É difícil passar um dia sem ler o nome de Callum Hudson-Odoi na imprensa da Inglaterra. O atacante de 18 anos do Chelsea se tornou uma obsessão britânica nos últimos meses, com muitos pedindo por mais minutos do jogador em campo, convocação para a seleção inglesa e especulando sobre outros gigantes da Europa que estariam interessados em seu talento.
Nesta semana ele se tornou o mais jovem jogador a atuar em um jogo de competição oficial pela seleção da Inglaterra ao entrar no segundo tempo da vitória contra a República Tcheca nas eliminatórias da Euro 2020. Poucos dias depois se tornou o mais novo titular inglês na partida contra Montenegro.
Mas quem é Callum Hudson-Odoi e o que ele fez para merecer tamanha atenção?
Revelado pelo Chelsea, o atacante disputou 19 jogos nesta temporada pelo clube, sendo apenas quatro delas como titular, todas pela Liga Europa. Foram 892 minutos em campo, o equivalente a nove partidas completas, e cinco gols.
Parece pouco, e é esse o problema. Nesses poucos minutos em campo, Hudson-Odoi tem mostrado velocidade, muita habilidade no drible e até já alguma capacidade de transformar isso tudo em gols. Dos seus cinco gols no ano, quatro foram na Liga Europa, única competição onde o técnico Maurizio Sarri tem o utilizado com regularidade.
A ansiedade da torcida e dos comentaristas ingleses é compreensível. O Chelsea está apenas na sexta colocação da Premier League e o desempenho ofensivo não chama a atenção: com 50 gols, o time tem o pior ataque dos seis grandes do país. A dificuldade de criar e finalizar jogadas cria um ambiente em que o jovem jogador, rápido e muito habilidoso, faz muitos sonharem no impacto que ele poderia trazer.
O líder do Chelsea em dribles na temporada, por exemplo, é Eden Hazard, com 3,2 dribles por jogo. A média de Hudson-Odoi na Liga Europa é de 3,8 dribles por partida.
Em uma temporada quase perdida, muitos veem uma chance não aproveitada de dar rodagem ao jogador.
A situação é confusa. Por um lado o técnico Maurizio Sarri já disse inúmeras vezes que acha que a pressão sobre Hudson-Odoi é prejudicial ao garoto que, segundo ele, precisa de tempo. Por outro, o fato dele não estar jogando faz a imprensa falar cada vez mais dele, e a ansiedade por sua atuação a cada partida só aumenta.
O fato dele não ser aproveitado em campo também faz muitos times do resto da Europa sentirem ali uma oportunidade de negócio. O Bayern de Munique chegou perto de uma contratação em Janeiro e deve tentar de novo ao fim da temporada. Eles devem ter concorrência do Borussia Dortmund, que fez movimento parecido ao tirar o jovem Jadon Sancho do Manchester City, amigo pessoal de Hudson-Odoi.
Os dois ingleses dividiram com Vinícius Júnior o pódio do Top 50 NxGn da Goal, que elegeu os melhores jovens jogadores da atualidade.
O Chelsea já fez uma oferta de renovação de contrato para o atacante em Janeiro deste ano, mas ele ainda não assinou um novo contrato. Seu atual vínculo termina em 2020.
Então por que se fala tanto sobre Hudson-Odoi? Porque todos querem respostas. A torcida quer saber até onde ele pode chegar com seu talento, o Chelsea quer saber com o quanto ele consegue lidar hoje e todos querem saber onde ele irá jogar na próxima temporada.
Se Hudson-Odoi seguir aproveitando suas chances, como na boa atuação contra Montenegro e nos jogos da Liga Europa, a obsessão pelo atacante não acabará tão cedo.