Willian Arão está oficialmente fora do Flamengo. O meio-campista de 30 anos foi vendido ao Fenerbahçe e vai reencontrar Jorge Jesus no clube turco. Arão deixa a Gávea como símbolo de um período de um primeiro período reconstrução, seguido por auge e uma nova reconstrução de um ideal de time e elenco.
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Arão chegou ao Flamengo nos primeiros dias de 2016, vindo do Botafogo em meio a grande polêmica. No Brasileirão de 2015, o Rubro-Negro tinha ficado apenas com a 12ª colocação e vinha sendo rotulado como o time que gastava muito e entregava pouco. Resumindo: uma equipe que vinha decepcionando.
Willian Arão ajudou o Flamengo a se classificar para a Libertadores em 2016, quando o time bateu o 3º lugar no Brasileirão. Mas ainda assim parecia não ser suficiente para o clube da Gávea. Após mais alguns anos tentando e montando um bom elenco, chega, enfim, o ano de 2019.
A Era Jorge Jesus
O ano de 2019 está eternizado na mente e no coração de todo flamenguista como, talvez, o auge do futebol de toda a história mais recente do Flamengo. A curta passagem de Jorge Jesus pelo banco de reservas do Ninho do Urubu mudou os olhares para o Rubro-Negro, que apresentava um futebol requintado poucas vezes visto no Brasil.
E Willian Arão era uma das principais peças dessa engrenagem, que conquistou o Brasileirão e a Libertadores de 2019. O meio-campista deixou de ser criticado por parte da torcida depois que virou um dos nomes mais confiáveis por parte do técnico Jorge Jesus. Seu jogo deu um grande salto sob orientação do português.
De todos os anos que Arão esteve no Fla, em nenhum outro ele fez tantos jogos como 2019. Foram 64 partidas disputadas entre Carioca, Brasileirão, Copa do Brasil, Libertadores e Mundial. Ele foi titular em 62 dos 64 jogos disputados.
O mundo ideal, com Jorge Jesus, durou pouco. Ele chegou ao Fla em junho de 2019 e anunciou sua saída, rumo ao Benfica, em julho de 2020.
Flamengo pós-Jesus
A saída de Jorge Jesus abalou o futebol do Flamengo. As passagens de Domenec Torrent e de Rogério Ceni não deixaram grandes saudades no torcedor, apesar dos títulos, mas ambas tiveram Willian Arão como um personagem importante. Sem a mesma continuidade dos tempos de Jorge Jesus, ainda assim Arão manteve seu status como atleta valioso para o elenco.
Com Rogério Ceni, inclusive, Arão foi muitas vezes usado como zagueiro e precisou se reinventar para manter-se no time titular.
Paulo Sousa chegou e já foi embora e agora está na vez de Dorival Júnior, e Arão continuou com prestígio mesmo em um período conturbado, de muita pressão da torcida.
A verdade é que o Flamengo ainda busca uma nova identidade após a saída de Jorge Jesus, apesar do bom momento sob o comando de Dorival Junior. Nenhum trabalho desde a saída de JJ foi tão bem-sucedido. A saída de Arão significa mais um passo rumo ao recomeço.
A ausência do meio-campista será bastante sentida no clube, especialmente por poder cumprir diversas funções, mas talvez seja inevitável romper vínculos para quem busca novos tempos.
Arão simbolizou a busca por um time ideal, foi protagonista quando esse time ideal existiu e também esteve firme e operante no período de mudança desse modelo.
Ele deixa o Ninho do Urubu com 10 títulos conquistados pelo Flamengo e dificilmente será esquecido pelo apaixonado torcedor Rubro-Negro.


