Van de Beek Juventus Ajax Champions LeagueGetty

O Ajax fez a maior façanha de um azarão na Champions League? Relembre outras zebras

O jovem time do Ajax eliminou, nesta terça-feira (16), a Juventus de Cristiano Ronaldo da Champions League. Se essa afirmação já impressiona, que tal lembrar que o feito foi conquistado com uma vitória em Turim, após empate em Amsterdã?

E não para por aí: na fase anterior o Ajax eliminou o atual tri-campeão Real Madrid vencendo por 4 a 1 o jogo decisivo em pleno Santiago Bernabéu. Será que a combinação é o maior feito de um azarão na história da Champions?

Lembramos de algumas outras grandes zebras das últimas décadas para comparar:

Mais artigos abaixo

Dynamo Kiev de 1999


Andriy Shevchenko, Dynamo Kiev

Com um jovem Andriy Shevchenko de 22 anos no ataque, o Dynamo Kiev arrancou um empate em 1 a 1 com o então campeão Real Madrid no jogo de ida das quartas de final. Na volta, sob o olhar da apaixonada torcida ucraniana, o Dynamo fez um categórico 2 a 0 para garantir a vaga na semifinal da Champions League.

O Real Madrid daquele ano tinha Fernando Hierro, Roberto Carlos, Fernando Redondo, Clarence Seedorf, Raul e Fernando Morientes, base do time campeão da Europa em 1998.

Para superar o Ajax de 2019, porém, faltou uma segunda grande eliminação. O time encarou o Bayern de Munique na semifinal e foi eliminado com uma derrota de 1 a 0 na Alemanha após emocionante empate de 3 a 3 no jogo de ida.


Bayer Leverkusen de 2002


Leverkusen Deportivo UCL 20032002Getty

Liderado por Michael Ballack no auge de sua forma e com os brasileiros Lúcio e Zé Roberto no elenco, o Bayer Leverkusen chocou a Europa ao alcançar a decisão da Champions League de 2002 sem ter grandes estrelas globais no elenco.

No caminho até a final eles bateram o Liverpool de Steven Gerrard, Michael Owen e Emile Heskey nas quartas e depois o Manchester United de David Beckham, Ryan Giggs, Paul Scholes e Ruud van Nistelrooy na semi. Foram cair só na decisão contra o Real Madrid graças ao gol mais famoso da carreira de Zinedine Zidane.

O time que encantou a Europa ficou conhecido, porém, pelo quase. Acabou a temporada como vice da Champions League, vice do Campeonato Alemão e vice na Copa da Alemanha. O apelido de "Neverkusen" (mistura de "never", "nunca" em inglês, com o nome do time) foi cruel com um dos grandes azarões da história da Champions.


Villarreal de 2006


O famoso "Submarino Amarelo" chegou até a semifinal da Champions League de 2006 depois de passar pela poderosa Inter de Milão nas quartas de final. O time italiano tinha Toldo, Zanetti, Materazzi, Stankovic, Figo e Adriano, mas não foi páreo para o pequeno time espanhol. Após perder por 2 a 1 na Itália, o Villarreal venceu por 1 a 0 na Espanha e passou pelo gol fora de casa.

Na semifinal o time quase se consagrou com duas zebras seguidas. Ao enfrentar o Arsenal, o Villarreal teve um pênalti nos minutos finais do jogo da volta para igualar o placar agregado e levar a decisão para os pênaltis, mas Juan Roman Riquelme parou nas mãos de Jens Lehmann. Além do argentino, aquele time do Villarreal tinha outros bons nomes sul-americanos como Diego Forlán, Marcos Senna e Juan Pablo Sorín.


Monaco, Porto e La Coruña de 2004


Fernando Morientes Ludovic Giuly Monaco

A Champions League de 2004 é conhecida por ser a Copa dos Azarões. Maior exemplo disso é a campanha do Porto, campeão europeu sob o comando de José Mourinho.

A grande vitória inesperada do jovem time português foi contra o Manchester United, ainda nas oitavas de final. Um gol de Costinha no último minuto do jogo em Old Trafford garantiu a vaga do time na etapa seguinte, onde enfrentaram o Lyon. Na semifinal foi a vez de bater o La Coruña e, na decisão, o Monaco. Uma sequência certamente pouco usual de nomes para as fases mais agudas de uma Champions League.

É que naquele ano cada time teve sua dose de zebras.

O La Coruña chegou à semifinal depois de eliminar a Juventus de Pavel Nedved, David Trezeguet e Alessandro Del Piero nas oitavas e o Milan de Shevchenko, Seedorf, Maldini, Kaká e Pirlo nas quartas. Essa vitória, aliás, com contornos épicos: o Milan goleou o La Coruña na Itália por 4 a 1 no jogo de ida, mas tomou um antológico 4 a 0 no jogo de volta na Galícia. O time só foi parar mesmo na defesa de Mourinho na semifinal.

O Monaco também precisou de viradas históricas contra adversários de peso para chegar longe. Nas quartas o time francês passou pelo Real Madrid em plena era "galática":  o time tinha Zinedine Zidane, Ronaldo, David Beckham, Raúl, Roberto Carlos e Figo e ganhou o jogo de ida por 4 a 2 em Madrid, mas os franceses deram o troco com um 3 a 1 em casa e se classificaram pelo gol fora de casa.

Na semifinal foi a vez de vencer outro time milionário, o recém-comprado Chelsea de John Terry, Frank Lampard, Hernán Crespo, Juan Sebastián Verón e Claude Makelele. Depois de vencer por 3 a 1 em casa, o Monaco conseguiu um empate por 2 a 2 em Londres para garantir a vaga na decisão, onde finalmente sucumbiu por 3 a 0 diante do Porto.

O time francês tinha bons nomes, como Ludovic Giuly, Patrice Evra, Jaroslav Plasil e Fernando Morientes, mas nenhum deles se consagrou como grande craque do futebol mundial nem antes nem depois dessa campanha. Pelo elenco simples e por ter derrubado dois dos times mais caros do mundo, o Monaco é até hoje considerado um dos grandes azarões da história da Champions.

Publicidade