Enquanto certamente existem razões extra-campo para contratar jovens talentos do leste asiático, há também uma série de superastros potenciais surgindo nos clubes europeus.
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Do ponto de vista japonês, Takefusa Kubo é, sem dúvida, o principal quando se trata de formar a próxima geração de talentos do futebol do país e, por isso, o Real Madrid ficou empolgado em vencer a corrida para contratar o atacante em 2019.
Muitos esperavam que Kubo, também conhecido como "o Messi japonês", retornasse ao Barcelona, quatro anos depois de ter sido liberado por La Masia, já que os Blaugrana foram proibidos pela FIFA de registrar jogadores estrangeiros.
Mas o detentor de inúmeros recordes da J-League desembarcou no Santiago Bernabéu, e embora o jogador de 19 anos de idade tenha passado por uma temporada de empréstimos impressionantes com o Villarreal e, atualmente, com o Getafe, ainda existe a crença de que ele se tornará um jogador renomado no Madrid.
Ele não é, no entanto, o único jovem prodígio japonês do Real Madrid.
Takuhiro Nakai está com os Blancos desde 2014 e, durante o último ano, mais ou menos, começou a ser tratado como uma potencial estrela do primeiro time dos atuais campeões espanhóis.
Apesar de ter completado 17 anos apenas em outubro, o meio-campista já treinou com o time titular de Zinedine Zidane, e há uma verdadeira expectativa em relação ao seu potencial no Valdebebas, a base de treinamento do clube.
Nakai chegou ao Real com 10 anos de idade, depois de ter sido descoberto pelos olheiros do clube no Japão, e desde o início ficou claro que ele tinha o que era preciso para causar impacto no gigante europeu.
"Ele veio para um teste com a equipe Alevin B (sub-11), e eu fiquei impressionado com sua capacidade técnica", conta Jose Manuel Lara, um dos primeiros técnicos da Nakai em Madrid, à Goal.
"Quando ele chegou ao Alevin A ( sub-12), tive a oportunidade de treiná-lo e ver que tínhamos um garoto com talento especial".
Embora Nakai certamente tivesse as habilidades necessárias para chegar a Madrid, ficou claro que ele precisaria passar por um período de adaptação.
Ele não só estava em um novo país, que tem pouco em comum com o Japão em termos culturais, mas também enfrentou um desafio para se encaixar no físico necessário para se ter sucesso no futebol europeu.
Ele costumava ser o menor membro do elenco em cada faixa etária."Dava para ver muito progresso, mas sabíamos que tínhamos que ser pacientes. Tínhamos que cuidar muito dele porque era muito pequeno".
Apesar de ter sido difícil igualar o tamanho de seus adversários, isso permitiu que Nakai desenvolvesse outros atributos, como sua noção de posicionamento e sua capacidade de pensar rápido mesmo sob pressão.
"O que melhor o define é sua inteligência e sua maneira de ver e entender o futebol, daí sua versatilidade", disse o agente de Nakai, Alfonso Zapata da ICM Stellar Sports, à Goal.
"Tudo isso é acompanhado de sua técnica requintada. Ele agora cresceu muito fisicamente, e isso está ajudando-o".
Como Nakai continua se desenvolvendo tanto fisicamente quanto em termos de seu treinamento, começaram a surgir perguntas a respeito de sua melhor posição.
Considerado como o arquétipo nº 10, o jovem - que cita Luka Modric e Andrés Iniesta como seus heróis do futebol - recentemente se viu jogando um pouco mais profundo como um meio-campista central mais circular.
Durante a pré-temporada, ele foi até mesmo experimentado como ponta-de-lança pelo lendário atacante Raul, que agora treina o time 'B' do clube, o Castilla.
Nakai foi convocado pelo ex-jogador da seleção da Espanha para representar o Castilla em um amistoso, antes da nova temporada, e claramente impressionou. Raul sinalizou o potencial do jovem jogador da seleção de base do Japão para seu ex-colega Zidane durante a parada internacional, em outubro.
Doze dias antes de seu aniversário de 17 anos, e alguns anos depois que um vídeo dele deixando Marcelo sem palavras com suas habilidades ter viralizado, Nakai - que às vezes é chamado de "Pipi" - treinou pela primeira vez com o time principal do Real Madrid.
Ele passou um período de treinos com o grupo de Zidane, enquanto vários titulares estavam fora, viajando para seus países, embora desde então ele tenha voltado à base para continuar seu desenvolvimento com as equipes Juvenil A (sub-19) e B (sub-17), já que ele pretende melhorar sua habilidade em duelos e entender suas responsabilidades defensivas.
Longe do campo, ele vive uma vida tranquila na capital espanhola, com sua mãe, sua irmã Honoka e seu irmão Akito, que viajaram com ele do Japão para garantir que ele possa ter uma vida confortável e familiar em casa.
Agora o foco, do ponto de vista do Real, é vincular o jovem ao seu primeiro contrato profissional, com o sonho de que ele e Kubo possam entrar em campo juntos pelo primeiro time.
"O Messi japonês", acompanhado do "Iniesta japonês"? Isso realmente deixaria os torcedores do Barcelona malucos.


