Goleiro Thiago MontanhaArquivo Pessoal

Thiago Montanha: Corinthians, Cech e o desafio dos três pênaltis

Em tão pouco tempo, muita coisa mudou na vida de Thiago "Montanha" Fernando, o goleiro que criou e desenvolveu um desafio que inspira, não apenas às pessoas que participam, como a si próprio a continuar seguindo um grande sonho de quando era jovem: visitar a Neo Química Arena, o estádio do Corinthians.

O Desafio dos Três Pênaltis, criado pelo goleiro, começou como uma brincadeira. Algum tempo depois, além de realizar as penalidades na frente de torcedores de futebol, em jogos do Linense, quando este estava na primeira divisão paulista, Montanha passou a fazer o duelo valendo cestas básicas, com quem tinha uma condição financeira um pouco melhor.

Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!

Mais artigos abaixo

Somando-se ao desafio, seu sonho de visitar a casa do Corinthians tornou-se ao de realizar as penalidades em um jogo do Timão na Arena do clube. E quem incentivou essa paixão pelo esporte e pelo alvinegro foi seu padrasto, figura paterna de Montanha.

"Tudo que eu sei de futebol hoje eu aprendi com meu pai, meu padrasto", relata o goleiro, à GOAL. "Meu pai sempre me levou aos jogos do Linense mesmo, na minha infância. Ele era corinthiano fanático, mas ele era daquele tipo de corinthiano que não existia outro clube pra ele, era só o Corinthians: Corinthians maior que Real Madrid, Corinthians maior que todo mundo."

"Na época o Corinthians não tinha estádio, então ele sempre comentava comigo: 'pô, quando o Corinthians ter um estádio, eu vou levar pra você conhecer o estádio do Corinthians, a gente vai brincar no estádio do Corinthians'. Ele sempre martelava isso comigo”, completa Montanha.

O goleiro ainda lembra, fazendo um complemento a sua história, sobre a idolatria que tem por Petr Cech, considerado um dos grandes goleiros da história da Premier League e do Chelsea, e conta sobre a última recordação que seu pai lhe deu:

“O último presente que meu pai me deu, em vida, foi uma camisa do Corinthians. Eu tinha pedido para ele uma camisa do Petr Cech pro meu aniversário. E cara, naquela época era uma coisa bem difícil, até porque o Chelsea não era um clube tão famoso até então, vamos assim dizer. Não era qualquer loja esportiva que você entrava que você ia achar uma camisa do Chelsea, ainda mais de goleiro. Pois, mesmo assim, meu pai falou que ia me dar uma camisa do Cech."

"O meu pai, infelizmente era alcoólatra. Faltando uma semana antes do meu aniversário, ele foi internado e eu queria fazer uma homenagem para o meu pai: eu peguei esse último presente que ele me deu e escrevi Cech. Escrevi Cech nessa camisa, e eu falei: ‘Cara, vou fazer essa homenagem para o meu pai, vou chegar no hospital no dia do meu aniversário e vou mostrar essa camisa pra ele’, falar: ‘pai, você me deu o que eu queria’."

"Só que, infelizmente, no dia do meu aniversário, ele faleceu, então eu nem consegui mostrar pra ele essa camisa. Então, quando eu criei o desafio dos três pênaltis, quando eu cheguei nessa parte do Linense, essa velha lembrança voltou lá de trás: ‘pô, eu consigo homenagear o meu pai’" - finalizou Montanha.

Ele afirma ainda que, do modo que for, irá realizar essa homenagem ao pai, usando a camisa que ele o deu na época: “eu tenho certeza que em espírito ele vai me acompanhar nesse objetivo e eu quero estar usando essa camisa lá.”

Montanha é grato ao desafio, e revelou em entrevista que passou por forte depressão: “O Desafio dos Três Pênaltis literalmente me salvou.”

Para o desafio ter um fim, o mais alto nível para Montanha seria o de conhecer Petr Cech e Ronaldo Fenômeno, como um sonho mais próximo, já que o ex-camisa 9 está no Brasil, como o atual dono do Cruzeiro: "Cara, eu acho que o desafio pode ter, entre aspas, um ciclo final, se um dia eu conhecesse o Cech. Acho que ele é minha maior inspiração mesmo. Com certeza seria o Petr Cech mas, como eu já falei, seria um lance impossível. Talvez aqui no Brasil, seria o Ronaldo, o Ronaldo Fenômeno."

"Por tudo que ele já representou na história do futebol, por ser na minha opinião, que eu já vi, melhor dizendo, o maior centroavante que eu já vi jogar, eu acho que seria histórico para mim se um dia eu chegasse no Ronaldo Fenômeno. Por toda representatividade dele, por ele já ter jogado no Corinthians, também. Agora ele virou presidente do Cruzeiro, eu acho que seria uma coisa não tão impossível assim", concluiu o goleiro.

Finalizando, Montanha brinca sobre uma possível participação de Cássio em seu desafio: "Talvez, pra ser uma coisa até engraçada, por ser ídolo do Corinthians, mas seria o Cássio, mesmo. Tipo, o maior goleiro da história do Corinthians chutando um pênalti em mim”.

Publicidade