Você não se torna o mais jovem jogador a estrear na iluste história da Internazionale por acaso.
Então, quando Sebastiano Esposito saiu do banco e entrou em campo com 16 anos e 255 dias para tentar salvar seu time na Europa League contra o Eintracht Frankfurt, torcedores em toda a Itália começaram a prestar mais atenção no jovem talento.
Nascido em 2002, em uma família que tinha o futebol no sangue - o avô, o pai e o tio de Esposito foram jogadores profissionais. O atacante sempre esteve pronto para seguir os passos da família, começando seu desenvolvimento no mesmo local que Gianluigi Donnarumma passou seus primeiros anos: no Club Napoli.
Foi lá que ele foi visto por Roberto Clerici, olheiro do Brescia, que viu o atacante ser dominante mesmo jogando com garotos dois anos mais velhos que ele. Sem nenhuma surpresa, foi necessário pouco tempo para que o jovem logo trocasse de clube.
Próxima partida
Esposito passou dois anos com os Rondinelle antes de aparecer no radar da Inter. Junto com seu irmão, Salvatore, ele se mudou para Milão, em 2013, com objetivo de se consolidar como jogador profissional e ser uma lenda em San Siro.
Os primeiros passos nessa empreitada foram muito positivos.
Campeão com o sub-16 da Inter, nessa temporada ele dividiu seu tempo com o sub-17, onde marcou 16 gols em 14 jogos, e o Primavera (ou sub-19).
Seus seis gols em 16 jogos pelo Primavera fez com que Luciano Spalletti o levase para o jogo contra o Eintracht na esperança de gols que manteria vivo o sonho do título europeu.
"Infelizmente eu não estava no estádio por questões de trabalho, mas eu vi o jogo pela TV", disse o pai de Esposito.
"Já havia uma grande adrenalina e aí a emoção me pegou. Eu não esperava vê-lo no campo. Eu fiquei sem palavras e chorei de alegria".
Esposito não conseguiu entrar no folclore da Inter com um gol na estreia, mas ainda assim é previsto que ele terá uma carreira muito exitosa tanto pelo clube quanto pela seleção.
Os quatro gols pela Itália, que alcançou a final da Eurocopa sub-17 em maio, somente acresceu as expectativas de que ele terá um papel fundamental na reconstrução da seleção italiana após o fracasso da não classificação para a Copa do Mundo de 2018.
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Somente Adil Aouchiche, que quebrou o recorde com nove gols, balançou as redes mais vezes do que Esposito na Euro.
Gols em todos os jogos da fase de grupos ajudou a seleção a ter pontuação máxima, à frente de Espanha e Alemanha. Seu gol de falta contra a França na semifinal ajudou a garantir a Azzurri na final contra a Holanda.
Embora a Oranje tenha saído com o título com uma vitória por 4 a 2, as performances de Esposito durante o torneio foram suficientes para colocar diversos clubes de primeiro escalão da Europa como interessados.
Paris Saint-Germain continuamente observa seu desenvolvimento, mas a família do jogador já recuou pois entende que é melhor que Esposito permaneça na Itália por mais um tempo.
Liverpool também entrou em contato com os representantes nos últimos meses, mas a ideia de deixar Esposito ir permanentemente para um clube que é um potencial rival europeu da Inter faz com que a tratativa não caminhe.
Existe a possibilidade do jovem de 16 anos ir para outro clube por empréstimo, ou até mesmo de ele ser vendido para um clube menor, com a Inter tendo prioridade na recompra do atleta. Mas como seu contrato vai até 2021, há pouca preocupação a respeito de uma iminente saída.
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A Inter é um time que tem perdido seus jovens talentos por precipitação.
O desespero para trazer Radja Nainggolan no meio de 2018 fez com que eles mandassem Nicolo Zaniolo para a Roma como parte da negociação.
Apenas seis meses depois, Zaniolo estava marcando gols decisivos na Champions League e sendo ovacionado ao entrar em campo. Essa deve ser uma lição que a Inter deve ter aprendido.
"Embora ele seja muito jovem, ele já sabe o que fazer na área do pênalti", disse Spalletti quando perguntado se Esposito seria visto mais vezes na temporada após a estreia contra o Frankfurt.
"Ele deve criar aquela 'casca grossa' que o permitirá ser um campeão e um homem. Uma armadura que o defenderá de pressões externas. Ele precisa de tempo".
Enquanto há grande empolgação no San Siro a respeito do jovem que pode assumir o lugar de Mauro Icardi e ser um goleador constante para a Inter, tempo é uma palavra chave para o jogador que às vezes pode esquecer que só tem 16 anos.
Deem tempo a ele e a próxima estrela do futebol italiano pode surgir na virada da década.
