Em uma de suas muitas declarações polêmicas ao longo dos anos, o presidente do Corinthians Andrés Sanchez chegou a chamar o atacante Emerson Sheik de "bandido do bem".
Pode não parecer, mas era elogio.
"O maior bandido que conheci foi Emerson Sheik, mas bandido do bem. Ele chegava e falava que no dia seguinte não ia jogar. Se fosse campeão, dizia pra não contar com ele por dois meses. Vou falar o que? Foi campeão", afirmou o dirigente em 2016 em declaração que pedia mais jogadores como Sheik no elenco do Corinthians.
Depois de inúmeros títulos, gols decisivos e a eterna fama de baladeiro, Sheik encerrou a carreira de atleta em 2018 para se tornar dirigente no Corinthians. Enquanto o ex-atacante se tornou coordenador de futebol, o ex-zagueiro Vilson pegou o lugar de Alessandro, outro ídolo do campo, como gerente de futebol.
Mas se os títulos são esses na carteira de trabalho, na prática ambos são "faz-tudo", especialmente com a internação do presidente Andrés Sanchez. Em entrevista coletiva, o diretor-adjunto de futebol Jorge Kalil chegou a dizer que Sheik e Vilson até já "resolveram rapidinho" problemas com o ar-condicionado no clube.
Em entrevista ao GloboEsporte.com, Sheik diz que está "viciado" no trabalho. O atacante revela que chegou a ficar no clube "praticamente das 8h às 22h" no início na função e que a jornada dupla ainda é comum. "É viciante. 'Emerson, você chega 8h30 e vai embora só 21h?' Sim, amarradão", declarou.
O ex-atacante falou ainda que já deu bronca em jogadores, participou de transferências e até ajuda a tratar do cuidado do gramado do CT, entre outras funções para oferecer a melhor estrutura para o elenco.
Sheik diz que tem autonomia para tomar decisões e que passou a dar muito mais valor ao seu cargo depois de ouvir o presidente Andrés Sanchez dizer que trabalhou por 30 anos para chegar até onde chegou. Para ele, Emerson e Vilson são privilegiados de alcançarem esse papel logo após deixarem os campos.
"A minha responsabilidade era grande, mas aumentou depois desse comentário. Penso nisso todos os dias que venho para cá", afirmou.
Nada mal para um "bandido do bem".



