Roger Machado é um dos grandes ídolos na história do Grêmio pelo que fez em campo, tendo colecionado títulos como Libertadores [1995], Brasileiro [1996] e Copa do Brasil [1994, 97 e 2001]. A sua imagem como atleta é mais atrelada ao Tricolor Gaúcho do que com qualquer outro clube – mesmo o Fluminense, onde no final de carreira também teve bela passagem.
Como treinador a situação muda um pouco de figura, já que ainda faltam os títulos da época de jogador, mas é parecido quando pensamos em Roger Machado na área técnica: o seu nome segue bastante ligado ao Grêmio. Afinal de contas foi lá onde iniciou a trajetória fora das quatro linhas, primeiramente como auxiliar técnico antes de, após passagens rápidas e boas por Juventude e Novo Hamburgo, aparecer como símbolo otimista de uma nova geração de treinadores brasileiros pelo trabalho feito no Imortal.
Em 2015, ano de sua primeira temporada como treinador gremista, levou o time à terceira posição do Campeonato Brasileiro com um futebol envolvente, que empolgou torcedores e críticos. Deixaria o clube após uma sequência de resultados ruins em 2016, pedindo demissão e abrindo caminho para Renato Gaúcho fazer seus ajustes para escrever um novo auge na história – conquistando títulos estaduais, de Copa do Brasil e Libertadores.
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Aceitando apenas clubes onde começaria a trabalhar desde o início da temporada, Roger chegou, no final de 2016, com grandes expectativas em um Atlético-MG que sonhava alto para 2017 e via no valorizado ex-técnico do Grêmio alguém capaz. Conquistou o estadual, mas não conseguiu dar ao time o padrão esperado. Pior: o torcedor atleticano viu o excelente retrospecto dentro da Arena Independência cair consideravelmente - foram quatro derrotas em oito jogos no local. Em desvantagem nos mata-matas de Libertadores e Copa do Brasil, o técnico gaúcho não resistiu a uma derrota em casa, por 2 a 0, para o Bahia no Brasileirão. Foi demitido na 15ª rodada somando 23 vitórias, 11 derrotas e nove empates.
AFP/Getty ImagesRoger Machado, no comando do Grêmio (Foto: Getty Images)
Depois de ser especulado em outros clubes, graças à dança das cadeiras de técnicos no futebol brasileiro, reforçou a política de aceitar somente trabalhos a partir do início das temporadas. E em 2018 o Palmeiras acreditou que Roger, pelo que havia feito no Grêmio, seria o homem ideal para levar um time já repleto de estrelas ao sucesso nas competições a serem disputadas. Na Libertadores, classificou o Alviverde para o mata-mata com a melhor campanha da fase de grupos, mas o ranço deixado pelo vice-campeonato paulista contra o Corinthians pesou: Roger foi demitido após derrota por 1 a 0 para o Fluminense, com a equipe palmeirense na sexta posição da tabela na Série A.
Felipão assumiu o comando do Palmeiras e levou o time, de maneira impressionante, ao título brasileiro de 2018. O triunfo reforçou, de um lado, a boa capacidade de Roger em criar boas bases de trabalho, mas que também levantou dúvidas a respeito de sua capacidade para ser vencedor, campeão, como técnico. Em sua defesa, sempre calmo e ponderado, reiterou que para ele o que importa é o caminho construído, não o destino final. Mudou a mentalidade de apenas aceitar trabalhos de início ao aceitar uma oferta do Bahia já ao longo desta temporada 2019, foi campeão estadual, e recuperou elogios que talvez só fossem tão otimistas quanto os recebidos, lá atrás, durante o seu 2015 gremista.
Nesta quarta-feira (17), Roger encontra o Grêmio no jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil. Na ida, arrancou empate por um gol em Porto Alegre. E se para o técnico gaúcho o que mais vale é o caminho, e não seu fim, sua equipe tem a chance de levar o Tricolor de Aço a uma inédita semifinal.




