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Christian Pulisic Chelsea BurnleyGetty

Pulisic mostra por que o Chelsea de Lampard pode surpreender

O Chelsea voltou a provar que pode seguir competitivo em alto nível, apesar da proibição imposta pela FIFA que impediu o clube de contratar na última janela de transferências.  Neste sábado (26), os Blues bateram o Burnley fora de casa por 4 a 2 para emplacar o sétimo triunfo consecutivo, considerando todas as competições. O herói da partida de certa forma fechou o ciclo de uma narrativa que explica muito bem o elenco que Frank Lampard, ex-jogador e eterno ídolo, tem em suas mãos.

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Christian Pulisic fez um “hat-trick perfeito”. Ou seja: anotou três gols, sendo cada um deles com um arremate distinto. O primeiro foi com o pé esquerdo, o segundo com o direito e o terceiro foi de cabeça. Apesar de atuar na ponta-esquerda, o estadunidense foi presença constante na área do Burnley. O brasileiro Willian transformou a vitória em goleada no início do segundo tempo, sendo que nos minutos finais os donos da casa ainda deram um susto com dois belos gols (feitos por Jay Rodríguez e Dwight McNeil).

E por que Pulisic ajuda a contar a história deste elenco do Chelsea? Bom, a temporada para os atuais campeões da Europa League não começou da melhor maneira: o criticado, mas ainda assim competente, Maurizio Sarri aceitou a proposta da Juventus e o zagueiro David Luiz, que vinha de boa temporada, surpreendeu ao se transferir para o Arsenal. Pior ainda: Eden Hazard, o grande craque do time, foi para o Real Madrid e os londrinos sequer poderiam trazer peças de reposição, já que em fevereiro deste ano a Fifa proibiu o Chelsea de fazer contratações até 2020 por causa de irregularidades envolvendo transações de atletas menores de idade.

Pulisic, entretanto, já chegaria como exceção ao Chelsea. Afinal de contas os Blues haviam assegurado a sua contratação junto ao Borussia Dortmund antes de a sanção ser aplicada. Ou seja: o norte-americano foi a única contratação de um clube impedido de contratar. Para comandar o time apostou-se em Frank Lampard, antigo meio-campista que até hoje é o maior artilheiro na história do clube (211 gols) e que, um ano antes, havia feito campanha impressionante com o Derby County na segunda divisão – ainda que os Rams não tenham conseguido o acesso.

Abraham e Mason MountMason Mount e Abraham (Foto: Getty Images)

Lampard chegou com a marca de ter utilizado muito bem os jovens valores disponíveis no Derby County, dos quais estavam o meia Mason Mount, emprestado justamente pelo Chelsea. Ao lado de outros jovens, como o centroavante Tammy Abraham e o já mais conhecido Hudson-Odoi, Mount vem impressionando neste início de temporada. Foi dele o passe para o segundo gol de Pulisic contra o Burnley, inclusive, deixando claro que apesar da inexperiência os garotos de azul sabem jogar futebol e até decidir jogos.

Os jovens da base

  • Hudson-Odoi: 4 assistências e um gol em 7 jogos
  • Tammy Abraham: 9 gols e uma assistência em 14 jogos
  • Mason Mount: quem mais cria chances (25), fez 4 gols e deu uma assistência em 14 jogos

Mas os meninos do Chelsea obviamente não estão sozinhos. Se o clube vem diminuindo consideravelmente os gastos, outrora estratosféricos na primeira década sob gerência do russo Roman Abramovich, ao menos ficou uma base de nomes bons e experientes: Marcos Alonso, César Azpilicueta, N’Golo Kanté e, sobretudo, Willian e Jorginho. O meia-atacante brasileiro herdou a camisa 10 de Hazard e vai fazendo mais uma boa temporada, enquanto o ítalo-brasileiro enfim conseguiu desvincular a sua imagem da de Sarri para, de uma vez por todas, cair nas graças da torcida com a qualidade de seu passe (acertou 93,7% contra o Burnley) e a capacidade para impor o ritmo de jogo.

Willian Jorginho Chelsea Burnley Premier League 26 10 2019Getty ImagesWillian e Jorginho, liderança e experiência (Foto: Getty Images)

Veteranos

  • Willian: 3 gols e duas assistências em 12 jogos
  • Jorginho: um gol e uma assistência na Premier League, além de ser o líder em passes certos (644) em todo o campeonato

Tanto os jovens quanto os veteranos já haviam sido decisivos nesta boa temporada – levando em conta a expectativa baixa e as dúvidas que pairavam. Lampard também provou que suas escolhas poderiam ajudar diretamente em vitórias – como quando mudou o desenho tático do time para três zagueiros para bater o então difícil Wolverhampton, fora de casa, por 5 a 2. Faltava apenas Pulisic, o único contratado para 2019-20, provar o seu ponto através de gols (uma vez que já soma cinco assistências). Foi o que o meia-atacante fez neste sábado (26), colocando de vez os Blues no Top-4 da Premier League com 20 pontos somados após dez rodadas – o Arsenal vem logo abaixo e tem 16 pts.

“Chegar em um clube grande, como este... é preciso de tempo. Estou feliz com o meu progresso”, disse Pulisic após a goleada sobre o Burnley antes de explicar o clima desta equipe. “O time tem sido fantástico, eles estão me ajudando muito. Eles me passaram muitos conselhos, os caras mais experientes, e também tem os outros rapazes que também estão passando por coisas semelhantes”, avaliou o estadunidense de 21 anos.

Com um bom trabalho do treinador, o time que apostou na mistura entre juventude e experiência e fez somente uma contratação, mostra poder competitivo na Liga dos Campeões (onde lidera seu grupo) e no Campeonato Inglês. Ao longo deste caminho, cada um dos elementos que compõem a cara deste Chelsea menos “galáctico” apareceu bem e demonstrou que vale ficar de olho no que está acontecendo em Stamford Bridge.

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