Dudu Palmeiras Fortaleza Brasileirão 02 11 2022Cesar Greco/Palmeiras

Hegemonia de Palmeiras e Flamengo desafia eras e comparações

A 35ª rodada do Brasileirão 2022 foi de grande celebração para os clubes mais dominantes do nosso futebol atual. A disputa competitiva da Série A foi um mero detalhe para Flamengo e Palmeiras. De um lado, os rubro-negros encheram o Maracanã contra o Corinthians para celebrarem o título de Libertadores recém conquistado sobre o Athletico-PR. Do outro, a torcida alviverde entrou no Allianz Parque comemorando o título brasileiro sacramentado, horas antes, pela derrota do Inter frente o América-MG. O duelo contra o Fortaleza teve ares de amistoso pelo lado palmeirense.

Torcedores de Palmeiras e Flamengo não saborearam sensações raras. O Brasileirão de 2022 conquistado pelo Palmeiras chega na esteira de dois títulos de Libertadores, respectivamente em 2020 e 2021, um Paulista em 2022 e uma Copa do Brasil em 2020. De 2019 para cá, o Flamengo levantou duas Libertadores (2019, 2022) e dois Brasileirões (2019, 2020), além de uma Copa do Brasil (2022) e três estaduais (2019, 2020, 2021). Isso sem contar as supervalorizadas supercopas, que são taças porém não campeonatos.

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Dos últimos cinco Brasileirões, apenas um não ficou ou com Palmeiras ou com Flamengo. Na Libertadores, a dupla divide igualmente quatro dos últimos cinco títulos disputados (sendo os alviverdes finalistas duas vezes contra três decisões dos rubro-negros no período). O domínio visto nas duas maiores competições que clubes brasileiros podem disputar é nítida. Isso sem falar em Copa do Brasil ou estaduais.

Torcida Palmeiras 2022Getty ImagesFlamengo 02 11 2022Getty Images

Um dos efeitos deste período hegemônico, além de uma certa previsibilidade que só o futebol moderno – em qualquer lugar do mundo – consegue permitir, está no tamanho da idolatria e dos recordes que jogadores e treinadores vão conseguindo para si. Pelo lado rubro-negro, os resultados obtidos nos últimos quatro anos já motivam debates questionando se a geração atual pode superar a histórica dos anos 1980. Gabigol agora só estaria atrás de Zico na lista de maiores nomes da história flamenguista? Campeão de quase tudo no comando do Palmeiras, Abel Ferreira é o maior técnico da história alviverde? Qual o tamanho de Dudu, Gustavo Gómez e Weverton no enorme panteão de ídolos palmeirenses?

A resposta cada um tem para si, sejam torcedores ou analistas. Como escreveu o jornalista Carlos Eduardo Mansur em sua ótima coluna para O Globo, “o futebol, além dos títulos, é feito de emoções, de sensações”. Isso torna a missão de comparar Eras distintas algo quase impossível. Mas tanto Flamengo quanto Palmeiras estão tentando.

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