O Bayern de Munique chegou como franco favorito para enfrentar o Lyon, pela semifinal única desta Champions League 2019-20 em Lisboa, e fez valer este favoritismo contra o time francês: venceu por 3 a 0 e carimbou sua vaga para a grande decisão, neste domingo (23), contra outra equipe francesa, o PSG. O que muitos poderiam não esperar, contudo, é que o herói bávaro nesta quarta-feira (19) não foi Lewandowski, autor do terceiro gol, ou Thomas Muller: Serge Gnabry roubou para si os holofotes sendo o dono dos dois primeiros tentos – um deles, com o carimbo de golaço.
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Não que ver Gnabry sendo decisivo seja uma surpresa - a não ser que você seja o técnico Arséne Wenger, que teve o jogador na base do Arsenal quando treinava o clube inglês e nunca deu oportunidades ao ponta alemão, que depois de ser emprestado ao West Bromwich decidiu retornar ao seu país natal até conseguir chamar a atenção do Bayern, que o contratou em 2017. Nesta campanha 19-20, por exemplo, o camisa 22 só não fez mais gols do que Lewandowski (23 contra 55 do polonês) com o Bayern. Mas o ponto alto tem sido mesmo a Champions League. Especialmente longe de Munique.
Na história do certame europeu, nenhum jogador marcou tantos gols fora de casa quanto Gnabry. Todas as nove vezes em que balançou as redes nesta edição da Liga dos Campeões foram longe da Allianz Arena: foram quatro sobre o Tottenham e outros dois sobre o Chelsea, na mesma Londres onde foi moldado pelo Arsenal, além de três tentos no mata-mata em Lisboa (um sobre o Barcelona, no histórico 8 a 2, e os dois na semifinal contra o Lyon). Um feito e tanto.
Gnabry, vale lembrar, foi medalha de prata nas Olimpíadas de 2016 e titular na final vencida nos pênaltis pelo Brasil de Neymar. E ainda que passe longe do protagonismo e habilidade de Ney naquele torneio, chegou a rivalizar com o futuro adversário de final de Champions League, como grande figura dos Jogos do Rio de Janeiro, pelo número de gols marcados: foram seis, que lhe deram a artilharia ao lado de Nils Petersen, seu companheiro de time. Quatro anos após aquele Brasil x Alemanha no Maracanã, os argumentos de quem fazia pouco caso daquela seleção olímpica germânica ficam cada vez mais pobres.
Getty Images Gnabry, em ação na Olimpíada de 2016, quando foi artilheiro (Foto: Getty Images)
E apesar da confiança na força de seu conjunto, e na fé dos gols sempre esperados de Lewandowski, Gnabry chega para a final deste domingo (23), contra o PSG, mais em alta do que nunca. Além do brilho artilheiro fora de casa nesta Champions, Gnabry chega contra o PSG como um finalizador melhor do que Neymar, inclusive. O brasileiro pode ter sido o melhor jogador nesta fase decisiva disputada em Lisboa, mas o ponto fraco foram as finalizações – não marcou gols e desperdiçou grandes oportunidades.
Já o ponta-direita alemão não apenas é o artilheiro deste “Final 8” disputado em Lisboa (com os jogos a partir das quartas de final), tendo marcado três vezes, quanto é, segundo levantamento da Goal feito junto à Opta Sports, quem tem o melhor aproveitamento em finalizações completas no mesmo período: acerta 83.3% de suas tentativas.