Por Rodrigo Calvozzo 
Passadas as primeiras horas da eliminação da Seleção Brasileira é preciso fazer uma análise com a cabeça fria, como o próprio técnico Tite havia pedido. Mas afinal de contas, o que aconteceu em Kazan?
Apesar dos analistas de placares garantirem estarmos diante de uma nova revolução futebolísticas, sigo acreditando que essa Seleção Belga é “apenas” um bom time. Os caras podem ser campeões mundiais? Sem dúvida. São favoritos diante de tudo que foi visto neste mundial? Não.
Fred Lee/Getty Images
(Foto:Fred Lee/Getty Images)
Para chegar a essa conclusão entendo que é preciso fazer um simples exercício mental. Imagine que as atuações de Brasil e Bélgica fossem invertidas. Certamente hoje os jornais e debates esportivos chegariam a conclusão de que deveríamos comemorar o avanço, mas que a Seleção Brasileira seguia devendo uma apresentação digna de sua tradição.
Não faltariam replays dos gols perdidos pelos belgas Renato Augusto, Coutinho e a incrível defesa de São Courtois já nos acréscimos, o novo milagreiro nacional. Porém, seriam através dos números que os analistas destruiriam a moral de nosso time, pois neste quesito a Bélgica teria dado uma goleada!
Ao longo dos 90 minutos os “belgas” comandados pelo veloz Diego Costa chutaram 27 vezes contra apenas nove tentativas dos brasileiros. Os mais detalhistas diriam até que o número de escanteios provaria que os eliminados europeus foram melhores, afinal de contas, foram oito no total, enquanto que nós tivemos apenas a metade dessas oportunidades. Posse de bola? Sim, eles também tiveram mais! Enquanto que os brazucas ficaram com a redonda 41,4%, os vermelhos amassaram o time de Tite nos 58,6% restantes. (Se bem que esse item anda bem em beixa nessa Copa).
Fred Lee/Getty Images
(Foto: Fred Lee/Getty Images)
Sim, esses índices estão ao contrário e quem avançou foram os belgas verdadeiros. Mas tudo isso serve para mostrar que fomos superados por um time que soube jogar a partida, teve competência para administrar o resultado e, apesar de Tite não concordar, contou sim com um pouco de sorte, afinal de contas, eles não tiveram nenhum mérito por tantos chutes tortos na frente do gol (Renato Augusto, Coutinho, Firmino, entre outros) e até bola na trave.
O time de Martinez está na semifinal, mas está longe de ser uma equipe encantadora. Eficaz sim (vale lembrar a frieza que tiveram diante dos japoneses), mas quem vem jogando pra valer até aqui são os franceses, comandados por Mbappé Bolt. Como disse acima, essa produtividade pode até leva-los ao título mundial, os colocando na história como uma equipe que sabe jogar o jogo e não como um time que entrará para o hall daquelas Seleções inesquecíveis.
O que o destino reserva para esse elenco apenas o Criador e os videntes de plantão sabem. De qualquer forma eles têm méritos de saberem jogar com suas armas. Mas por favor, precisamos dar a César o que é de César. Estamos diante de um bom time, não lidando com uma revolução mundial.
