Poucas coisas eram certeza antes do sorteio dos grupos da Champions League, realizado na última quinta-feira (25) em Monaco. Uma delas refletia o lado ruim da frase “não é só futebol": equipes de Ucrânia e Rússia não poderiam estar na mesma chave por razões políticas.
Ou seja: todos sabiam que os ucranianos do Shakhtar Donetsk não enfrentariam os russos do CSKA de Moscou ou o Spartak. Ainda assim, alguns fãs de futebol se perguntavam o motivo desta decisão da UEFA. Abaixo, confira a história que impossibilitou o encontro de times ucranianos e russos nos torneios europeus.
CENÁRIO DE GUERRA
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O estádio do Shakhtar sofreu com bombardeios (Fotos: Getty Images/Shakhtar)
No final de 2013, o relacionamento entre os governos de Ucrânia e Rússia [os dois maiores países que formavam a antiga União Soviética] entrou em crise. Tudo começou com a decisão do então primeiro ministro ucraniano Viktor Yanukovych, de recusar um acordo com a União Europeia para se aproximar da Rússia. Revoltada, parte da população do país tirou o político do poder.
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Outra parte do país, a Criméia apoiava a aproximação maior com a Rússia – e como é mais próxima geograficamente de Moscou, o povo se sente mais russo do que ucraniano – e pediu a anexação, via referendo. Com isso, o conflito se intensificou e até mesmo clubes foram impossibilitados de jogarem em suas casas. O caso mais famoso foi justamente o do Shakhtar Donetsk, que teve parte do seu estádio bombardeado no conflito.
O FUTEBOL ENTRA EM CAMPO
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Shakhtar em campo (Foto: Getty Images)
Preocupados com a situação, as federações de Rússia e Ucrânia expressaram a sua preocupação junto à UEFA. Em 2014, a máxima entidade do futebol europeu oficializou a separação de Ucrânia e Rússia em suas competições. Tudo isso para evitar mais atritos em uma zona quente. E assim segue.
