No comando do Borussia Dortmund, Jürgen Klopp ganhou proeminência após montar um time extremamente competitivo e recheado de jovens. Agora, com o comando de um elenco estrelado e campeão da Champions League, ele enfrenta uma equipe parecida com aquela que o consagrou. Em grande jogo da Premier League, o Liverpool vai ao Stamford Bridge enfrentar o Chelsea , neste próximo domingo (22), ás 12h30 (horário de Brasília), pela sexta rodada da competição.
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Klopp chegou a um Dortmund que havia sofrido muito na temporada 2007-08, correndo até risco de ser rebaixado na Bundesliga, terminando a competição no 13º lugar. Assim, o alemão remontou boa parte do elenco do clube, montando a base de sua equipe ao redor de jovens promissores como Robert Lewandowski, Jakub Błaszczykowski, Neven Subotic, Mats Hummels, Shinji Kagawa, Lucas Barrios e Mario Götze, contratados de centros alternativos de futebol, ou vindos da base do próprio Dortmund.
Com o clube empobrecido, esses jogadores foram os pilares de uma equipe que ganhou duas Bundesligas, foi vice-campeão da Champions League e recolocou os aurinegros no caminho dos títulos. Às vésperas do confronto entre os gigantes, Klopp falou sobre as similaridades entre seu Dortmund e o atual Chelsea, de Frank Lampard.
“O Chelsea é uma equipe interessante. Esse time me lembra muito a minha equipe do Dortmund, muito jovens, talvez até mais do que o atual time do Chelsea de hoje. A mídia sempre falava o quanto eles eram jovens, mas eles jogavam porque eram muito bons. Eles não jogavam porque eram promissores.”
O clube comandado por Frank Lampard passa hoje por uma mudança de geração, mas as razões para essa chance dada aos mais jovens não poderiam ser mais diferentes do que a razão pela qual Klopp formou seu time no Dortmund. Os Blues foram impedidos pela Fifa de contratarem jogadores por duas janelas de transferência por terem violado artigos sobre contratações de menores de idade.
Com a saída de veteranos e peças fundamentais do time, como Eden Hazard, o Chelsea foi forçado a usar sua vencedora categoria de base, um pedido da torcida nos últimos anos. E o resultado desse experimento vem sendo no mínimo animador.
Tammy Abraham, de 21 anos, estava voltando de empréstimo do Aston Villa, onde marcou 25 gols na Championship, a segunda divisão inglesa. Recebeu uma chance como titular e hoje é o artilheiro da Premier League, com sete gols, além de, para Willian, ser considerado a 'solução' dos Blues. O promissor meia Mason Mount, de 20 anos, uma das maiores esperanças da Seleção da Inglaterra, voltou do Derby County e foi alçado a uma posição de destaque no meio de campo do Chelsea. Correspondeu e deve ser mantido por Lampard.
Na fase defensiva, Fikayo Tomori, também retornando do Derby, marcou seu primeiro gol com a camisa do time londrino no último jogo, diante do Wolves. O zagueiro dinamarquês Andreas Christensen, com 23 anos, também vem recebendo a sua primeira grande sequência de jogos com a camisa dos Blues e vem jogando bem. Ainda podem entrar nesse time grandes promessas como Ruben Loftus-Cheek, Reece James e Callum Hudson-Odoi.
Getty ImagesCoincidentemente ou não mesmo o Liverpool de Klopp, hoje entre os clubes mais poderosos da Europa, não deixou de lado o investimento e cuidado no trabalho com jovens promessas. O treinador alçou o jovem Trent Alexander-Arnold a uma posição de destaque, e teve no inglês um dos diferencias dos Reds na Champions League da última temporada. Outros jovens como Joe Gomez, Divock Origi e Naby Keïta também participaram ativamente da conquista.
Nesta última janela, enquanto os clubes do mesmo patamar gastam quantias imensas em atletas já prontos, os únicos investimentos que o Liverpool realizou para posições de linha foi em dois jovens com idade para o sub-17, já integrados aos profissionais: o zagueiro holandês de 17 anos Sepp van der Berg e o atacante inglês de 16 anos Harvey Elliott.
É de se acreditar, então, que o futuro do futebol passa tanto pelos comandados de Jurgen Klopp como pelas férteis canteras do Chelsea.
