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Miguel Trauco Flamengo 2019Miguel Schincariol/Getty

Ninho do Urubu: Trauco de volante no Flamengo. Por que não?


Por Bruno Guedes - @brguedes


Desde as suas primeiras atuações, o peruano Miguel Trauco sempre se mostrou muito acima dos demais laterais do Flamengo na parte técnica. Com uma qualidade de passe incomum no setor, o jogador consegue atuar por dentro do time e não somente em jogadas de linha de fundo, onde também domina bem. Entretanto, sua parte defensiva é alvo de críticas. Deixá-lo na reserva é um desperdício para a equipe e para o atleta. Por que não, então, usá-lo como um volante ao lado do Cuéllar?

Na partida contra a Chapecoense, no último domingo, Trauco teve ótima atuação. Com intervenções importantes, deu uma assistência para o primeiro gol e uma eficiência de 76% nos passes. Na parte tática, conseguiu uma se ajustar na defesa e também rendeu elogios. Porém, na próxima partida perderá a vaga de titular para o Renê, jogador que tem presença defensiva maior e não tanta contribuição ofensiva como o peruano tem.

Fabinho - LiverpoolGetty ImagesFabinho, de lateral a volante, no Monaco e no Liverpool (Foto: Getty)

Atualmente em diversos grandes clubes do mundo os laterais com essas características vêm sendo deslocados para o setor de meio-campo. Mais precisamente, atuando como volantes. Além de melhorar a saída da bola, as equipes ganham uma agilidade de passe maior e mais repertório para jogadas ofensivas. Um exemplo é o brasileiro Fabinho, do Liverpool. Ainda no Monaco, foi deslocado para o meio e subiu de produção. Problemas esses que o Flamengo apresenta em demasia na temporada 2019.

Com Cuéllar, jogador mais de contenção, Trauco poderia participar dos jogos ao seu lado ganhando essa parte defensiva criticada. Um equilíbrio que ajudaria ambos. Caso pense em utilizá-lo pelo setor esquerdo a sua movimentação ajudaria, inclusive, Renê. Já com o pé trocado, atuando mais pela direita, seria uma fonte de apoio ao Éverton Ribeiro, que gosta do jogo de transição.

É inegável que Abel Braga goste de um time mais reativo, indo até de encontro ao que a torcida e o DNA do clube sugerem. Entretanto, para o esquema que adota, a função dos volantes é crucial para essa transição ofensiva rápida e objetiva, sempre buscando poucos toques até a finalização ao gol. Exatamente a qualidade que o peruano apresenta. Com médios e longos passes eficientes, o atualmente lateral rubro-negro consegue quebrar linhas e acelerar as jogadas. Foi assim durante o último ciclo de Copa do Mundo na seleção do Peru, com Gareca. Atuando muito mais por dentro, jogava por vezes como uma espécie de ala.

O teste é válido. Deixá-lo de fora do time é um desperdício técnico. Trauco é um jogador com boa visão e qualidade de passe. Em uma equipe que vem de péssimas atuações, são atributos fundamentais para que a produção suba e o reequilíbrio do setor de meio-campo.

Flamengo 2 x 1 Chapecoense: números de Trauco

Bruno Guedes colunista torcedor Flamengo

Bruno Guedes é músico, apaixonado por futebol e beisebol. Brasiliense por certidão e carioca de coração, acredita no futebol brasileiro e tem Romário como o maior jogador que viu dentro das quatro linhas.

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