O corte das três primeiras rodadas é muito pouco para fazer qualquer tipo de prognóstico seguro sobre um time ou jogador. Em qualquer lugar ou campeonato do mundo. Mas isso não livra equipes e atletas de críticas. Em um Barcelona que busca se reconstruir após os traumas recentes, Antoine Griezmann, por exemplo, é alguém que ainda não conseguiu se livrar do rótulo de decepção.
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No último domingo o francês até tentou alguma coisa no empate por 1 a 1 com o Sevilla, mas não conseguiu deixar sua marca e acabou sendo substituído no segundo tempo. Nestas três primeiras rodadas de La Liga, é o único membro do quarteto de ataque barcelonista que não teve nenhuma participação direta nos gols anotados pelos catalães. Não surpreende que, nas palavras de Didier Deschamps, treinador da seleção francesa, Griezmann não esteja feliz no Camp Nou.
“Estou conversando frequentemente com o Griezmann e nos veremos em breve, mas tenho certeza de que atualmente ele não está feliz com a sua situação no Barcelona”, disse Deschamps, que terá a chance de tirar o melhor do meia atacante nos duelos da seleção na Nations League, nesta segunda semana de outubro. “Eu não interfiro na utilização dos meus jogadores, menos ainda no Barcelona. O Griezmann hoje está jogando na ponta-direita, mas não entendemos por que ele não é escalado em uma posição mais centralizada”, completou o atual campeão do mundo.
E é exatamente neste aspecto tático que pode estar a explicação desta falta de felicidade de Griezmann no Barcelona. Afinal de contas, em seus melhores momentos – tanto pela França quanto por Atlético de Madrid ou Real Sociedad – o francês atuou na faixa central do gramado, circulando como um segundo atacante. Justamente o papel que Messi já vinha desempenhando no Barça e que hoje também vem sendo responsabilidade de Philippe Coutinho.
A incompatibilidade no Camp Nou era previsível antes mesmo de sua chegada, na temporada passada. Griezmann teve seus momentos porque é um jogador de primeira linha, mas não conseguiu ser decisivo com a regularidade que se exige de alguém com seus atributos. A impressão era mesmo a de uma excelente peça que não se encaixou na nova casa. Mas se esta temporada 2020-21 pudesse lhe dar vida nova, especialmente depois que a saída de Luis Suárez para o Atlético de Madri abriu uma nova gama de opções ofensivas, as primeiras impressões mostram um jogador ainda perdido com a camisa blaugrana.
Atacantes do Barcelona em 2020-21
- Ansu Fati: três gols
- Coutinho: um gol, três assistências
- Messi: um gol
- Griezmann: nenhum gol ou assistência
Quem está aproveitando a oportunidade de escrever uma nova história no Camp Nou tem sido Philippe Coutinho, autor do gol de empate sobre o Sevilla e um dos destaques nestes primeiros momentos de temporada. O brasileiro, que voltou de um período emprestado no Bayern, tem atuado centralizado e interagindo bem com Messi na armação das jogadas: tem um tento em seu nome e duas assistências até aqui.
Messi tem jogado como atacante mais avançado, mas recua muito para a posição de 10 e tem se entendido bem com Philippe Coutinho, que fica entre o argentino e o jovem ponta-esquerda Ansu Fati. Griezmann, isolado na ponta-direita, não consegue ainda se encontrar. A temporada acabou de começar e ainda terá o caráter único em meio a um mundo que busca se recuperar da pandemia do novo coronavírus. Griezmann, por ser bom jogador, pode calar os críticos, mas até aqui não conseguiu fazer isso.
Ainda não encontrou a felicidade que esperava no Barcelona.

