O Racing vai homenagear 45 sócios-torcedores presos e desaparecidos durante a ditadura militar, que a Argentina sofreu entre 1976 e 1983. O evento está marcado para acontecer na próxima terça-feira, no dia 7 de dezembro, no Cilindro de Avellaneda.
A cerimônia, que terá entrada gratuita e ilimitada para o público, é resultado de um projeto que o clube lançou no dia 19 de março de 202, a partir de uma apresentação feita por cinco sócios (Jorge Watts - falecido por Covid 19 -, Osvaldo Santoro, Miguel Laborde, Carlos Ulanovsky e Carlos Krug) e que o Departamento de Sócios entendeu como próprios para transferi-lo para o Conselho de Administração.
Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!
A iniciativa rapidamente alcançou repercussão internacional. A imprensa noticiou que o time fará eternos parceiros as vítimas da fase mais atroz da história nacional. Além disso, fica a mensagem às pessoas desaparecidas durante o genocídio. Isto porque, o exercício da memória, da verdade e da justiça é necessário neste momento para o clube.
Ao longo do ano, o processo de pesquisa foi realizado no arquivo histórico da instituição. Foram encontrados formulários de inscrição que permitiam detectar muitos casos e, posteriormente, estabelecer contato com as famílias dos sequestrados, desaparecidos e assassinados. Este trabalho permitiu conhecer histórias de pessoas com preocupações diversas e com uma identidade muito poderosa e comovente com o Racing, da Argentina.
InstagramComo resultado deste trabalho, o reconhecimento irá para José Abdala, Alejandro Almeida, José Amigo, Luis Avellino, Diego Beigbeder, Hilda Bruzzone, Jorge Caffati, Álvaro Cárdenas, Olga Cepeda, Jacobo Chester, Enrique Cobacho, Oscar Cobacho, Liliana Corti , Armando Croatto, Lucía Cullen, Gustavo Dicovsky, Mario Díaz, Pablo Dorigo, Jorge Elischer, Diego Ferreyra, José Flores, Eugenio Daniel Gallina, Eugenio Félix Gallina, Mario Gallina, Luis García, Ricardo García, Silvia Goñi, Dante Guede, Enrique Juárez , Gustavo Juárez, Alberto Krug, Luis Laporte, Osvaldo Maciel, César Maza, Carlos Mugica, César Nieto, Heriberto Ruggeri, Roberto Santoro, Miguel Scarpato, Daniel Schapira, Delfor Soto, Luis Steimberg, Jorge Sznaider, Mauricio Villalba e Oscar Zalazar.
A decisão do Racing pelo seu desaparecimento baseia-se, entre outros argumentos, no projeto inicial levantado pelos cinco sócios: "O Racing também foi vítima do genocídio que a Argentina sofreu desde meados dos anos 70 a partir do momento em que o sabemos tem sócios, que foram arrasados pelo plano sistemático de extermínio implantado em todo o território nacional."
"O clube como uma grande família foi irreparavelmente prejudicada pela perda de parte de seus membros nas mãos da maior barbárie sofrida pela Argentina ao longo do século passado. A maior parte das instituições esportivas e não esportivas do país teve que passar pelo mesmo processo e não foram poucos os que assumiram o problema para enfrentá-lo e dar uma resposta afinada com a vontade de construir um mundo no qual o horror nunca mais reinará."


