A Federação Nacional dos Atletas de Futebol (Fenapaf) comunicou à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que os jogadores aceitariam atuar eventualmente em partidas separadas por um intervalo de apenas 48 horas quando a temporada 2020 for retomada.
Trata-se de uma flexibilização de 18 horas em relação ao que é determinado atualmente. A pedido da própria Fenapaf, a CBF e federações estaduais concordaram em 2017 que os jogos no Brasil não poderiam ser realizados em um intervalo inferior a 66 horas, sob pena de punição.
Veja o que diz o artigo 25 do Regulamento Geral de Competições da CBF:
"Art. 25 – Como regra geral, os Clubes não poderão disputar e os atletas não poderão atuar em partidas por competições coordenadas pela CBF sem observar o intervalo mínimo de 66 (sessenta e seis) horas.
§ 1º - O disposto neste artigo não se aplica aos casos de nova disputa de partidas suspensas e de partidas de desempate em competições oficiais.
§ 2º - Em casos excepcionais, a DCO, de forma fundamentada, poderá autorizar a atuação de atletas ou clubes sem a observância do intervalo mínimo aludido no caput deste artigo. Em se tratando de atletas será obrigatória a apresentação de autorização médica atestando a aptidão do atleta para a disputa da partida".
O que fazer com o calendário 2020?
A ideia de reduzir o intervalo partiu da própria entidade que representa os jogadores e foi divulgada pelo Globo Esporte.com. "Nosso entendimento é de colaborar, encontrar saídas. Os atletas são sensíveis ao que está se passando", afirmou Felipe Augusto Leite, presidente da Fenapaf, ao site, acrescentando que é preciso "manter os postos de trabalho" no futebol.
A entidade ainda declarou que não faria qualquer denúncia de infração às regras se algum time viesse a atuar duas vezes no período de 48 horas. "Estamos em caráter excepcionalíssimo. Não vamos botar clubes de dois em dois dias para jogar várias vezes. Um joga uma vez, outro joga e vai acomodando para não sobrecarregar ninguém", completou Felipe Augusto.
Todas as competições nacionais e internacionais que envolvem clubes brasileiros estão suspensas desde março por causa da pandemia do novo coronavírus. Os Estaduais ainda estão em andamento, assim como torneios continentais (Libertadores e Sul-Americana) e a Copa do Brasil. Até o fim do ano, ainda seria preciso achar espaço para as 38 datas da Série A e B do Brasileiro.
Neste cenário, a redução entre o intervalo de partidas poderia ajudar no encaixe de mais datas no futebol brasileiro quando a situação se normalizar, visto que até o momento não há previsão de quando a bola vai rolar novamente.
