*Colaboração: Felipe Alencar
A espera, enfim, acabou! Depois de 50 anos, o Atlético-MG volta a ser campeão brasileiro. O caminho desde aquele 1971 foi longo e árduo, com vice-campeonatos em 1977, 1980, 1999 e 2012. Sóis nasceram e foram embora, mas desta vez não teve quem tirasse do Galo o grito há tanto tempo entalado.
O título do Brasileirão 2021 foi garantido matematicamente após a épica vitória por 3 a 2, de virada, sobre o Bahia. Com o resultado, a equipe de Cuca chegou a 81 pontos e não pode mais ser alcançado pelo Flamengo. E em meio a todo o clima de comemoração que contagia os atleticanos, listamos, aqui na GOAL, alguns fatos fundamentais que ajudaram o Galo nesta histórica conquista.
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Contratação de Cuca
Getty ImagesQuando o argentino Jorge Sampaoli deixou o Atlético-MG para rumar à França, para treinar o Olympique de Marseille, pairou a dúvida: apesar de certa dose de decepção pela ausência de títulos importantes em 2020, o Galo poderia achar um técnico confiável para seguir com a missão de conquistar os maiores títulos possíveis?
A resposta veio com aquele que estava na área técnica na maior conquista atleticana da história: Cuca, comandante do time campeão da Libertadores em 2013, voltou após grande trabalho no Santos para escrever um novo auge em sua história no Alvinegro.
O início não foi dos melhores, com um time ainda demonstrando certas irregularidades e sem convencer o torcedor – apesar do título mineiro. Com o tempo, contudo, a inventividade e conhecimento tático do técnico apareceram para fazer a diferença, assim como o seu bom relacionamento com o grupo de jogadores.
O Hulk mais forte da história
Atlético-MGEste bom relacionamento de Cuca com seus principais jogadores esteve à prova quando o treinador teve algumas rusgas com Hulk, atacante veterano que chegou como grande contratação para a temporada. A conversa resolveu as discordâncias e, a partir deste momento, Hulk passou a viver, com a camisa do Galo e já aos 35 anos, o seu auge como jogador de futebol – isso segundo dito pelo próprio atacante, que também teve grandes momentos no Porto.
Considerando toda a temporada, já foram 33 gols e 13 assistências até o momento da confirmação do título brasileiro. No Brasileirão, Hulk é o destaque maior: participação direta em 25 gols – entre 18 bolas nas redes e sete assistências. Mais do que qualquer outro jogador. Que o paraibano pudesse ser decisivo aqui no Brasil poderia até ser previsível, mas a criatividade e classe demonstrada surpreenderam até os mais céticos. Hulk já está no panteão histórico atleticano - ao lado de imortais como Dario, Reinaldo, Diego Tardelli ou Ronaldinho Gaúcho – e se firma como melhor contratação até o momento feita pelos mecenas que são decisivos para custear o atual elenco.
Ritmo constante de competição em alto desempenho
André Mourão/Foto FCCom a boa base montada nos anos anteriores, com destaque para nomes como Éverson, Zaracho e Guilherme Arana, e chegadas de peso como a do próprio Hulk, do argentino Nacho Fernández e do atacante Diego Costa, o Atlético foi competitivo do início ao fim da temporada. Campeão mineiro, fez campanha marcante na Libertadores, eliminando os gigantes Boca Juniors e River Plate e caiu, nas semifinais, apenas para o Palmeiras (que seria o campeão). Uma queda doída por ter sido sacramentada após dois empates, seguindo a regra do gol qualificado que está com os dias contados na competição da Conmebol. Na Copa do Brasil, o Galo seguiu até a final - onde irá enfrentar o Athletico Paranaense.
Psicológico forte
O excesso de jogos desgasta e pode ser o fator desequilibrante para decretar a derrocada de uma temporada, mas se os resultados forem positivos e o cansaço for bem administrado, fortalece o psicológico. E confiança exerce um papel vital em praticamente todos os aspectos da nossa vida. No futebol não é diferente. Com a boa campanha feita, com boas atuações e a vitória constantemente ao seu lado, os atleticanos pareciam invencíveis no Brasileirão.
Hablas Español? Os ‘gringos’ decidiram
Divulgação/Atlético-MGAlém de Hulk, o título atleticano também contou com enorme destaque para Nacho Fernández. O argentino, que chegou a Belo Horizonte após anos vitoriosos pelo River Plate, também ajudou a liderar a equipe treinada por Cuca. Além dele, Zaracho, Vargas e Savarino também decidiram. E se o que vale no futebol é a naturalidade escolhida na hora de vestir a camisa de uma seleção, o sergipano Diego Costa, autor de quatro gols e uma assistência neste Brasileirão, é um espanhol. Hulk à parte, os jogadores citados neste parágrafo fizeram 22 gols do Galo neste Brasileirão- 36% do total até o momento em que o título foi garantido contra o Bahia.
Elenco farto
Atlético-MGOu seja: o elenco do Atlético-MG é farto. E se tem um nome em campo que deixa isso em evidência é o de Keno. O veloz atacante foi uma espécie de 12º jogador, mostrando ser quase sempre decisivo. A sua exibição nos 3 a 2 contra o Bahia, onde marcou o gol do empate em 2 a 2 e o da virada, para 3 a 2, que sacramentou o título, falam por si só. Fora de campo, evidente que o mecenato da família Menin e outros financiadores conta (e muito!) a história deste título brasileiro de 2021.
Mineirão lotado e apoio da torcida
Não há como falar de protagonismo no Atlético-MG sem mencionar a sua fanática torcida. Em meio a estes 50 anos de espera, os atleticanos não apenas não abandonaram o time como sempre se mostraram presentes e vibrantes. Em 2021 é claro que não foi diferente: o público que passou a ser aceito no Mineirão, em meio à volta gradual dos torcedores durante as quedas de casos de Covid, fez festa e mostrou sua importância.
Agora é hora de comemorar!




