Mesmo tendo ficado quatro anos no São Paulo, Maicon nunca contou com o carinho da torcida. Agora, ídolo do Grêmio, voltou a entrar em conflito com o Tricolor: o volante entrou com processo contra o clube, alegando que teria que receber pagamento adicional por trabalho noturno e aos domingos e feriados.
A notícia não caiu nada bem nas redes sociais. Torcedores da equipe paulista, começaram, em peso, a atacar o jogador nas redes sociais: a torcida fala que jogar no fim de semana é natureza da profissão e aponta para o fato de que o atual meio-campista do Grêmio não entrou na justiça contra nenhum outro de seus ex-clubes.
Esse tipo de processo começou com Paulo André, atual diretor de futebol do Athletico-PR, que processou o Corinthians pelo mesmo motivo e venceu a causa, conseguindo chegar a um acordo judicial de R$ 750 mil. No caso de Maicon, o São Paulo concordou em pagar R$ 200 mil ao volante.
Mais uma vez, é o clube paulista procurando ex-jogadores que entraram com ações na justiça, procurando costurar acordos. No total, estas dívidas chegam a R$ 37 milhões e contaram para o balanço financeiro de 2019, que teve R$ 156 milhões de déficit. O diretor financeiro do Tricolor, Elias Albarello, alegou que a equipe está quitando essas dívidas para entregar, no final do mandato de Leco, que termina no fim do ano, um time sem pendências financeira na justiça.
O contra-ataque de Maicon
Para se defender dos torcedores que vieram o atacar nas redes sociais, o volante resolveu publicar um texto de resposta em seu Instagram e fechou os comentários da postagem para que apenas amigos pudessem lhe responder.
No texto publicado por Maicon, o jogador alega que o São Paulo, em certo momento de sua passagem pelo clube, lhe devia três meses de direitos de imagem, e que eles só foram pagos após um curto período de tempo. Assim, o atleta teria entrado na justiça para garantir seus direitos.
Confira a resposta do jogador:
Inicialmente, em parte do texto divulgado por Maicon, o volante dizia que o "São Paulo havia parado no tempo." Depois, o postou de novo sem essa frase.
Relembre um pouco da passagem do atleta pelo Morumbi
Maicon chegou ao Tricolor em um dos famosos "pacotões" de reforços apresentados pelo então presidente Juvenal Juvêncio, no natal de 2011. O volante, destaque no Figueirense naquele ano, chegou junto de Bruno Cortês, Edson Silva, Fabrício e Paulo Miranda. Os dois primeiros, junto com o atual jogador do Grêmio, são agenciados por Eduardo Uram, empresário influente dentro do Morumbi na época.
Reserva em boa parte do ano de 2012, quando o clube buscava o título da Copa Sul-Americana, chegou a se destacar no último jogo da equipe no Brasileirão daquele ano, contra o Corinthians, com dois gols, mas ainda assim não caiu nas graças da torcida.
Depois da eliminação do São Paulo na Libertadores de 2013, jornalistas começaram a apontar o alto de atletas agenciados por Uram dentro do Morumbi, sendo que três deles haviam sido cortados na famosa "limpa" promovida por Juvenal Juvêncio naquela temporada. Assim, Maicon começou a ser criticado pela torcida e perdeu espaço dentro do clube.
Até chegou a ganhar espaço no fim de 2013 com Muricy Ramalho, mas viveu um 2014 onde era criticado pela torcida duramente sempre que entrava em campo. A perseguição se estendeu em 2015, e o atleta chegou a ser vaiado no primeiro jogo da temporada em casa naquele ano, uma vitória sobre o Capivariano. Foi a gota d'água para o jogador.
Pediu para ser negociado e chegou ao Grêmio, onde teve boas atuações e foi comprado em definitivo pelo Imortal. Ídolo da torcida, é o maior campeão pelo clube na década e conseguiu até chegar a seleção brasileira, estando na lista dos pré-convocados à Copa do Mundo de 2018.