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Inglaterra BulgáriaNIKOLAY DOYCHINOV / Colaborador

Racismo quase levou Bulgária x Inglaterra a ser abandonado antes do fim

Em uma ocasião normal, a imprensa inglesa estaria falando da grande partida de sua seleção diante da Bulgária. No Estádio Nacional Vasil Levski, no país do leste europeu, a Inglaterra balançou as redes seis vezes, com gols de Rashford, Ross Barkley (2), Sterling (2) e Kane, vencendo por 6 a 0. No entanto, depois do duelo, o assunto do momento é outro, falando de temas muito mais importantes do que um jogo de futebol: de novo, o racismo apareceu no esporte.

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Durante a partida entre Inglaterra e Bulgária, o jogo teve que ser interrompido duas vezes por causa da manifestações racistas da torcida búlgara: gritos ofensivos a atletas negros e até saudações nazistas. Com o English Team vencendo por 4 a 0 no intervalo, por muito pouco o confronto não foi encerrado precocemente.

Um dos pontos mais graves do caso de hoje, dia 14 de outubro, é que, além de não ser a primeira vez que isso acontece , as manifestações racistas já eram esperadas.

Antes do jogo

Antes do juiz apitar o início da partida, o racismo já era discussão na Inglaterra e na Bulgária. Devido a gritos racistas da torcida da seleção do leste europeu em partidas contra República Tcheca e Kosovo, a Uefa determinou que os portões do Estádio Nacional Vasil Levski estivessem parcialmente fechados.

Não foi o único caso de racismo recente na Bulgária. Em agosto, a Uefa também puniu os clubes búlgaros Levski Sofia e Lokomotiv Plovdiv por gritos racistas em partidas da Europa League. 

Por isso, cinco dias antes da partida, o inglês Tammy Abraham, destaque do Chelsea, já havia declarado: “se ouvirmos gritos racistas, abandonaremos a partida.” Em resposta, o técnico da seleção Búlgara, Krasimir Balakov, disse que a Inglaterra tem problemas maiores com racismo que a Bulgária.

Durante a partida

Inglaterra BulgáriaNIKOLAY DOYCHINOV / Colaborador

A Inglaterra não demorou muito para abrir boa vantagem no marcador. Com dois gols em menos de 20 minutos, o jogo já parecia decidido: vitória dos ingleses, que diante de uma seleção mais fraca, não permitiriam o empate. Nos minutos decorrentes, como provocação, “ultras” búlgaros começaram a entoar cantos racistas contra os jogadores ingleses. Aos 27 minutos, o árbitro parou a partida pela primeira vez, devido a atos racistas. O anúncio da interrupção foi vaiado pela torcida.

Em retaliação a interrupção, torcedores búlgaros mascarados começam a realizar saudações nazistas no estádio. Aos 30 minutos, o jogo recomeça e Ross Barkley marca o terceiro gol dos ingleses. Aos 42, Gareth Southgate, treinador do English Team, foi reclamar novamente sobre atos racistas da torcida búlgara para o árbitro da partida e a partida foi interrompida pela segunda vez. Depois da partida ser reiniciada, ainda deu tempo para Sterling ampliar: 4 a 0. Durante o intervalo, Popov, capitão búlgaro, foi pedir ao torcedores que eles parassem.

No segundo tempo, as vaias e os cantos racistas diminuíram, mas ainda estavam presentes no estádio. A Inglaterra fez mais dois gols e o jogo terminou com o placar de 6 a 0.

Reações

Após o jogo, o debate se ampliou: a partida deveria ter sido encerrada? Além disso, muitos questionaram qual será a punição da Uefa em relação ao caso, já que a entidade vem dando penas brandas em situações similares.

Em sua conta no Twitter, Sterling publicou mensagens lembrando às declarações de Balakov antes do jogo e comentando o caso. Alguns dias atrás, o craque do Manchester City também falou sobre o assunto em entrevista e disse que "racismo se resume à falta de educação." . A FA, entidade que controla o futebol inglês, também publicou uma mensagem sobre a situação.

Em entrevista à BBC, Southgate falou sobre a escolha de permanecer em campo: “Vocês ouviram o anúncio no primeiro incidente. No segundo, poderíamos ter deixado o gramado, mas os jogadores queriam muito terminar o primeiro tempo e depois conversar. Nenhum jogador queria parar, eles foram absolutamente firmes nisso. Eu expliquei aos jogadores que, se alguma coisa acontecesse no segundo tempo, nós sairíamos. Todos vimos um segundo tempo muito mais calmo e isso permitiu que nossos jogadores falassem jogando futebol”

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