Neymar não marcou gols contra a Atalanta, nas quartas de final da Champions League, nem sobre o RB Leipzig, na semifinal. Ainda assim, o craque do PSG foi o grande nome destas duas partidas – ainda que Ángel Di Maria tenha sido o mais decisivo contra os alemães – e chega à grande decisão desta Liga dos Campeões da Europa como grande protagonista do torneio. É algo que não acontecia com jogadores brasileiros desde 2007, quando Kaká havia se colocado como jogador mais decisivo do Milan que conquistaria o título sobre o Liverpool.
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Desde então, foram 12 finais disputadas e muitos brasileiros tendo exibições decisivas e importantes. O goleiro Alisson, por exemplo, talvez tenha sido o melhor em campo pelo Liverpool, que também tinha Firmino e Fabinho, na vitória sobre o Tottenham na última decisão; nos últimos quatro títulos do Real Madrid (três deles de forma consecutiva), Marcelo contribuiu com duas assistências e um gol em meio a estas conquistas e Casemiro também deixou sua marca estufando as redes.
O próprio Neymar já fez o seu gol e conquistou a sua Champions, em 2014-15, quando ainda estava no Barcelona. Mas naquele time o protagonista é o mesmo de hoje: Lionel Messi. Nas finais do Real Madrid o grande nome era Cristiano Ronaldo, enquanto nos outros casos anteriores a força do grupo impedia a escolha de um herói mais destacado que fosse brasileiro. Em 2010, Júlio César, com suas defesas espetaculares, foi imprescindível para a Inter de Milão chegar à final (e a conquistar a taça), mas o protagonismo ali era dado ao técnico José Mourinho.
É por isso que, independentemente de quem for enfrentar o PSG na final desta edição da Champions League, não haverá alguém que tire o holofote principal de Neymar até a bola rolar. O Lyon tem o fator surpresa a seu favor, a referência técnica é o atacante Memphis Depay, mas ninguém na equipe treinada por Rudi Garcia é um grande protagonista no cenário europeu. Ainda. Pelo Bayern a grande estrela é Robert Lewandowski, artilheiro em fase esplendorosa, mas que não tem um protagonismo como o de Neymar se juntarmos futebol jogado e apelo midiático.
Quando aceitou a oferta do PSG, que pagou ao Barcelona um valor recorde de 222 milhões em 2017, a motivação de Neymar foi exclusivamente a de ter um protagonismo que jamais teria jogando ao lado de Lionel Messi – ainda que algumas vezes até chegasse a ameaçar alguma coisa. Nos seus dois primeiros anos na França, chamou os holofotes mais por causa de polêmicas e lesões do que pelo futebol jogado, embora dentro de campo sempre tivesse aparecido com destaque.
Quis o destino que, justamente uma temporada após ter manifestado o desejo de voltar ao Barça, Neymar virasse, com o PSG, o protagonista que sempre desejou ser no grande palco da Europa. E na última vez que um brasileiro chegou em final de Champions League como protagonista, o resultado foi título e prêmio de melhor do mundo: Kaká, pelo Milan, em 2007.




