Um time italiano sofreu um W.O. em um jogo de seu campeonato por ter abandonado a partida por conta de um episódio de racismo vindo das arquibancadas. Segundo uma decisão da justiça, o Polisportiva Tribano perdeu o jogo para o Atlético Granze.
Na Série D da Itália, aos 50 minutos de jogo - cinco do segundo tempo -, com o placar empatado em 3 a 3, Moussa Dhiedhiou não resistiu. Depois de mais um insulto racista, o jogador e seus companheiros de equipe deixaram o jogo, interrompendo a partida contra o Atlético Granze. Ao sair de campo, o Tribano mandou uma mensagem clara e forte.
Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!
"O jogo estava acabando, eu estava com a bola, então eu a perdi e o árbitro apitou uma falta. Nesse momento, um torcedor me insultou da arquibancada. Todos ouviram", disse Dhiedhiou ao IlGazzettino.
"Isto não é futebol: futebol não é ser negro, branco ou azul. O adversário não tem culpa: o único responsável é o torcedor que fez aquele gesto", acrescentou o jogador de origem senegalesa, que atravessou o Mediterrâneo para jogar.
“A derrota na justiça seria uma injustiça. O árbitro deveria ter suspendido por insultos racistas”, afirmou ao Il Gazzettino.
O medo de que a justiça punisse o Tribano por abandonar o jogo se concretizou. A decisão acabou sendo contra o time que sofreu o racismo. “Um espectador identificado como torcedor de Granze comentou uma má intervenção do jogador do Tribano Diedhou Moussa com um insulto racista, o verso do macaco, referindo-se à cor de sua pele”, cita a nota.
“A decisão do Polisportiva Tribano de abandonar o campo na sequência do vulgar comentário racista de um torcedor do Granze, se puder ser entendida do ponto de vista ético pela particular aberração inerente ao verso do macaco (que revela desconhecimento do a história e a total falta de sentido de humanidade), no entanto, não se justificam do ponto de vista da justiça desportiva ”, prossegue.
“O Juiz Desportivo, com base no regulamento em vigor, nomeadamente no art. 10º da CGS que rege o caso do clube que impossibilitou a continuação do jogo, fica obrigado a sancionar o abandono do campo por parte do clube anfitrião, com a derrota por 3 a 0, ainda que tal decisão seja adotada com desagrado pessoal pela comissão julgadora que expressa solidariedade para com o jogador vítima do comportamento discriminatório”.
Ainda segundo o comunicado, o Atlético Granze vai ter que disputar um jogo com portas fechadas e uma suspensão de um ano pela responsabilidade do torcedor.
