Quando os jogadores de futebol se aposentam, eles podem seguir vários caminhos. Alguns se tornam treinadores ou especialistas, enquanto outros decidem deixar o esporte para trás.
Poucos assumem um papel de liderança na luta contra as mudanças climáticas e na produção de recursos energéticos renováveis.
Mathieu Flamini pode ter tido uma carreira estável como jogador de futebol que jogou pelo Marselha, Arsenal e Milan, entre outros, mas o que ele fez depois de pendurar as chuteiras provou ser bastante espetacular.
Flamini passou pela base do Olympique de Marselha, onde subiu para a equipe principal em 2003/04, chamando a atenção do técnico do Arsenal, Arsene Wenger, que lutou para conseguir levar o volante para os Gunners.
Os avisos de seu antigo técnico, José Anigo, de que Flamini teria dificuldades para entrar no time principal dos Gunners se mostraram inicialmente imprecisos, pois, após uma temporada de adaptação, ele foi crucial na campanha de 2005-06 do Arsenal, jogando em 49 partidas em todas as competições até chegar à final da Liga dos Campeões.
No entanto, Flamini nunca dominou realmente o papel de âncora do meio-campo, para o qual sua energia, inteligência e habilidade deveriam torná-lo ideal.
Em vez disso, sua flexibilidade posicional, juntamente com seu forte ritmo de trabalho de equipe, o transformaram em um jogador "quebra-galho", implantado na lateral e no meio-campo, bem como em seu melhor papel de meio-campo central, muitas vezes entrando como substituto enquanto Cesc Fabregas e Gilberto Silva eram titulares.
Flamini optou por seguir em frente no final de seu contrato de quatro anos, assinando com o Milan, onde conquistou o título do Campeonato Italiano de 2010/11. O jogador foi liberado pelo clube italiano em 2013, retornando ao Arsenal.
Ele fez parte dos elencos que venceram duas Copas da Inglaterra consecutivas em 2014 e 2015, mas foi reserva em nos dois jogos, tendo também sido deixado de fora no triunfo anterior dos Gunners em 2005.
Flamini deixou o Arsenal pela última vez em 2016 - notavelmente nunca tendo perdido uma partida da Premier League em casa pelo clube - e depois de passagens pelo Crystal Palace e Getafe, ele se aposentou do futebol profissional e mudou-se em tempo integral para uma segunda carreira que parece ser muito mais significativo do que o seu primeiro.
Durante sua carreira no futebol, em 2008, Flamini cofundou a GF Biochemicals, a primeira empresa do mundo a produzir em massa o ácido levulínico, considerado potencialmente fundamental na produção de biocombustíveis mais ecológicos.
Também pode ser usado em herbicidas biodegradáveis, além de vários outros utensílios domésticos, como ambientadores e perfumes, além de plásticos e produtos farmacêuticos.
Um empreendedor genuíno, o patrimônio líquido de Flamini é estimado em cerca de 20 milhões de euros (R$ 98,4 milhões, aproximadamente), o suficiente para superar até mesmo qualquer jogador da Premier League.
“Crescendo à beira-mar, pude ver desde muito cedo o impacto dos plásticos na água, na praia”, disse Flamini ao
Guardian
em agosto de 2020.
"É horrível e faz você perceber que, se não mudarmos alguma coisa, o lugar onde moramos não será mais habitável.
"Estava muito atento a tudo, muito curioso. Sempre disse a mim mesmo: 'Se eu fizer outra coisa depois fora do futebol, quero que seja em torno da sustentabilidade.'"
Seu sucesso no mundo dos negócios trouxe Flamini de volta à discussão no Arsenal em novembro de 2020, com rumores de que o ex-jogador poderia liderar a aquisição de seu antigo clube.
Enquanto ele rejeitou a conversa sobre uma aquisição na época, Flamini indicou que um retorno ao futebol em algum momento está nos planos.
Ele disse ao The Athletic: “Não me pergunte como vou estar envolvido no futebol, porque não é algo que eu tenha pensado."
"Mas, definitivamente, é algo que eu faço parte desde sempre na minha vida. Eu sempre vou querer fazer parte desta comunidade."
Parece provável que Flamini retorne ao futebol em algum momento no futuro – já que ele desempenha seu papel para garantir que todos tenham um futuro pelo qual ansiar.
