Bola de Ouro 2024, a disputa entre Vini Jr., Bellingham e Mbappé na Copa América e na Eurocopa

Um fracasso. Foi com esta palavra que Mbappé resumiu sua participação na Euro 2024. A sinceridade teve motivo: a França chegou até as quartas de final, tendo sido eliminada por uma Espanha que despontou como grande sensação do torneio.

Em busca do único título que lhe falta com sua seleção, Mbappé estreou sendo decisivo na vitória sobre a Áustria, enviando a bola que terminaria em gol contra de Max Wober. Mas um choque de nariz com um adversário o obrigou a ficar usando uma incômoda (e o craque francês fez questão de não esconder o incômodo com o adereço) máscara de proteção durante a maior parte do torneio.

Poupado no empate sem gols com a Holanda, Kylian Mbappé fez seu primeiro gol na competição de pênalti, em nova igualdade contra a Polônia. A decepção francesa já começou ali, com a classificação como segunda colocada de sua chave. Nas oitavas contra a Bélgica, pouca inspiração do camisa 10 e vitória magra por 1 a 0. O cenário se repetiu com Portugal, mas desta vez com a vaga sendo garantida na loteria dos pênaltis – e com Mbappé pedindo substituição por cansaço já na prorrogação.

Enfim sem máscara, o duelo contra a Espanha parecia reservar o melhor de Mbappé. O astro começou o jogo com intensidade e deu a assistência para Kolo Muani abrir o marcador. No entanto, o brilho ficou todo com Lamine Yamal. O jovem espanhol fez um golaço para empatar e Dani Olmo virou as coisas para La Furia. Mbappé não conseguiu fazer a diferença e foi sincero ao avaliar sua participação na Eurocopa.

"Minha competição? Foi difícil, foi um fracasso", resumiu. Com isso, sua Bola de Ouro desta vez fica mais longe.

Dono da camisa 10 da Inglaterra, Jude Bellingham viu seu desempenho ir caindo, após uma boa estreia contra a Sérvia, mas foi inquestionavelmente o destaque individual de uma Inglaterra que mais uma vez chegou na final da Euro (apenas para perder mais uma vez).

Bellingham esteve em, praticamente, todas as partes do campo na estreia contra a Sérvia -- fazendo papel de camisa 5, 8 e 10. Liderou o time em ações com a bola nos pés, em trabalhos defensivos e, claro, foi decisivo para marcar o único gol da partida, garantindo a vitória inglesa.

O padrão foi ligeiramente parecido no empate em 1 a 1 contra a Dinamarca, mas desta vez sem ter conseguido contribuir diretamente com gols e já apresentando uma visível queda de rendimento.

Este padrão se confirmou em um novo empate, desta vez sem gols contra a Eslovênia. Bellingham pouco apareceu. Nas oitavas de final, frente a Eslováquia, o roteiro de atuações abaixo do esperado seguia de forma desesperadora. Até Bellingham tirar da cartola, no último lance, um golaço de bicicleta que salvou os ingleses de uma eliminação, conduzindo o time a uma vitória por 2 a 1 na prorrogação.

Protagonismo, golaço salvador? São itens importantíssimos na mistura que torna um jogador candidato forte à Bola de Ouro. A cereja do bolo seria, indubitavelmente, um título. E ela quase veio. Bellingham deu a assistência para o gol de empate da seleção inglesa, contra a Espanha, mas no final das contas o 2 a 1 encerrou qualquer sonho.

Existe uma enorme expectativa sobre Vinícius Júnior com a camisa da seleção brasileira, levando em conta o que ele vem fazendo pelo Real Madrid. E talvez seja esta alta expectativa tenha sido a responsável pelo surgimento, já, de algumas críticas.

Sua estreia na Copa América 2024, contra a Costa Rica, não foi boa. O astro do Brasil não conseguiu emplacar muitas jogadas, não foi tão efetivo. Apesar de ter conseguido criar algumas das poucas chances, Vinícius foi o atacante brasileiro com atuação mais discreta e foi substituído na metade do segundo tempo.

Já a exibição contra o Paraguai, na goleada por 4 a 1, foi a mais impressionante, do ponto de vista individual. Vinícius tentou dribles impressionantes, chamou o jogo para si, fez um golaço arquitetando jogada coletiva, e fez o seu segundo demonstrando oportunismo.

No empate em 1 a 1 contra a Colômbia, Vinícius e toda a seleção brasileira tiveram dificuldades. E o pior foi o cartão amarelo recebido pelo atacante, que o tirou do duelo decisivo contra o Uruguai, que terminou com eliminação brasileira nos pênaltis.