Os brasileiros só têm o que agradecer pela passagem de Ronaldo na Seleção Brasileira. Nos 15 anos que vestiu a Amarelinha, o Fenômeno conquistou quase tudo que era possível e foi referência de uma das fases mais vitoriosas da Seleção. Mas isso não significou só coisas boas para os jogadores que ficaram para assumir esse legado.
Contemporâneos mais novos, como Ronaldinho e Kaká, e sucessores como Neymar precisaram e ainda precisam lidar com uma torcida que ficou mal-acostumada no fim da década de 90 e início dos anos 2000. Se por um lado eles não precisaram encarar a pressão de encerrar algum jejum de taças, como vive hoje Messi e companhia na Argentina, por outro lado eles tiveram a complicada tarefa de manter uma sequência incomum de conquistas importantes.
Mesmo sem entrar em campo, Ronaldo já fazia parte do elenco campeão da Copa do Mundo 1994. Medalha de bronze na Olimpíada de 1996, já era melhor do mundo quando foi artilheiro na conquista da Copa América 1997 e fez uma parceria letal com Romário no título da Copa das Confederações do mesmo ano, com direito a hat-trick dos dois na decisão contra a Austrália.
Em 1998, o Fenômeno acabou parando na decisão do Mundial da França, mas se recuperou no bicampeonato da Copa América em 1999 e chegou a redenção total ao ser a grande estrela do penta em 2002.
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A conquista no Japão e na Coreia do Sul tinha os jovens Ronaldinho e Kaká, que estavam sendo preparados para assumir o bastão da seleção mais vitoriosa do mundo e que vivia grande fase. Só que este belo momento pode ter atrapalhado a carreira dos dois na equipe nacional, primeiro na vontade de serem protagonistas de títulos. Os dois pediram dispensa tanto da Copa América 2004 quanto da de 2007, ambas vencidas pelo Brasil.
Em 2006, no embalo de três finais mundiais consecutivas e o título da Copa das Confederações do ano anterior, o Brasil não se preparou como deveria e foi eliminado precocemente mesmo com o "Quadrado Mágico". Nem Ronaldo, da velha geração, nem Kaká, Ronaldinho e Adriano conseguiram achar a sintonia perfeita para fazer um bom torneio.
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Dois anos depois, Ronaldinho Gaúcho era escalado pra buscar o sonhado ouro olímpico, mas fracassaria diante da Argentina, o que fez reviver o fantasma de oito anos antes, quando o próprio jogador fracassou ao tentar liderar a seleção olímpica, eliminada por Camarões.
A pressão por títulos importantes começou a pesar sobre Kaká, referência do time de Dunga na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul. Na Copa América do ano seguinte apareceria Neymar, mas o país seria derrotado pelo Paraguai nas quartas de final sem nunca convencer.
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E o agora craque do PSG é a grande estrela de uma equipe que acabou sofrenda uma dura derrota por 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014 e a queda mais recente nas quartas de final do Mundial da Rússia para a Bélgica.
Até a próxima Copa, o Brasil irá para 20 anos sem sequer chegar a decisão do Mundial. Neymar terá tanto o peso de um possível jejum prolongado, com uma paciência cada vez menor do torcedor. Uma situação bem diferente que Ronaldo Fenômeno deixou quando estava próximo de se aposentar da Seleção Brasileira.
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