. Li Mahatma Gandhi, Ayrton Senna, Bernardinho... Daí você vai tendo conotações que, com as ideias que você tem, propiciam que você seja fidedigno com essas questões (que valorizam a saúde mental). Se você não tiver com a mente boa, não vai conseguir produzir e performar. É importante ser equilibrado independente do que está passando. É difícil? Muito. Mas esse é o grande segredo”, afirmou também em entrevista para o jornal O Globo.

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  • Até onde o Nova Iguaçu pode chegar?

    Vivendo neste início de 2024 o melhor momento em seus poucos anos de história, impossível não imaginar o que mais pode vir do Orgulho da Baixada. A temporada do Nova Iguaçu seguirá com a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro.

    E embora seja provável ver alguns de seus principais jogadores sendo negociados após a final contra o Flamengo (inclusive, Carlinhos já está negociado com o Rubro-Negro), a expectativa é de ver a campanha histórica deste ano servir como impulsionador para o clube seguir com sua receita de sucesso: apostar na estrutura para revelar jogadores. Se conseguir dar saltos maiores dentro do cenário nacional, além do estadual, melhor ainda. É o próximo grande objetivo a ser atingido.

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