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Deyverson San Lorenzo Palmeiras Libertadores 02 04 2019Getty Images

Por que Flamengo e Palmeiras não dominam tanto quanto gastam?

O San Lorenzo é apenas o 22º colocado no Campeonato Argentino e havia vencido apenas uma partida das últimas 18 disputadas no torneio nacional. Mesmo assim o time não pareceu ter tido tantas dificuldades para bater o Palmeiras, atual campeão brasileiro e dono de um elenco milionário, por 1 a 0 na Copa Libertadores.

Um dia depois foi a vez do Flamengo ser derrotado pelo Peñarol. A fase do time uruguaio está longe de ser ruim como a do San Lorenzo, mas o time também não aparenta ser nada de excepcional e o jogo ainda era no Maracanã. Por que o elenco caro e estrelado do Flamengo não conseguiu um gol sequer contra o rival?

Seria injusto demais colocar tanto peso em apenas dois jogos. Futebol tem dessas coisas e o campeonato ainda vai longe, mas chama a atenção já há algum tempo como os times de maior investimento no Brasil têm dificuldade de se impor dentro e fora do Brasil.

No ano passado o Palmeiras precisou trocar de técnico no meio do campeonato para tentar salvar a temporada. Deu certo, Felipão chegou chegando e o time venceu o Brasileirão. No Flamengo o movimento foi o oposto, e as mudanças de meio de temporada -especialmente a venda de Vinícius Júnior- custaram a liderança.

Os dois times de maior investimento do futebol brasileiro estão conseguindo colocar seus times na briga pelos títulos, mas falta o domínio que a gente espera que venha junto com tamanha diferença econômica. Não é por mera frescura que muita gente critica o Palmeiras de Felipão por não jogar um futebol ofensivo e dominante, é o que times com elencos superiores costumam fazer desde sempre. O técnico se preocupa em ganhar porque é assim que mantém o emprego, mas o estilo de jogo dedura que a diferença na folha salarial não é a mesma do talento em campo.

No campo internacional isso é extrapolado ainda mais. Volta e meia times brasileiros com elencos riquíssimos são derrotados e eliminados por times de Paraguai, Bolívia e outros países que lutam para pagar por jogadores que sequer teriam espaço no Brasil.

Se os times soubessem a razão disso acontecer certamente já teriam solucionado, mas é possível arriscar. A impressão é que os jogadores que atuam no Brasil hoje, por mais caros que sejam, simplesmente não estão tão acima dos outros. O elenco incrível do Flamengo, por exemplo, coloca muitas fichas em Diego e Gabigol. O primeiro já está com 34 anos e não é mais o que já foi no passado, o segundo só está no Brasil porque não deu certo na Europa. Éverton Ribeiro, outra estrela, mesmo sendo um dos melhores do Brasil há alguns anos só fechou negócio nos Emirados Árabes.

O caso de Gabigol em especial lembra a "novela Arana" do Corinthians. O jogador sai jovem do Brasil, não dá resultado no melhor futebol do mundo e parece voltar ainda mais valorizado. O que explica? É claro que Gabigol é bom e mostrou isso fazendo gols no último Campeonato Brasileiro, mas talvez ele não seja tão melhor que os outros centroavantes do Brasil como seu salário indica.

Outro sintoma disso é a Seleção Brasileira. Por mais que o Palmeiras tenha jogadores bons em praticamente todas as posições, nenhum além de Dudu gera conversas sobre espaço no time de Tite. Os caras são bons, mas não são fora de série, e o trunfo do Palmeiras acaba sendo a quantidade de posições cobertas por jogadores competentes, mas não espetaculares.

O grande drama de Palmeiras, Flamengo e os demais times é que por mais dinheiro que eles gastem, ainda não é o bastante para competir com o mercado chinês, árabe e europeu. Para tirar jogadores de lá, como São Paulo e Grêmio fizeram com Alexandre Pato e Diego Tardelli, é preciso abrir o cofre sem certeza de resultados. O Brasil ainda produz craques, mas eles não estão mais aqui.

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