O celeiro de craques do Santos não para de revelar jovens promissores. A cada ano, a Vila Belmiro apresenta novas estrelas para o futebol brasileiro e mundial. Marcos Leonardo, de 19 anos, é o centroavante que surge como definidor no time do litoral paulista.
Depois de sete gols em 40 partidas disputadas pelo Santos em 2021, acabou escolhido para a edição 2022 do NXGN, prêmio que elenca as 50 maiores promessas sub-19 do futebol mundial. E já começou a temporada em alta: são seis gols e duas assistências em 19 partidas disputadas.
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Em alta, o garoto contou a sua história em entrevista exclusiva à GOAL. O craque quase foi parar em outro clube do estado — o São Paulo —, mas se mudou para o Santos ainda nas divisões de base, sonha em jogar ao lado de Cristiano Ronaldo, seu ídolo no esporte, e vê Romário, que parou de jogar em 2009, quando ele tinha apenas seis anos, como uma referência.
Confira, abaixo, a entrevista exclusiva do garoto à reportagem:
Como foi receber o prêmio NXGN?
Fico feliz por ter recebido o troféu, é fruto de muito trabalho sendo reconhecido. Então, toda honra e toda glória a Jesus. Fico muito feliz. Quando eu fiquei sabendo, eu fiquei muito feliz, porque todo atleta e toda criança que joga futebol sonham em ser reconhecido mundialmente. A gente sonha com isso, trabalha dia e noite, fiquei muito feliz, falei com o meu pai e falei com a minha mãe. Foi uma emoção muito grande, fiquei muito feliz.
Você sonha em repetir o caminho traçado por outras estrelas do Santos?
Os garotos que receberam anteriormente, o próprio Rodrygo, que é da casa, é Menino da Vila, tem um futuro brilhante no Real Madrid, na Europa. Fico feliz por traçar o caminho dele e de outros, com toda honra e glória do Senhor.
Santos FCComo foi sua chegada ao Santos?
Desde pequeno sempre joguei bola. Com quatro anos, eu comecei a jogar bola. Eu vim morar em São José dos Campos. Onde eu morava, tinha uma escolinha do São Paulo. Eu fui fazer teste em Cotia com seis, sete anos, e queriam que eu ficasse. Mandaram eu voltar aos 14 anos, porque eu não poderia me alojar com sete anos. A gente voltou para São José dos Campos para esperar o tempo. Nisso, houve a separação do meu pai e da minha mãe e a gente voltou para a Bahia. Lá na Bahia, o meu pai tem um projeto com dois amigos dele para tirar pessoas das ruas por meio do futebol. Se tiver alguém com qualidade, tentam realizar o sonho da pessoa. Eu fico feliz por ter participado desse projeto. Tem muitas pessoas lá com talento, mas sem condição financeira.
Aos 10 anos, eu vim para Taubaté, para morar com meu primo e com meu pai. Do lado de onde a gente morava, tinha uma escola do Meninos da Vila. Na primeira semana, teria uma avaliação, eu fui fazer, e o treinador falou: 'Marcos, não pode, porque você acabou de chegar'. Dois dias antes da avaliação, a gente teve um jogo contra o Taboão da Serra e eu fiz oito gols. Aí o treinador já mudou de ideia. Fiz a avaliação, passei, mandaram eu voltar em Santos, eu fiz avaliação aqui e passei também. Em 2014, mudou diretoria, mudou tudo. Aí tive que passar pelo mesmo processo. Fiz avaliação em Taubaté, fiz em Santos com mais de 100 garotos e depois fui para a base. Estou no clube desde 2015.
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Quem são suas referências no futebol?
Tem vários que eu me inspiro, o Ricardo Oliveira, desde pequeno eu gosto dele. O Romário, o Adriano, o Luis Suárez, o Ronaldo Fenômeno e o Cristiano Ronaldo, que é meu ídolo desde pequeno.
Eu nasci em 2003. Então, foi muito pouco. Alguns eu nem cheguei a ver. Era meu pai que pegava no meu pé desde pequeno e ficava: 'vai assistir vídeo, menino, vai assistir aos vídeos'. Ele cobrava assistir aos vídeos de Romário, Ronaldo, Adriano, ele sempre cobrava, porque muitas vezes aconteciam lances que iriam me ajudar a resolver dentro de campo. Em um lance contra o Corinthians, eu fiz um gol de biquinho e brinquei com meu pai: 'gol de Romário'. É uma cobrança dele.
Santos/DivulgaçãoSeu pai cobra muito de você?
Ele é o que mais me cobra sem dúvida nenhuma. Sempre que acaba o jogo, ele não fala muito, fica tranquilo, mas no outro dia, ele manda vídeos com erros e acertos. Ele me ajuda, fala o que eu deveria fazer para não errar ou errar o menos possível.
Como quem você gostaria de jogar?
Cristiano Ronaldo, que sempre foi meu ídolo, e sempre sonho em jogar com ele. O primeiro é ele. O Rei [Pelé], não tem como, não tenho nem palavras. Se jogasse com ele, aprenderia muito. E Messi. Tem vários, mas como você me deu só três opções, tem vários que sonho em jogar, tem Ricardo Oliveira, Neymar, são vários.
Quais foram os momentos mais marcantes pelo Santos?
Foi contra o Corinthians, na Vila Belmiro, quando a gente ganhou por 1 a 0, com gol meu. Foi meu primeiro gol contra o Corinthians, o primeiro em clássico, me marcou e sempre vai ficar marcado, o meu primeiro gol no profissional, contra o Goiás. É uma sensação que não tem como explicar, contra o Corinthians em Itaquera e contra o Fortaleza, no ano passado, fiz dois gols na Vila. Estava dois meses e quatorze dias sem jogar. Quando eu voltei, fiz dois gols, vai ficar marcado para sempre em minha vida. O jogo contra o Flamengo no ano passado, no Maracanã.
Você faz dupla com o Ângelo atualmente. Como é o entrosamento de vocês?
Ângelo e eu somos entrosados desde pequenos. A gente chegou no mesmo ano, só mudava a categoria. Desde novo, conheço ele, a família dele. A gente fazia churrasco junto, a gente ensaia as danças, é um cara excepcional, tem talento indiscutível, é um cara fenomenal. Feliz por tê-lo como meu irmão e companheiro, facilita jogar com quem você conhece.
NXGNQual o seu sonho no futebol?
Primeiramente, eu quero virar ídolo no Santos, que investiu em mim e acreditou no meu potencial desde pequeno. Quero fazer gols e dar títulos a essa torcida, porque ela merece. Quero chegar à seleção brasileira principal, sempre foi meu foco desde pequeno, quero ser o camisa 9 da seleção brasileira principal, jogar uma Copa do Mundo.
Lembra-se de algum jogo do Santos que assistiu da arquibancada?
Como o Kaiky falou, sou um deles, assistia aos jogos na arquibancada. Lembro até hoje que teve um Santos x Palmeiras, a bola sobrou, e o Ricardo Oliveira deu de cavadinha, foi no Prass. Hoje é ao contrário, eu vou jogar, e as pessoas vão me ver. Eu sempre fico feliz, quando entro em campo, olho para a arquibancada e lembro que já estive lá. Tenho que agarrar a oportunidade.
Quem foi o jogador por quem você mais gritou?
Foi o Ricardo Oliveira, fazia muitos gols, meu ídolo desde pequeno, posso conversar com ele, aprender muito com ele, um cara excepcional dentro e fora de campo. Foi quem mais gritei da arquibancada, não só eu, mas toda a torcida do Santos.