O futebol não vai ser o mesmo depois da pandemia do novo coronavírus - e isso pode ser bom. Esta é a opinião de Daniel Cohn-Bendit, um famoso político francês que foi um dos líderes dos movimentos estudantis de 1968 e membro do parlamento europeu por 20 anos (1994-2014).
Em artigo no jornal Ouest France neste domingo, o político afirmou que a crise atual vai servir para acabar com a "irracionalidade do esporte profissional" e vai ter o efeito de um "ataque nuclear".
"O Mbappé vai custar entre 35 e 40 milhões de euros, e não mais 200 milhões. E quem será que vai poder comprá-lo?", questionou, citando o craque do Paris Saint-Germain e um dos jogadores mais valiosos da atualidade.
Para efeito de comparação, o Real Madrid gastou mais que isso (€ 45) para contratar nos últimos anos os jovens Vinicius Júnior e Rodrygo, que pouco atuaram no futebol brasileiro.
Cohn-Bendit acredita que os valores no mercado de transferências são só parte da mudança. "Haverá uma regulamentação de fato. Ir além de um teto salarial pode ser necessário. É uma reorganização que passa não apenas pelos salários dos jogadores, mas também pelo direito à imagem e publicidade", pontuou.
Próxima partida
O político francês acredita que esta redução drástica não é só necessária, como também positiva. “Um pouco mais de sobriedade e um pouco mais de igualdade seria um bom começo. Os jogadores de futebol não jogarão pior se ganharem menos", concluiu.