Por Tauan Ambrosio 
O Borussia Dortmund tinha motivos para entrar confiante nos gramados. Afinal de contas, além de nunca ter sido derrotado pelo Real Madrid em seu estádio - em 9 jogos - os borussianos acumulam três vitórias no mesmo número de jogos realizados na Bundesliga.
Mas se tem uma coisa que este Real Madrid sabe fazer, é destroçar recordes [exceção feita ao de sequência de jogos marcando gols, que ficou no mesmo patamar do Santos de Pelé]. E o fato de ter emplacado, no Campeonato Espanhol, a sequência de 12 vitórias fora de casa também servia de alerta para o confiante time comandado por Peter Bosz.
Com 10 minutos, o desenho da partida já estava esboçado: Dortmund pressionando a bola, com jogadores muito avançados, e Real Madrid aproveitando os espaços que apareciam nos contragolpes. O lado esquerdo dos alemães, defendido por Jeremy Toljan, foi o caminho mais fácil para o avanço dos Blancos. Foi por ali que, minutos após o experiente juiz Björn Kuipers ter ignorado uma mão de Sérgio Ramos dentro de sua área, que Carvajal cruzou para Bale abrir o placar.
O ACERTO DE ZIDANE
O galês, bastante criticado neste início de temporada, foi escalado no ataque ao lado de Cristiano Ronaldo em um 4-4-2 losango armado por Zidane. Entretanto, por característica própria, o camisa 11 seguiu caindo bastante pelos lados: “É um movimento natural que ele faz”, avaliou após o jogo Zinedine Zidane, que foi cirúrgico em sua estratégia: “Ele vinha bem para este jogo, porque o Borussia jogou com uma linha muito avançada... ele conseguiu ser letal”, explicou.
A DIFERENÇA ENTRE CR7 E AUBAMEYANG
Getty ImagesCR7 apareceu para resolver (Foto: Getty Images)
Já Cristiano Ronaldo não foi um personagem dos mais constantes no primeiro tempo, embora tenha levado perigo em um arremate nos minutos finais. Isso mudou na etapa derradeira, quando no espaço de 30 minutos o português resolveu a contenda para o Real Madrid: aos 49’, após receber passe de Bale; aos 79’, em posição duvidosa, após linda assistência Modric.
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CR7 arriscou um total de 5 arremates, e os 2 que foram na direção correta terminaram no fundo das redes de Burki. O português não precisa ser figura onipresente – como Toni Kroos foi no meio-campo, por exemplo – para terminar a partida como grande personagem. A contagem de gols totais na Champions League chegou a 109, e contando...
Artilheiro de qualidade, Auba encontrou dificuldades (Foto: Getty Images)
Pelo Dortmund, não acertar o pé foi uma das razões pela derrota [além da arbitragem e de outra questão que veremos à frente]. Aubameyang arriscou o mesmo número de arremates de CR7, no total e na direção da meta defendida por Keylor Navas. O gabonês, artilheiro de grande qualidade, deixou a sua marca, mas ficou a impressão de que poderia ter resolvido melhor o jogo. E contra o Madrid, você não pode desperdiçar chances.
CASEMIRO, A BASE QUE FAZ O DESEQUILÍBRIO
Getty ImagesCasemiro, a Muralha Blanca do Signal Iduna Park (Foto: Getty Images)
O juiz errou, Cristiano Ronaldo e Bale foram extremamente eficazes em suas conclusões. Mas o ponto que decidiu a vitória inédita do Real Madrid no campo do Borussia Dortmund foi outro: Casemiro.
Se Kroos e Modric ditaram o ritmo e a criação de lances ofensivos, o brasileiro foi um verdadeiro paredão para impedir as constantes investidas do lado alemão. Protegeu a zaga com extrema competência, sendo quem mais divididas [13] e desarmes [6] fez no jogo. Além disso, impediu um total de 4 dos 16 chutes dados pelos aurinegros e participou da partida com bom toque de bola.
Do outro lado, a trinca de meio-campo formada por Sahin, Gonzalo Castro e Gotze teve boa atuação apenas na criação de jogadas. Mas isso não é o bastante, e a parte defensiva ficou comprometida. A defesa ficou exposta, como o próprio Peter Bosz reconheceu. Quando efetuou as alterações, no segundo tempo, já parecia tarde demais.
EQUILÍBRIO, MAS VITÓRIA MERECIDA PARA O REAL MADRID
Getty ImagesApesar da polêmica, até Bosz reconheceu superioridade madridista (Foto: Getty Images)
Peter Bosz também deixou claro que, apesar do erro do juiz no lance da mão de Sérgio Ramos, o Real Madrid foi merecedor da vitória. O seu time, segundo o próprio avaliou, defendeu e atacou com 11 jogadores. O conceito é adequado, mas se ninguém conseguir cumprir com todas as obrigações não adianta de nada: o Dortmund pecou na defesa e no ataque.
Já o Real Madrid soube muito bem construir as suas chances. Em um jogo ‘cá e lá’, de números extremamente equilibrados, fez a diferença para os espanhóis ter conseguido arrematar mais vezes dentro da área [foram 15 a 6]. Por isso, o aproveitamento foi melhor [10 chutes a gol contra 4]. E quando você tem um Cristiano Ronaldo finalizando em posições tão privilegiadas, as chances de ver as redes balançarem são enormes.
Números do jogo
