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Diego Francisco Dyogo Flamengo incêndio visita 11022019Alexandre Vidal/CR Flamengo

Psicólogo analisa futuro do Flamengo na temporada 2019 após tragédia

O incêndio que deixou dez vítimas fatais e três feridos no Centro de Treinamento do Flamengo, no Ninho do Urubu, na última sexta-feira(08), ficará para sempre marcado na história do clube. O luto está estampado por todas as partes, inclusive, no rosto dos jogadores da equipe profissional. No entanto, o Rubro-Negro precisa voltar às atividades e tem pela frente o confronto contra o Fluminense, pela semifinal da Taça Guanabara. 

A partida acontece nesta quinta-feira(14), no Maracanã, e terá grande apelo emocional. Atletas, clube e torcida preparam um tributo às vítimas e contarão também com a ajuda dos tricolores que estarão no estádio. Mas apesar disso, o jogo vale uma vaga na final da Taça Guanabara e a reconstrução da temporada Rubro-Negra que começou a menos de dois meses.

Com investimento alto e grande expectativa para este ano, as perguntas sobre qual será a reação do futebol profissional do clube começam a ser levantadas. Em conversa com o psicólogo da equipe profissional do Botafogo, Paulo Ribeiro, a nossa reportagem questionou se existe a possibilidade da temporada ficar comprometida. 

"Não sei se a temporada fica comprometida com a tristeza. O luto toma conta das pessoas que passam por esse tipo de situação, atletas de modo geral, no entanto, tem o poder muito grande de reação, até por conta das histórias de vida, cada um com a sua em particular, mas de modo geral, eles aprendem a superar as dificuldades, os obstáculos porque convivem bastante com eles. No futebol, a grande maioria vem de lugares pouco favorecidos, não que viveram grandes tragédias, mas já vem com certo antídoto, resiliência. Eles se montam a cada desconstrução que acontece na vida deles, eles têm essa facilidade". 

Diego Francisco Dyogo Flamengo incêndio visita 11022019CR Flamengo
(Foto: Alexandre Vidal / Flamengo / Divulgação)

Para o psicólogo, o primeiro jogo, claro, demanda mais dificuldades emocionais, mas isso tende a ser aliviado com o tempo.

"O primeiro jogo vai ser difícil, muitas emoções, mas com o passar do tempo a tendência é esse luto ir se acomodando. É uma história que ninguém vai esquecer, nem qualquer clube que passou ou que vai passar por isso, mas com o tempo as coisas vão amenizando". 

Por outro lado, Paulo Ribeiro acredita que uma tragédia não deve servir como motivação, mas sim utilizarem o desempenho esportivo como uma forma de homenagear o que os jovens atletas vinham fazendo. 

"Como motivação, esse termo não deve ser utilizado, não é um termo que se possa colocar em discussão. Homenagear, enaltecer o trabalho que esses meninos vinham desenvolvendo, isso sim. Usar o resultado para prestar as homenagens é algo bacana".  

Paulo RibeiroVitor Silva / Botafogo / Divulgação
(Foto: Vitor Silva / Botafogo / Divulgação)

Paulo Ribeiro trabalhou 21 anos no Flamengo, conhece bem toda a estrutura do clube e o trabalho que vem sendo desenvolvido na psicologia esportiva ao longo dos anos. Para ele, nesta parte, o clube está bem preparado para dar o suporte necessário. 

"A psicologia é muito importante nesse momento. As pessoas que vão viver esse luto precisam de acompanhamento e com certeza o Flamengo tem profissionais capacitados. Eu fiquei 21 anos da minha vida lá, o clube tem esse trabalho desde 1990 sem interrupções, a equipe de psicólogos está dando o suporte necessário assim como uma série de pessoas que se ofereceram para ajudar. A recomposição do mental e do psicológico é sempre importante". 

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