O principal suspeito do assassinato do meia Daniel, ex-Botafogo e São Paulo, admitiu o crime à polícia. Segundo noticiado pelo UOL Esporte, a defesa de Edison Brittes, apelidado como Juninho, confirmou a confissão.
Ainda segundo os advogados de Juninho, o cliente diz que tentou proteger a sua esposa, Cristina, que teria sido atacada sexualmente pelo jogador enquanto dormia. Juninho foi preso temporariamente na última quinta-feira (01), enquanto sua esposa (Cristina) e filha (Allana) foram levadas para averiguações.
O problema agora a ser enfrentado está no relato da defesa, que diz que o jogador não foi convidado para o ‘after party’ na casa dos Brittes após o aniversário de 18 anos de Allana, filha de Juninho. Entretanto, registros de conversas entre Allana com outras pessoas – incluindo a tia de Daniel – demonstram inúmeras versões para o acontecido, e o relato de uma das testemunhas aponta que Juninho ainda tentou reunir todos os presentes na noite do assassinato para apresentarem uma única versão às autoridades.
Em uma das conversas registradas no celular de Allana, a jovem diz à tia de Daniel que o jogador saiu de sua casa pela manhã, normalmente e sem nenhuma briga. A versão foi repetida a um outro amigo do atleta, que entrou em contato preocupado com o sumiço do meia que tinha 24 anos e defendia o São Bento.
JOGADOR TIROU FOTOS DEITADO AO LADO DE CRISTINA
A investigação também teve acesso a fotos que o próprio Daniel tirou em seu celular, assim como conversas que teve com um amigo minutos antes de ser espancado. Nas mensagens, o jogador dizia que estava na casa dos Brittes e planejava “comer a mãe da aniversariante”, destacando que “o pai está junto”. O atleta deu sequência às mensagens dizendo que consumou o ato, com imagens ao lado de Cristina – que nas imagens aparece dormindo.
Segundo a testemunha ouvida pela Polícia, em determinado momento quem estava na casa ouviu gritos de uma mulher pedindo socorro para que “se evitasse uma tragédia”. Quando a testemunha chegou ao quarto, Daniel já estava sendo enforcado e espancado por Juninho enquanto pedia para não morrer após o agressor ter dito que “mexeu com mulher de bandido, vai morrer”.
Daniel foi encontrado morto em um matagal na região de São José dos Pinhais no último sábado (27), o corpo estava quase degolado e sem o pênis. O jogador tinha 24 anos e foi velado em sua cidade natal, Conselheiro Lafaiete (MG), na última quarta-feira (31).
RELACIONAMENTO NAS REDES SOCIAIS
Apesar de ter afirmado que não conhecia Daniel há muito tempo, foi encontrada uma foto do jogador com Allana na comemoração dos 17 anos da jovem, exatamente há um ano. O atleta seguia tanto a filha quanto a mãe nas redes sociais. Antes de confessar o crime, Juninho ligou para a mãe do meia três dias depois do crime.
Edison Brittes, o Juninho, teria ameaçado as testemunhas, segundo soube a Polícia, e já teria passagem pelas autoridades com “indicativos criminais” por porte ilegal de armas e receptação. A defesa do autor do assassinato diz que o acusado tentou proteger a esposa de estupro, já a família de Daniel contratou outros profissionais para auxiliarem a promotoria a afastar esta alegação. A Polícia investiga se houve estupro ou sexo consensual entre Daniel e Cristina Brittes.
Daniel passou pelas categorias de base do Cruzeiro, foi revelado profissionalmente pelo Botafogo e tinha contrato com o São Paulo, que o havia emprestado para Coritiba e, depois, São Bento.