Cano seguiu em São Januário e era a grande esperança de um retorno tranquilo à elite. Mas a Série B de 2021 foi dura com o Vasco, sua torcida... e com o próprio Germán Cano. Com os péssimos resultados em campo, o clube passou por três trocas de treinador.
O atacante argentino seguia isolado no gramado, e a pilha de gols que muitos imaginavam que o camisa 14 teria em seu nome não veio. Foram 11 tentos, número que lhe garantiu o posto de artilheiro do time na competição... mas ainda assim abaixo das expectativas. E o pior: o Vasco não conseguiu o acesso.
O pior momento de Cano no Vasco teve, curiosamente, Fernando Diniz como seu treinador. Os cruz-maltinos precisavam vencer o Guarani para voltarem a se aproximar do G4. Partida dura, onde o empate sem gols prosseguiu até os últimos minutos. Até o Vasco ter a chance da vitória em um pênalti, que acabou sendo desperdiçado pelo argentino. Logo no lance seguinte, o Guarani fez o seu gol e ficou com aqueles importantíssimos três pontos.
Cano não voltaria a balançar as redes pelo Vasco. Os últimos jogos daquela campanha reservaram derrota por goleada no clássico contra o Botafogo, demissão de Fernando Diniz e, no final das contas, fracasso na missão de retornar à elite. O Vasco permaneceria na Série B. Em meio à revolta da torcida, Germán Cano acabou sendo alvo das insatisfações. Passou a ser chamado de “pipoqueiro” por muitos vascaínos.
Apesar da relação íntima que criou-se entre jogador e clube, a separação fez-se necessária por diversos fatores: o fracasso na missão de retorno à elite do Brasileirão trouxe como consequência menos dinheiro, e o Vasco já estava devendo para o argentino. Aconteceram negociações rápidas, mas sem sucesso. E aí é impossível não pensar que a bronca da torcida e as acusações de “pipoqueiro” não tenham contribuído, ainda que minoritariamente, para a separação.
A carta de despedida de Germán Cano aos vascaínos demonstrava um grande carinho ao clube, e, ainda que sem querer, trouxe consigo uma previsão inversa: “Espero revê-los em breve!”. Nem o argentino (maior artilheiro estrangeiro do Gigante da Colina neste século) nem as torcidas de Vasco e Fluminense imaginariam o que estava por vir.