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Torben Rhein NXGN GFXGetty/Goal

Torben Rhein: nova joia do Bayern já recusou Barcelona e Arsenal

Acima de uma discreta loja de colchões, não muito longe de um dos lugares mais movimentados de Berlim, é possível ver três rostos, pintados com grafite, nas paredes cinzas.

São os rostos dos irmãos Boateng - Jerome, Kevin-Prince e George. Abaixo do desenho, vem a frase, escrita com gigantes letras amarelas: “Crescemos no concreto”.

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A peça de arte faz menção às histórias dos irmãos, desde as quadras de futebol da capital alemã até as categorias de base dos melhores times da Bundesliga e – nos casos de Jerome e Kevin-Prince – além.

Torben Rhein é, assim como Jerome Boateng, outro membro da família Bayern que cresceu jogando suas peladas nas quadras de Berlim.

O garoto, uma das maiores esperanças do futebol alemão, passou a maior parte de sua juventude jogando bola nos campos de grama sintética da capital. Lá, ele aprendia a tomar decisões rápidas quando confrontado por jogadores mais velhos, aperfeiçoando o uso dos dois pés e, na maioria das vezes, sendo decisivo para que sua equipe permanecesse em campo no conhecido sistema de “rei da mesa”.

Por isso, não foi surpresa quando Hertha Berlin demonstrou interesse e contratou o jovem, então com apenas sete anos, do modesto Stern Marienfelde. Desde cedo comparado a Toni Kroos, Rhein capitaneou o Hertha em inúmeras vitórias nos torneios de base mundo afora – garantindo também para si os famigerados prêmios individuais no caminho.

Torben Rhein NXGN GFXGetty/Goal

E aí o óbvio aconteceu: gigantes de outros cantos da Europa começaram a demonstrar interesse.

Barcelona e Arsenal fizeram ofertas para que Rhein concluísse a sua educação futebolística longe da Alemanha, mas o garoto preferiu seguir na cidade onde ele podia ter o melhor dos dois mundos: o aprimoramento de um clube como o Hertha e a liberdade encontrada nas peladas nos parques da cidade.

Foi apenas em 2017, quando o meio-campista tinha 14 anos, que um velho treinador, Hermann Gerland, o convenceu de que o ideal para o seu futuro seria ingressar nas categorias de base do Bayern – que àquela altura contava um com uma nova estrutura recém inaugurada.

“Torben Rhein: não se esqueçam deste nome”, disse Gerland, seguro do que o futuro reserva ao garoto, em um painel de discussão no Museu do Futebol Alemão pouco depois de levar o jovem berlinense para a base dos bávaros.

Mas o que distingue Rhein dos outros?

“A sua inteligência de jogo e habilidade com os dois pés estão entre suas maiores qualidades”, diz à Goal e SPOX Holger Seitz, técnico do sub-23 do Bayern.

“Isso faz com que ele seja bastante imprevisível e difícil de se defender quando está com a bola no pé”, completa.

Fã de Andrés Iniesta, Rhein prefere jogar como “camisa 8”, mas conforme já mostrou em vários momentos de sua carreira no futebol de base, também pode atuar mais recuado ou até como meia clássico. Desde que chegou ao Bayern, o jovem marcou 18 gols e deu 10 assistências em 52 jogos distribuídos entre as categorias sub-17 e sub-19. E apesar de também ser bem focado na parte física do jogo, ele faz questão de ir além.

Desde os 15 anos de idade, Rhein trabalha com Steffen Tepel, um personal trainer especializado em exercícios neurológicos que treinam o cérebro com objetivo de otimizar a parte física.

“Ele é ótimo com ambos os pés, mostra grande simetria de movimento e técnica em seu chute”, diz Tepel em contato com a Goal e SPOX. “Isso mostra que ele pode equilibrar os dois hemisférios do cérebro”, completa.

Steffen Tepel Torben Rhein Bayern MunichSteffen Tepel

“Com isso, ele consegue alcançar um nível extraordinário de precisão quando chuta ou quando dá um passe. Sua visão periférica é muito desenvolvida, então ele consegue perceber muito bem o que acontece ao seu entorno. Isso lhe dá uma visão geral, que acaba lhe ajudando a acertar passes importantes em situações de dificuldade”.

Tais habilidades foram demonstradas em sua totalidade no segundo jogo de Rhein pelo time sub-23 do Bayern, com uma linda assistência para o gol marcado por Christopher Scott no empate por 2 a 2 contra o Waldhof Mannheim.

“Jogar pelo sub-23 vai ajudar ele a se desenvolver ainda mais em todas as áreas, especialmente na parte da pressão pós perda de bola”, analisa Seitz.

O interesse além das fronteiras germânicas segue aparecendo, com o Chelsea já de olho no jovem. Dentro dos corredores do Bayern existia até mesmo um temor de que o prodígio poderia ir embora nesta temporada, quando o seu contrato original estava para acabar. Contudo, o time de Munique anunciou em janeiro a extensão do vínculo, que agora é válido até 2022. Até lá, será possível vê-lo em ação pelo time principal do Bayern.

“Todos nós estamos muito felizes que ele tenha decidido continuar conosco”, diz Seitz. “Ele tinha, com certeza, outras oportunidades”.

Rhein certamente tem tudo para dar certo em um clube como o Bayern. Se ele conseguir, talvez um dia possamos vê-lo pintado em grafite nas ruas de Berlim.

“Crescido no concreto” seria uma ótima legenda.

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