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Thomas Tuchel Chelsea 2021Getty Images

Tuchel, o sucesso no Chelsea e a pergunta: é o técnico que melhor mexe no time?

O Chelsea, desde que levantou a taça da Liga dos Campeões da temporada passada, é um time a se observar. Os Blues, sob comando de Thomas Tuchel, se firmaram como uma das potências do futebol europeu. Com isso, é natural que se pense que a equipe pode, finalmente, voltar a aparecer como candidata ao título da Premier League.

Na grande final da Champions League, Tuchel, com seu Chelsea, deu um nó tático no Manchester City de Pep Guardiola. Neste momento, não só o treinador catalão ganhou um rival, como o City ganhou um adversário no Campeonato Inglês.

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Ainda assim, muitos criticavam o futebol proposto por Tuchel, principalmente na hora de um campeonato longo como a Premier League. O modelo de jogo, meticulosamente projetado, era considerado um pouco rígido para se levar em alto nível por 38 rodadas. Muitos pareciam não acreditar que o Chelsea poderia acabar a temporada à frente de Manchester City, Liverpool e Manchester United.

No entanto, o tempo deve ter mudado a opinião dos críticos - hoje, o Chelsea de Tuchel é um dos temas do momento. Entende-se, agora, que os primeiros meses de trabalho do treinador eram para montar seu time e implantar sua filosofia, motivo pelo qual a equipe parecia mais tensa e dura dentro de campo, propenso a perder pontos para times de menor expressão.

Durante a intertemporada, Tuchel trabalhou sua equipe de forma a corrigir os problemas aparentes e criar uma variedade de opções táticas que podem ser usadas. Desta forma, o Chelsea já entra no grupo de protagonistas da atual temporada. Em apenas cinco jogos pela Premier League, são claros os exemplos de como os Blues evoluíram desde a final da Champions, disputada em maio.

Abordagem tática de Tuchel

Primeiro, vale a pena revisar exatamente o que Tuchel quer de sua equipe e a visão tática que ele conseguiu imprimir ao lado dentro de semanas após sua contratação.

Tuchel busca que seus jogadores atuem com forte pressão dentro de um compacto 3-4-2-1, que minimiza os espaços dos adversários quando os Blues não estão com a bola. A pressão, com uma linha defensiva alta, força o rival a devolver a bola antes de conseguir construir uma jogada ou conseguir um contra-ataque efetivo.

Thomas Tuchel Pep Guardiola Chelsea Manchester City GFXGetty/Goal

Quando a bola é do Chelsea por períodos mais longos, o objetivo é surpreender os adversários com passes cruzados, levando-os a liberar um lado do campo para que os Blues possam jogar na parte vazia.

O 3-4-2-1 ajuda nos dois estilos de ataque. O uso de atacantes por dentro, que geralmente ficam perto do centro-avante, proporciona passes mais retos através do campo (especialmente quando a alta pressão leva a uma rotação), enquanto o uso de laterais garante que o Chelsea tenha excelente profundidade e largura, tornando-os muito difíceis de ler e sempre disponíveis para uma troca diagonal.

No entanto, na temporada passada, o Chelsea só tinha sucesso em sua proposta quando tinha a posse de bola ou na marcação alta. Em 2021/22, porém, outros elementos começam a aparecer.

Linhas mais profundas nos jogos com o "Big Six"

O melhor exemplo da melhora do Chelsea nesta temporada vem do único jogo que eles não venceram na Premier League. No empate contra o Liverpool, fora de casa, Tuchel usou um Chelsea mais parecido com o que monta para a Liga dos Campeões.

Os Reds encontraram um Chelsea mais retraído, atuando em seu próprio campo, limitando os espaços do adversário e frustrando o Liverpool ao se recusar a subir o jogo. Nem mesmo quando teve um jogador expulso o Chelsea mudou sua postura, apenas intensificou mais ainda.

Thomas Tuchel Jurgen Klopp Liverpool Chelsea GFXGetty/Goal

Este estilo de jogo mais conservador foi utilizado por Tuchel ainda no PSG. ele se valia disso como um método de contra-ataque para garantir a solidez, apesar de ter bons jogadores no ataque. Ele levou a tática ao Chelsea na semifinal da Champions contra o Real Madrid. Aqui, o 3-5-2 foi usado para absorver a pressão adversária.

O sucesso do Chelsea em um estilo tão distante de sua filosofia habitual é um sinal não apenas de uma estratégia de sucesso em grandes jogos, mas da grande variedade de sistemas que Tuchel pode utilizar.

Laterais e contra-ataques rápidos

Mas esta restrição tática é reservada apenas para grandes jogos, e o tema predominante de 2021/22 tem sido um aumento da velocidade ao avançar no campo, além do aumento do dinamismo dos laterais.

Na vitória por pênaltis sobre o Aston Villa, a reação de Tuchel com Ben Chilwell foi um bom exemplo do que ele quer de seus laterais. Apesar da explosão, que pode ser vista como exagerada, o que o treinador queria era que o jogador passasse a bola por trás da defesa. A ira de Tuchel com Chilwell se dá pelo fato de ele querer que os laterais explorem a largura do campo, proporcionando mais capacidade de penetração nesta temporada.

Romelu Lukaku Chelsea GFXGetty/Goal

A ideia de Tuchel é se usar de um futebol rápido, com passes para frente em cada oportunidade que aparecer - uma demanda que aumentou ainda mais desde a chegada de Romelu Lukaku, que trás mais qualidade ao lado dos zagueiros. Marcos Alonso já tem duas contribuições de gols e Reece James foi destaque na vitória de 2 a 0 sobre o Arsenal.

As sobreposições de James naquele jogo deram repetidamente ao Chelsea um homem para cima enquanto o inglês entrava na área para apoiar o ataque. Não foi suficiente para manter seu lugar no time, mas foi mais uma prova da natureza exigente de Tuchel.

Mudanças durante o jogo

Finalmente, a temporada 2021/22 da Premier League deu novas provas da genial gestão do Tuchel e seu efeito de fazer do Chelsea um dos times mais decisivos do campeonato - capaz de vencer mesmo em um dia atípico.

O melhor exemplo disso veio no intervalo do jogo contra o Tottenham, quando ele colocou N'Golo Kante no lugar de Mason Mount, mudando o esquema para um 3-5-2. Foi uma decisão que mudou o jogo.

No confronto da Premier League contra o Aston Villa, que deu um susto ao Chelsea, as rápidas quebras verticais levaram a um gol de Lukaku, antes que outra substituição no intervalo assumisse o controle: Saul Niguez entrou Jorginho, neutralizando os contra-ataques do Villa. 

Juntando tudo isso - uma abordagem mais cautelosa para grandes jogos; uma passagem mais rápida pelas linhas; maior variedade através do uso crescente de laterais; e uma nova determinação construída com base nas substituições táticas de Tuchel - o Chelsea está em uma posição muito forte para vencer o Manchester City em um crucial jogo de seis pontos no sábado (25). 

A equipe de Guardiola parece um pouco cansada quando enfrenta um sistema mais cauteloso, incapaz de avançar a bola para o último terço do campo em velocidade e vulnerável a contra-ataques que pelo meio. Por meio de Lukaku, o Chelsea pode surpreender o City no intervalo.

Se sobrar alguém que duvide do Chelsea, ele terá sumido ao apito final. Os Blues têm a variação, a profundidade e o estrategista certo no banco de reservas para ficar cada vez melhor.


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